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Folhas com caroços

     
São causadas por insetos e conhecidas por Galhas ou Cecídeas, uma das doenças mais comuns em 60% das plantas. Espalham-se pelos brotos, folhas, botões de flor, ramos, caule e raiz. São causadas por bactérias, fungos, ácaros, vermes ou vários insetos, que são chamados galhadores ou cecidógenos.
     As galhas produzem uma deformação no tecido da planta causada pela ação desses organismos denominados galhadores. A fêmea bota seus ovos sobre a planta, algum tempo depois, nascem às larvas e a partir de então, tem início o processo de formação das galhas. A larva do inseto procura alguma região da planta onde poderá se desenvolver que geralmente é o meristema, um tecido da planta que pode crescer. Para se alimentar do amido presente na planta, a larva lança uma enzima que serve para estimular as células da planta a se multiplicar, produzindo a verruga ou galha.
    As galhas apresentam formas arredondadas, ovais e de funículo, entre outras. Seus vetores mais comuns são os dípteros e os himenópteros. O inseto só abandona a galha quando se torna adulto. Como é uma dilatação anormal do tecido das plantas, pode prejudicar os vegetais, contudo, as galhas podem ser úteis, fornecendo tintas de boa qualidade, tanino para amaciar couro e substâncias que podem ser usadas no tratamento de inflamações da boca, diarreias, entre outras utilidades (Silva, 2001) ¹.

¹ SILVA, Maria Amato Conceição Bueno da. 2001. Verrugas nas plantas! Revista Ciência Hoje das Crianças, p. 110.

Resinose em palmeiras

     
Uma doença causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa tem se alastrado muito aumentando o número de plantas infectadas. Sua ocorrência e a manifestação como doença foi registrada em 2004 no Brasil e segundo a Embrapa - Tabuleiros Costeiros (CPATC) o fungo (agente etiológico) da resinose pode sobreviver por longos períodos no solo, sendo que sua ação se reflete no bloqueio dos vasos responsáveis pela condução da seiva. Sobrevive nos restos de cultura em decomposição e pode causar infecção através de ferimentos e das fissuras naturais de crescimento do tronco. Dissemina-se através de insetos, do solo contaminado, ferramentas ou na erradicação das plantas doentes e mortas. Esse fungo ocorre em diversas culturas, como: bananeira, cana-de-açúcar, abacaxi, coqueiro e muitas outras palmeiras. As palmeiras, de um modo geral, são suscetíveis à resinose e sujeitas a grande devastação, como é caso da Dypsis decaryi.
     De acordo com pesquisadores da Embrapa (CPATC), a ocorrência da resinose em coqueiro tem sido atribuída à presença de fatores estressantes tais como: chuvas severas seguidas de períodos prolongados, de estresse hídrico, excesso de salinidade, desequilíbrio nutricional, como também incidência de doenças ou pragas que fragilizam as plantas e agravam a ação do fungo.  Os principais sintomas da doença são: 1) o extravasamento da seiva que escorre através de rachaduras no tronco, que ao secar pode passar de uma coloração avermelhada para enegrecida; 2) redução na frequência de emissão de folhas e no tamanho das mais novas; 3) afinamento do tronco na região próximo à copa, sintoma observado com a evolução da doença; 4) folhas amarelo-pardacentas frágeis (Warnick, DRN et all, 2010)¹.
     No estado de Sergipe, a disseminação da doença pode ocorrer através da perfuração do caule pelo coleóptero Rhynchophorus palmarum, (Broca de olho do coqueiro) já no sul da Bahia constata-se com maior frequência a presença de outro inseto, o Rhinostomus barbirostris, um Coleoptera, Curculionidae (Ferreira, J.M.S, et al, 2010) ².
     Segundo orientação da Embrapa, plantas com sintomas muito avançados, com lesões ultrapassando 50 cm de altura do estipe, deverão ser erradicadas. Os restos da planta necessitam ser retirados do local para evitar a disseminação da doença. Em casos menos graves, na fase inicial dos sintomas, pode-se suprimir a parte afetada e colocar diferentes produtos, como fungicidas, óleo de nim, alcatrão vegetal ou piche. Ferimentos na base do estipe (caule), deverão ser tratados com fungicidas (pasta bordalesa) e selados com piche ou alcatrão. Segundo a Embrapa (CPATC), em pesquisas realizadas com coqueiros, o tratamento com a pasta bordalesa reduziu significativamente o progresso da resinose (66,4%). Os resultados demonstraram que a pasta bordalesa apresentou um efeito preventivo e curativo (Warnick,D.R.N et al, 2015) ³.
     Pasta bordalesa- Preparo: Os ingredientes para fazer a pasta bordalesa: 1Kg de sulfato de cobre, 2Kg de cal virgem ou 3Kg de cal hidratada nova, e 12 l de água limpa. Numa vasilha de plástico, madeira ou barro, deixe o sulfato de cobre dissolver em seis litros de água morna. Numa outra vasilha, com mais 06 l de água, dissolva a cal. Jogue lentamente o sulfato de cobre no leite de cal. Depois de dissolvido o sulfato de cobre e a cal, mexa bem até formar uma pasta de cor azul. A pasta deve ser aplicada com o auxílio de uma brocha, pincelando os troncos, galhos mais grossos ou partes que tenham sofrido lesões. Deve ser preparada e usada dentro de 3 dias.
     Use a pasta bordalesa logo após o preparo e manuseie, usando EPI  (luvas de borracha, camisa de manga comprida, etc...) 
     Para controle de brocas no tronco, pegue uma seringa e adicione dentro um inseticida nos furos realizados pelas larvas, preenchendo completamente o espaço.
     O uso de armadilhas com atrativos e ou feromônios, para combate a praga, tem sido uma prática recomendada (T. Viviane, 2017)¹

