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A arborização de Aracaju e seus problemas

Desde os primórdios da fundação da cidade de Aracaju quando o Engenheiro Pirro, urbanista que a projetou resolveu descer a colina de Santo Antonio em direção ao litoral sul, idealizando o seu traçado geométrico na parte baixa da cidade, iniciava-se um dos grandes problemas para a futura arborização da cidade, já que mais de 90% da área urbana estava planejada para ser edificada praticamente no nível do mar, com um lençol freático muito elevado o que tem ocasionado sérios problemas para o sistema radicular das ‘arvores que na sua maioria elevam os pisos pavimentados dos passeios públicos e das residências.
Como se não bastasse a sua limitação subterrânea as árvores de modo geral tiveram de conviver com uma limitação aérea muito grande que se chama rede elétrica, já que Aracaju não dispõe de infraestrutura de distribuição adequada para convivência com as árvores, ou os postes deveriam ser substituídos por outros mais elevados permitindo a arborização abaixo ou de tamanho menor que se posicionassem por baixo das copas produzindo uma iluminação de melhor qualidade e deixando os galhos arbóreos crescerem mais abundantemente, como ocorre em muitas metrópoles brasileiras.  Existem cidades cuja rede elétrica já conta com fiação elástica capaz de conviver com as árvores evitando tanto a mutilação parcial da copa como a terrível abertura de verdadeiros túneis na sua parte aérea. Vale salientar que atualmente a empresa concessionária local já tem demonstrado preocupação com o problema e tem toda essa limitação aliada ás questões urbanísticas de passeios estreitos, recuos de edificações inadequados e abaixo da recomendação do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), fizeram com que Aracaju no seu Centro Histórico fosse obrigado a ampliar as suas calçadas para permitir o plantio de essências arbóreas adequadas, como ocorreu há alguns anos nas principais ruas do centro da cidade, já que as árvores necessitam de espaço para formação de sua copa.
Inúmeras manifestações de protesto com relação a “poda predatória”, das árvores da cidade existem há muitas décadas no sentido de evitar que se transformem em verdadeiros “roletes ridículos”, ou “cotonetes verdes” e até comentaram atitudes de  prefeitos municipais que em épocas passadas relegavam a segundo plano a importância da arborização das cidades chegando a dizer que” lugar de árvore é no mato ,na cidade tem que ter poste”. Sabemos que essas manifestações da nossa imprensa são da maior relevância e criam uma consciência crítica necessária para minimizar os efeitos da poda drástica na nossa arborização.


Por: Antonino Campos de Lima - Eng° Agrônomo