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Dendê

Fruto do dendezeiro, importante palmeira africana, subespontânea no Nordeste brasileiro e cultivada no Brasil. A palmeira chega a 15 metros de altura. Seus frutos são de cor alaranjada, e a semente ocupa totalmente o fruto. Era consagrado a Ifá (nagô), divindade da advinhação e tinha poderes de previsão do futuro.

De sua polpa extrai-se um óleo avermelhado e adocicado (azeite de dendê), muito utilizado na culinária e também na fabricação de velas, sabões, produtos vulcanizados e combustíveis para mtores. Seu rendimento é muito grande: produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco.

O óleo de dendê, além da sua importante participação na gastronomia baiana, é também utilizado em práticas rituais de religiões de matriz africana.

A região Sudeste da Bahia possui uma diversidade edafoclimática excepcional para o cultivo do dendezeiro, com uma disponibilidade de área da ordem de 752 mil  hectares, aliada à existência do país de uma demanda insatisfeita da ordem de 500 mil toneladas de óleo de dendê. 


Nome Popular: dendê
Nome Cientifico: Elaeis guineensis
Família Botânica: Arecaceae (Palmaceae)

Urucu

O urucu aparece em estado silvestre desde as Guianas até a Bahia, sendo também cultivado em todos os Estados brasileiros, bem como outros países, medindo até cinco metros de altura.

A polpa dos frutos do urucu fornece duas matérias corantes a orelina e a bixina (vermelha), amplamente utilizadas como condimento conhecido como “colorau” e também na indústria, onde serve para colorir cera, seda, manteiga e queijo, entre outras coisas.

Os indígenas empregavam a matéria tintorial do urucu para pintar objetos de cerâmica e as si mesmos, protegendo-se assim, dos raios do sol e picadas de mosquito.

O urucu classifica-se também como espécie ornamental prestando-se ainda á confecção de cercas vivas. De seu líber obtêm-se fibras aproveitadas na fabricação de cordoalha grosseira.


Nome Popular: urucu
Nome Cientifico: Bixa orellana
Família Botânica: Bixaceae

Stevia

Pequeno arbusto de no máximo 01 metro de altura, apresenta folhas de forma ovalada, membranosas e oblongas. É uma planta que ocorre no Brasil, em Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo, principalmente, embora seja nativa até no Paraguai.

Mais recentemente, depois que as virtudes da stevia passaram a ser de conhecimento do grande público, as pesquisas científicas em torno de suas pontencialidades como elemento terapêutico cresceram muito, assim como sua demanda, de tal modo que existem atualmente empresas que se dedicam com exclusividade ao seu processamento e distribuição comercial.

A stevia consegue substituir o açúcar comum (feito de sacarose), pois apresenta um grande poder adoçante, mesmo sendo uma substância completamente natural e orgânica. Além de ter a capacidade de adoçar de 200 a 300 vezes mais que o açúcar, a stevia ainda traz uma série de benefícios para a saúde.


Nome Popular: stevia
Nome Cientifico: Stevia rebaudiana
Família Botânica: Asteraceae (Compositae)

Abiu-roxo

Os abieiros são árvores tropicais que produzem frutos bastante cultivados em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste. São originários da América Central e das Antilhas e têm um parente próximo brasileiro que é o abiu-amarelo, uma outra espécie da mesma família que apresenta características similares.

Árvore perenifólia lactescente, medindo de 8-20m de altura. Folhas simples, cartáceas de coloração verde-escura lustrosa na face superior e dourado-tomentosa na face inferior. Flores pequenas, brancacentas, agrupadas em fascículos axilares densos. Frutos do tipo baga arredondado, medindo de 2-3 polegadas de diâmetro, de casca fina e cor roxa ou verde a depender da variedade, contendo polpa carnosa e pegajosa devido ao teor de látex e bastante doce, contendo 6-10 sementes de forma achatada. São bastante consumidos in natura e de sabor muito agradável (LORENZI et al, 2006). Em algumas regiões, inclusive, é utilizado como árvore ornamental para sombreamento em áreas urbanas em locais de clima quente e úmido.

São frutos globosos, deliciosos, muito ricos em Potássio, Cálcio e Fósforo. Contém também vitaminas A, B1, B2, C e B3.


