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Ipês: uma alternativa para Aracaju

São as mais belas árvores tropicais que se conhece no Brasil, não só pelo seu porte elegante, como pela belíssima floração que emitem anualmente.
 Várias árvores não apenas da família  Bignoniaceae, mas também das Fabaceae (ex-Leguminosae), Vochisiacaae e até Boraginaceae, são chamadas de ipês. As árvores do gênero Tabebuia (antes Tecoma), pertencentes à família  Bignoniaceae, podem ser encontradas em seu estado nativo por todo o Brasil e há muitos séculos, o ipê, vem sendo apreciado tanto pela excelente qualidade de sua madeira, quanto por seus efeitos ornamentais, decorativos, e até medicinais (Vainsencher, 2009).
Os ipês, de modo geral se caracterizam pela sua floração ornamental. Em determinadas épocas do ano ficam repletos de flores amarelas, brancas, rosas, vermelhas ou roxas e em alguns casos, com a perda total de suas folhas o que os tornam extremamente belos.
O nome ipê é mais conhecido na região sul do Brasil, enquanto pau d’arco é mais comum  na região norte e nordeste.
A família Bignoniaceae ostenta a maioria das mais ornamentais  espécies de ipês existentes, com mais de duzentas espécies do gênero  Tabebuia, alguns ex-Tecoma, poucas dos gêneros Paratecoma e Sparattosperma.
Tabebuia é uma palavra indígena cuja origem define uma árvore da família Bignoniaceae, com o nome científico de Tabebuia cassinoides (Prochonow, 2010). Também pode ser chamada de tababuia, caixeta e no nordeste também conhecida por pau-de-tamanco. Os indígenas costumavam fazer seus arcos de ipê, daí o nome pau-d’arco, no nordeste e norte do Brasil. Tabebuia em tupi-guarani significa literalmente:"haste que flutua" ta + bebuia (Ferreira, 1986).
São exatos 253 espécies do gênero Tabebuia, a maioria hoje Handroanthus com copas contendo flores de côres variadas, nem todas, contudo são conhecidas popularmente como ipê.


