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A palma-forrageira


A palma ou palmatória é uma planta nativa no México e largamente cultivada em zonas Áridas e Semiáridas do mundo. Porte arbustivo arborescente, perene, suculento, de 2-4 m de altura, contendo um caule curto, cilíndrico e ramificado. Não possui folhas e sua função fotossintética é realizada pelo achatamento caulinar denominado filocládio (palma), uma estrutura verde, articulada, de forma ovalada ou circular de textura carnosa, contendo pequenos espinhos. Flores vermelhas solitárias produzidas sobre os filocládios. Frutos ovalados espinescentes e vináceos, do tipo baga. (Kinupp.V.F.,Lorenzi.H.,2014).
A palma compreende as plantas de diversas espécies dos gêneros Opuntia e Nopalea, ambas da família cactácea. O gênero Opuntia tem como centro de origem o México (FLORES, 1994).
O Nordeste do Brasil possui uma área de 550.000 ha ocupada com a plantação de palma forrageira, com destaque para Alagoas e Pernambuco, estados com a maior área cultivada (ARAÚJO et al., 2005).
É uma cultura rica em vitaminas A, complexo B e C e minerais como Cálcio, Magnésio, Sódio, Potássio além de 17 tipos de aminoácidos. A palma é mais nutritiva que alimentos como a couve, a beterraba e a banana, com a vantagem de ser um produto mais econômico.
Segundo a Embrapa a palma tem sido amplamente estudada para fins forrageiros e atualmente já existem várias espécies e cultivares utilizados no Brasil. A palma Miúda é mais plantada no Agreste, enquanto a Redonda e a Gigante são mais utilizadas no Sertão. Além dessas, existe outras cultivares como: Orelha de Elefante Mexicana, Orelha de Elefante Africana, Sertânia, Baiana, entre outras (VOLTINI.T.V.et al, 2016).
Para que possam ser utilizados como verdura na alimentação humana as raquetes ou brotos de palma devem ser colhidos 30 a 60 dias após a brotação, com 80 a 120 gramas e 15 a 20 cm de comprimento (FLORES, 2001).

USO ALIMENTÍCIO
No México é consumida tradicionalmente como hortaliça e encontrada facilmente em feiras e mercados e seu uso na alimentação se dá de inúmeras formas. Grelhadas, salteadas, ensopadas, bolos, pães, geleias, além de sucos verdes, sorvetes, mousse, sopa e muitas outras alternativas.
Podem ser refogadas, mediante o uso de suco de limão ou vinagre, alho, sal e demais temperos, na manteiga ou azeite.
Trituradas com limão para preparação de sucos, (2 ou 3 raquetes grandes com 2 limões) ou adicionadas a outras folhas.
Sob forma de sopas, pode ser preparadas adicionando peixe, carne, frango ou até vegetariana, temperadas como de costume, com alho, limão, açafrão ou outros temperos e refogadas com dendê e servida quente.  (KINUPP.V.F.,LORENZI.H.,2014).

 Nome popular: palma-forrageira, palmatória, palma-miúda, palma-doce
 Nome científico: Nopalea cochenillifera (L.)Salm.Dyck
 Família botânica: Cactaceae

Tadeu Vinhas Voltolini ... [et al.]:Plantio e Manejo da Palma Forrageira no Semiárido: cartilhas elaboradas conforme a metodologia e-Rural , Brasília : Embrapa, 2016. 36 p.

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.268

Araújo, L. de F.; Oliveira, L. de S. C.; Perazzo Neto, A.; Alsina, O. L. S. de; Silva, F. L. H. da. Equilíbrio higroscópico da palma forrageira: Relação com a umidade ótima para fermentação sólida. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, n.3, p.379-384, 2005.

Flores, C. A. V. Produção, industrialização e comercialização de verdura de palma forrageira. In: Barbera, Guiseppe; Inglese, Paolo (Eds.). Agroecologia, cultivos e usos da palma forrageira. Paraíba: SEBRAE/PB, p.94-102, 2001. Galindo, I. C. L.; Sampaio, E. V. S. B.; Menezes, R.S.C. Uso da palma.

A pornunça


A pornunça, também conhecida por: mandioca-forrageira, porúncia, prinunça, pornona, mandioca-de-sete-anos, ou maniçoba-de-jardim é uma planta da família Euphorbiaceae, resultado de cruzamento da mandioca (Manihot esculenta) com a maniçoba (Manihot pseudoglaziovii). Trata-se de uma planta híbrida, cuja nova espécie não foi ainda classificada botanicamente, muito resistente e capaz de ser utilizada como importante forragem para a nutrição de ruminantes na região seca do Nordeste tanto na forma de feno ou silagem, como in natura.
Algumas plantas do gênero Manihot podem causar intoxicação nos animais dependendo da forma como é administrada por possuírem altos conteúdos de glicosídeos cianogênicos, que ao hidrolisarem-se e mediante a ação da enzima linamarase, dão origem ao ácido cianídrico. A pornunça possui um potencial produtivo melhor que todas essas plantas do mesmo gênero (AMORIM et al, 2005).
O híbrido herdou as qualidades forrageiras e a rusticidade das espécies que são bem adaptadas ao ambiente da caatinga, sendo mais produtiva que as espécies que lhes deram origem, retém as folhas por mais tempo no período da seca, além de suportar até 3 cortes. O feno da pornunça tem em média, 15% de proteína (Silva, Alineura, 2005).