¹ Disponivel em: www.cpatc.embrapa.br/publicacoes(Joana Maria Santos Ferreira Humberto Rollemberg Fontes Edson Eduardo Melo Passos Viviane Talamini) Agosto / 2010 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Tabuleiros Costeiros. Consultado em 12/12/2017.
² Disponivel em: http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2010/f_03.pdf Consultado em 12/12/2017.
³ Disponivel em: http://www.agroecologiaemrede.org.br/experiencias. Consultado em 12/12/2017.

As ervas de passarinho

Ervas consideradas parasitas de outras plantas porque sugam a seiva bruta dos hospedeiros para se alimentar são capazes de matar árvores até de elevado porte e são também  chamadas hemiparasitas porque penetram suas raízes sugadoras no xilema (feixes lenhosos) e fazem o processamento dos seus alimentos via fotossíntese (autótrofas) pelo fato de possuírem clorofila.  
Trata-se de vegetais de pequeno porte, que nascem sobre as árvores através da defecção ou regurgitação de pássaros. 
Temos no Brasil inúmeras espécies de ervas-de-passarinho, principalmente as pertencentes às Famílias Santalaceae com o gênero Phoradendron e Loranthaceae, que possui no Brasil 10 gêneros e 100 espécies, com destaque especial para os gêneros Struthanthus e Psitacanthus.
A espécie Struthanthus flexicaulis Mart. é a que mais ocorre no País, possui ramos finos, longos que envolvem os galhos e tronco da planta hospedeira e emitem novas raízes. Elas são capazes de afetar outras árvores vizinhas. 
As flores são pequenas, discretas, hermafroditas, de cor verde clara a creme, e os frutos são bagas alaranjadas ou amarelas, pequenas, globulares a elipsóides, com uma ou duas sementes (Lorenzi, 2000). Seus frutos adocicados são ingeridos pelos pássaros e suas sementes regurgitadas sobre os galhos dos hospedeiros, germinando e formando novas plantas. O vegetal parasitado geralmente entra em declínio e morre se não for tratado a tempo.
O gênero Psitacanthus, tem varias espécies, entretanto P. cordatus Blume,   que ocorre mais frequentemente na Região Amazônica e no Pantanal Mato-grossense P. robustus Mart., mais encontrada na Região Sudeste e nos cerrados, com suas belas flores amarelas, são espécies muito  disseminadas no Brasil,  ambas também através de pássaros que se alimentam dos seus frutos (Lorenzi, 2000). 
No gênero Phoradendron, destacam-se as espécies P. affine Nutt., cujas  sementes, ao serem expelidas pelos pássaros sobre os ramos dos hospedeiros formam um grande tufo vegetativo gerando novos  ramimhos que   se desenvolvem podendo levar seu hospedeiro a morte (Lorenzi, 2000). E P. crassifolium Pohl.  Esse gênero botânico pertencia anteriormente a Familia Loranthaceae, depois Viscaceae e atualmente faz parte da  Fam. Santalaceae.