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Plantas que armazenam água

São conhecidas também por suculentas ou “plantas tanques”, aquelas nas quais suas raízes, caules e folhas permitem um armazenamento hídrico capaz de mantê-las por bastante tempo independente de irrigação. Isto facilita a sua sobrevivência em locais de baixa precipitação em ambientes secos e áridos, como é o caso do umbuzeiro e dos cactos, características pertencentes a inúmeras famílias botânicas como: Agavaceae, Aizoaceae, Euphorbiaceae, Crassulaceae, Portulacaceae, Cactaceae, Apocynaceae, Anacardiaceae, Asphodelaceae, entre outras. São milhares de espécies na natureza que têm a capacidade de sobrevivência em condições extremas. 
Inúmeros vegetais armazenam água em suas raizes como é o caso do xilopódio, encontrado no umbuzeiro (Spondias tuberosa A.), da família Anacardiaceae, uma estrutura lenhosa subterrânea, também conhecida por “túbera aquífera” e às vezes de origem anatômica, mista de raiz e caule (Lorenzi,2007). 
O baobá (Adansonia digitata L.), árvore da família Malvaceae, que é a espécie com o tronco mais grosso do mundo, seu caule oco chega a medir mais de 20 metros de diâmetro e pode armazenar até 120.000 litros de água. Uma das árvores mais longevas do planeta, podendo viver por mais de 5.000 anos.
A árvore-do-viajante (Ravenala madagascariensis Sonn), família Musaceae, que acumula água nas suas bainhas foliares (Lorenzi, 2001), servindo para matar a sede dos viajantes, e que acabou lhe valendo o nome popular. 
Os vegetais, principalmente xerófitos possuem estruturas capazes de armazenar água para a sua própria sobrevivência (xeromorfismo), são adaptações como: Reduzidos estômatos foliares, tecidos aquíferos, cuticula espessa e impermeável, folhas laminares e ou transformadas em espinhos, parênquimas aquíferos formados por células de armazenamento, entre outras adaptações do reino vegetal. 
Alguns cipós têm a capacidade de acumular água em seus caules aéreos, por possuírem vasos largos condutores de seiva bruta (Lorenzi, 2008). É o caso do conhecido cipó-d’água, muito comum nas matas da Região Amazônica, (Doliocarpus rolandri J.F.Gmel) da família Dilleniaceae que quando cortado segrega uma seiva cristalina potável, utilizada pelos nativos da região. 
Muitos vegetais tem a capacidade de armazenamento de água, alguns utilizam suas raízes, outros utilizam seus caules, ou até mesmo as folhas são utilizadas entre algumas espécies como mecanismo para armazenar água. É dessa forma que a natureza faz sua parte, e todas as espécies sempre encontram um meio de se adaptar e sobreviver.