¹ AMORIM, S.L., MEDEIROS, R.M.T.; RIET-CORREA, F. Intoxicação experimental por Manihot glaziovii (Euphorbiaceae) em caprinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p. 179-187, 2005. EMBRAPA.
² SILVA, A.F.; SANTANA, L.M. Crescimento de mandioca, maniçoba e pornunça conduzidas sob podas em épocas distintas na região Semi-Árida. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE DE MANDIOCA, 11, 2005, Campo Grande. Anais. Campo Grande: ABAM, 2005.

A flor-de-seda

Um interessante vegetal exótico, originário do continente asiático poderá ser um grande aliado para alimentação dos rebanhos caprino e ovino, em regiões semiáridas do Brasil.
Pesquisas realizadas por instituições confiáveis, como Embrapa, Instituto Agrônomico de Pernambuco, Empresa de Pesquisas do Rio Grande do Norte, entre outras no nordeste, concluíram que a espécie Calotropis procera, pertencente à família Apocynaceae, uma pequena árvore invasora encontrada em quase todo o Brasil, e em outros países de clima tropical, cujo teor proteico elevado (13 a 19%), supera outros vegetais como o milho e sorgo forrageiro, de excelente palatabilidade, boa digestibilidade e altíssima resistência à seca.
Sua introdução no Brasil ocorreu em 1900, na cidade de Recife, como planta ornamental e sua dispersão foi muita rápida em função da sua estrutura de sementes alada, envolvida por uma plumagem que facilita a sua disseminação.
Apesar de conter substâncias tóxicas, como glicosídeos flavônicos, cardiotônicos, esteroides, polifenois e triterpenos, sua digestibilidade não tem sido prejudicial para os animais. Mesmo assim alguns pesquisadores recomendam seu uso sob forma de feno, depois de picado e exposto durante 48 horas ao sol e misturado com milho, soja, sorgo e outros, servindo como complemento da ração, nunca em proporção superior a 50%.
O Brasil vem enfrentando secas sucessivas e esse vegetal têm sido encontrado abundantemente nessas áreas, o que o torna uma grande alternativa de complemento alimentar para os rebanhos das regiões mais secas.

Nome popular: Flor-de-seda, algodão-de-seda, bufa-do-cão, ciumeira, saco-de-velho
Nome científico: Calotropis procera Ait. R.Br
Família botânica: Apocynaceae

O bordão-de-velho

Árvore de médio a grande porte, de 4-18 m de altura, também conhecida como sete-cascas, de copa arredondada, com tronco mais ou menos cilíndrico, contendo uma casca grossa, fissurada e bastante suberosa, medindo de 25-45 cm de diâmetro (Lorenzi, 2002).
Folhas compostas, com oito folíolos de 5 cm. Flor branca-roxa, como uma esponja, tamanho médio.
Fruto vagem de 12 cm, verde-escuro a marrom. No seu interior as sementes de 0,8 cm, que estão envoltas por um tipo de mel amargo, que atrai a fauna. Germinação e crescimento muito rápidos. Seu nome é devido a suas cascas que se soltam com muita facilidade.
Bom potencial de utilização no paisagismo, pelo porte e beleza. Em algumas regiões como o Vale do Jequitinhonha, MG, é a árvore preferida dos fazendeiros, pois o gado aprecia muito o seu fruto, uma vagem parecida com Ingá, que contem uma espécie de mel amargo.
Trata-se de uma planta seletiva higrófita, já utilizada na arborização rural que tem atributos para uso na cidade, principalmente em praças e parques.

Nome Popular: bordão-de-velho
Nome Cientifíco: Samanea tubulosa Benth.
Família: Fabaceae

Por: Antonino Campos de Lima - Eng° Agrônomo

A maniçoba-do-ceará

Árvore lactante, medindo de 5-20m de altura e 20-30cm de diâmetro, folha glabra, palmada de pecíolo longo de 20-45cm de comprimento, inflorescência monoicas, fruto tipo cápsula com deiscência explosiva, sementes de carúncula trapeziforme (Lorenzi, 2009). Ocorre no nordeste brasileiro, do Ceará onde é mais encontrada até a Bahia, segundo Araujo & Cavalcante (2002).
Trata-se de espécie nativa da caatinga, encontrada em vários tipos de solos, com madeira de qualidade inferior, produtora de um látex especial, de crescimento rápido, copa ornamental, seletiva higrófita, passível de uso no paisagismo local.
Como não apresenta copa compacta, é mais indicada para arborização em praças e parques.
Outra característica da maniçoba-do-ceará, é o fato de conter ácido cianídrico (HCN), uma das substâncias mais tóxicas que se conhece (Tokarmia et al, 2000).


Nome popular: maniçoba-do-ceará
Nome científico: Manihot glaziovii Müll. Arg.
Família: Euphorbiaceae

Por: Antonino Campos de Lima - Eng° Agrônomo