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Os Hibiscos


Plantas ornamentais importantes que fazem parte da vegetação nativa e exótica no Brasil.
A família Malvaceae no Brasil conta com aproximadamente 70 gêneros e 750 espécies e atualmente absorveu inúmeros gêneros de mais três importantes famílias (Sterculiaceae, Tiliaceae e Bombacaceae), após estudos científicos pesquisando caracteres anatômicos e morfológicos com uso de microscopia eletrônica (Jud & Manchester, 1997/ Alverson et al, 1999).
O gênero com maior número de espécies dessa família é o Hibiscus, com 300 espécies e uma das características morfológicas importantes desse gênero é a presença na sua flor de uma estrutura tubular denominada androginóforo, que engloba o gineceu e androceu, (verticilos reprodutivos), com os estames  inseridos no tubo do gineceu (Souza, Lorenzi et al, 2012).
Hibiscus pernambucensis /Tapiriri pernambucense
Destacam-se na nossa região alguns Hibiscus arbóreos utilizados no paisagismo e na arborização das cidades, como o exótico algodão-da-praia (H. tiliaceus), o nativo algodão-do-brejo (H. pernambucensis), as exóticas rosa- graxa (H. rosa-sinensis), com suas mais de 5.000 variedades e o  Hibiscus mutabilis. Dessas espécies citadas, apenas o H. pernambucensis ou Talipariti pernambucense é nativa.
As duas primeiras espécies citadas, (H. pernambucensis e H. tiliaceus) após estudos taxonômicos mais recentes, formam hoje uma única espécie, com duas variedades: Talipariti tiliaceum var. pernambucense, substituindo o tradicional Hibiscus pernambucensis e a variedade Talipariti tiliaceum var. tiliaceum, ao invés de Hibiscus tiliaceus (Fryxell, P.A., 2001).³
Outra espécie exótica da mesma família, apesar de não ser um hibisco que merece citação é a Thespesia polpunea, uma planta que é considerada “Árvore Sagrada” na Polinésia.
Essas espécies embora muito parecidas, são facilmente identificáveis pelas suas folhas e flores.
A Thespesia polpunea, (algodão-do-litoral), com 6-8 m de altura, tem folhas cordiformes brilhantes e flores amarelas passando a róseas e depois arroxeadas antes de murcharem, contendo cinco pontos escuros (vinho) no centro da corola.
Hibiscus tiliaceus / Talipariti tiliaceum
O Hibiscus tiliaceus /Talipariti tiliaceum var. tiliaceum, (algodão-da-praia), possui 10-12 m, é uma espécie originária da Índia, contendo folhas mais largas cordiformes com pecíolo  mais longo e na base da  sua flor amarela contem  mancha triangular cor de vinho e coluna estaminal branca, enquanto a nossa nativa Hibiscus pernambucensis/Talipariti tiliaceum var. pernambucense (algodão-do-mangue, ou do brejo), também possui flores amarelas, porém sem manchas ou pontuações na corola. Uma espécie higrófita de porte mais reduzido (3-6 m), muito comum em manguezais, margens de rios e na restinga. Folhas grandes, cordiformes e flores grandes e inteiramente amarelas.
Hibiscus rosa-sinensis
A popular rosa-graxa ou graxa-de-estudante, (Hibiscus rosa-sinensis), uma planta de porte menor, (3-5 m) originária da Ásia e muito comum em jardinagem, possui folhas variadas e flores de diversas matizes e formas, geralmente utilizada como sebes, arranjos ornamentais em canteiros de avenidas, parques e praças ou, eventualmente na arborização de calçadas estreitas.
Hibiscus mutabilis
E finalmente o Hibiscus mutabilis, também de porte pequeno (3-5m), conhecida popularmente como rosa-de-jericó. Originária da China, possui folhas maiores com cinco lobos recortados e flores contendo pétalas brancas ao amanhecer, depois cor de rosa e vermelhas ao anoitecer. Geralmente cultivado como arbusto decorativo em canteiros centrais de avenidas, praças e parques ou arvoretas na arborização de ruas com calçadas estreitas. 

¹ Lorenzi, Harri et al.: Árvores Exóticas no Brasil (madeireiras, ornamentais e aromáticas), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2003.
 ² Lorenzi, Harri et al.: Árvores Brasileiras(Manual de Identificação e Cultivo de   Plantas Nativas do Brasil), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2002., vol1, 4.ed.
³ Fryxell, P.A. 2001.Talipariti (Malvaceae), a segregate from Hibiscus. Contributions from the University of Michigan Herbarium 23: 225-270.