As espécies nativas  mais utilizadas:
  • Tabebuia chrysotricha, ipê-amarelo, 4-10m., encontrado na Mata Atlântica do nordeste á Sta. Catarina;
  • Tabebuia aureaipê-amarelo-do-cerrado, ou craibeira, 12-20m na mata e 4-6m, no cerrado, que ocorre na região Amazônica e no Nordeste até S.Paulo, na caatinga, no cerrado e no Pantanal de Mato Grosso;
  • Tabebuia serratifoliaipê-ovo-de-macuco, 8-20m, encontrado na região Amazônica e na Mata Atlântica do Ceará a S. Paulo;
  • Tabebuia umbellataipê-amarelo-do-brejo, 10-15m, encontrado na Mata Atlântica de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul;
  • Tabebuia vellosoi, ipê-amarelo-cascudo, 15-25m, que ocorre em Minas Gerais, S.Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio de Janeiro;
  • Tabebuia ochraceaipê-amarelo-do-campo, 6-14m, encontrado Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, S.Paulo e Paraná;
  • Tabebuia albaipê-amarelo-da-serra, 20-30m, ocorre em Rio de Janeiro, Minas Gerais até o Rio Grande do Sul;
  • Tabebuia nodosaipê-amarelo-labão, 5-15m, ocorre na fronteira do Pantanal Matogrossense;
  • Tabebuia arianeaeatualmente conhecido por Handroanthes arianeae,  ipê-preto, 25-40m, encontrado em Minas Gerais e Espirito Santo no Vale do Rio Doce;
  • Tabebuia cristataatualmente conhecido por  Handroanthus cristatusipê-rajado,15-35m, que ocorre no Sul da Bahia e norte do Espirito Santo;
  • Tabebuia riodocensisatualmente conhecido por Handroanthus riodocensis,10-35m ipê-flor-de-algodão, que ocorre no Sul da Bahia e  no Espirito Santo, na Mata Atlântica e restingas litorâneas;
  • Tabebuia ellipticaipê-branco-da-restinga3-20m, ocorre da Paraiba ao Espírito Santo, nas restingas arbóreas costeiras;
  • Tabebuia cassinoides, 3-12m, ipê-branco, ipê-caixeta, pau-de-tamanco, ocorre na Mata Atlântica do Nordeste;
  • Tabebuia insignis3-12mipê-branco-do-brejo, encontrado em terrenos alagados em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul;
  • Tabebuia roseo-alba7-16mipê-branco-do-cerradoocorre na Mata em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
  • Tabebuia gemmiflora, 4-7m, ipê-rubro, ocorre em Minas Gerais, no Vale de Jequitionha.
  • Tabebuia impetiginosa8-12m, floração roxa, ipê-rosa, ocorre do Ceará a Minas Gerais;
  • Tabebuia avellanedae20-35m, floração roxa,  ipê-roxo, ocorre em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul;
  • Tabebuia heptaphylla10-20m, floração roxa, ipê-roxo, ocorre da Bahia à São Paulo;
  • Tabebuia ipe15-30m, floração roxa, ipê-piúva, ocorre no Mato Grosso;
  • Paratecoma peroba20-40m, ipê-peroba, ocorre da Bahia ao Rio de Janeiro;
  • Sparattosperma leucanthum6-14mipê-boia, ocorre da Bahia à São Paulo;
  • Zeyheria tuberculosa10-30m, floração branca, ipê-tabaco, ocorre no Rio Grande do Sul.
As espécies exóticas  mais utilizadas:
  • Tabebuia pentaphylla15-20m, floração rosa, ipê-rosa, originária de El Salvador;
  • Tabebuia donnell smithii20-30m, floração amarela, ipê-amarelo-do-méxico, originária do México;
  • Markhamia tomentosa10-12m, floração amarela ipê-amarelo-da-áfrica, originária da África;
  • Markhamia zanzibarica8-12m, floração vermelha, ipê-vermelho-da-áfrica, originária da África;

    A família Fabaceae, ex Leguminosae, apresenta algumas espécies também consideradas ipês:
  • Grazielodendron riodocensis15-30m, floração rosaipê-boia, ocorre no Espírito Santo;
  • Macrolobium bifolium15-30m, floração branca, ipê-da-várzea, ocorre do Pará ao Amazonas;
  • Zollemia latifolia10-20m, floração branca, ipê-laranja, ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul;

A família Vochisiaceae, apresenta algumas espécies também consideradas ipês:
  • Qualea megalocarpa07-14m, floração amarelaipê-tarumã, ocorre no Espírito Santo

A família Boraginaceae, apresenta algumas espécies também consideradas ipês:
  • Patagonula americana10-30m, floração brancaipê-branco, ocorre do Paraná ao Rio Grande do Sul;
          A família Bignoniaceae, por apresentar grande variedade de espécies, alguns autores sugeriram a revisão do gênero, de forma que ele ficasse restrito a árvores de flores brancas a vermelhas e que as espécies de flores amarelas, com folhas pilosas e de madeira dura (contendo lapachol) passassem a pertencer ao gênero Handroanthus.
O lapachol, é uma naftoquinona encontrada no caule (cascas) e na serragem de varias espécies de Tabebuia um produto bactericida, fungicida, antiofídico e antitumoral.
Alguns autores já adotam o novo gênero, a exemplo de Handroanthus arianeae, ao invés de Tabebuia arineae, Handroanthus cristatus ao invés de Tabebuia cristatus, H.riodocensis, ao invés de T. Riodocensis, assim como: H.heptaphyllus; H.impetiginosa; H.avellanadae;H.serratifolius; H.ochraceus,  entre outros.


Por: Antonino Campos de Lima - Engenheiro Agrônomo