Nome Popular: abiu-roxo
Nome Cientifico: Chrysophyllum cainito
Família Botânica: Sapotaceae

Abiu-amarelo

Fruto do abieiro é encontrado e cultivado em pomares domésticos tanto na Amazônia Central, como em quase todo o nordeste de Pernambuco até o Rio de Janeiro. Árvore perenifólia, lactescente de 6-24m de altura, possui folhas glabras cartáceas nas extremidades dos ramos, e com flores em inflorescências dispostas nos ramos, bastante perfumadas. Seus frutos são globosos ou elipsoides e bicudos na extremidade distal, contendo uma polpa suculenta, gelatinosa, translúcida adocicada com 1-4 sementes. Os frutos devem estar bem maduros para se consumir, porque os mais verdes exsudam um látex branco bastante pegajoso da sua casca (LORENZI et al, 2006).

O elevado teor de vitamina C contido no abiu-amarelo, aumenta a velocidade de absorção de ferro. Beber suco de abiu aumenta regularmente o teor de hemoglobina no organismo visando curar a anemia.

Os abieiros fazem até mesmo parte da arborização urbana da região, decorando praças de Manaus, Belém e de algumas cidades do nordeste brasileiro.

Quando bem maduro é um fruto delicioso para consumo in natura, usando-se uma colher por causa do seu látex grudento. Possui um grande potencial para produção de sorvetes, mousse, doces e sucos. Usado também para preparo de purê, após cozido e misturado com macaxeira (KINUPP; LORENZI, 2014).


Nome Popular: abiu-amarelo
Nome Cientifico: Pouteria caimito
Família Botânica: Sapotaceae

Ciruela

 

Uma fruta exótica de uma pequena árvore originária dos Andes, (Colômbia, Equador, Bolívia, etc.), em regiões de altitude que variam de 100 a 2.600m e introduzida no Brasil nas regiões tropicais, também conhecidas como caferana, ameixa-do-mato, ameixa-do-pará, acerola-do-mato.

A ameixeira-do-pará, como é também conhecida, mede de 2-5m de altura, possui folhas simples, alternas, cartáceas, curto-pecioladas e pubescentes quando jovem. Suas flores são pequenas, andróginas, perfumadas, amarelas, dispostas na mesma inflorescência em racemos axilares e terminais. já as folhas da ciruela contêm flavonoides e atividades antimicrobiana e antinflamatórias (QUEIROZ, 2012).


Os frutos da ciruela são oblongos vermelhos lisos do tipo drupa, com polpa fina de sabor adocicado e coloração vermelha quando bem maduro, ou vermelho-amarelada, contendo geralmente duas sementes (LORENZI et all, 2015). A polpa dos seus frutos, embora não se tenha ainda muitas pesquisas bromatológicas, é rica em carotenoides do tipo licopeno, sucedâneo do molho de tomate e importante para degeneração macular dos olhos.

 

Nome Popular: caferana, ameixa-do-mato, acerola-do-mato
Nome Cientifíco: Bunchosia armeniaca (Cav.) DC.
Família Botânica: Malpighiaceae

Umbu Gigante

 

O umbu possui sabor exótico e, tradicionalmente, foi se tornando um disputado ingrediente para produtos diversos, comercializados em feiras livres, supermercados e lojas de conveniência. Seu extrativismo proporciona renda para milhares de famílias na região semiárida do Nordeste brasileiro.

Com peso de 4 a 5 vezes acima dos frutos convencionais, este tipo, é um dos acessos do Banco de Germoplasma da Embrapa Semiárido, apresentando potencial para cultivo voltado para o agronegócio. O extrativismo de umbuzeiro é uma atividade importante na geração de renda dos agricultores familiares do semiárido brasileiro, e um tipo de umbu com a característica do Gigante possibilita a implantação de uma fruticultura de sequeiro. Plantas de umbu gigante podem ser utilizadas para reflorestar o bioma caatinga, enriquecendo a vegetação com uma planta nativa capaz de reduzir os efeitos da degradação da região.


Foi no final dos anos 90 que a Embrapa Semiárido e a extinta Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) juntaram forças para fomentar o cultivo de umbuzeiros em diversas cidades da Bahia.

O resultado desse trabalho são quatro cultivares de umbuzeiro melhores adaptadas às várias condições edafoclimáticas da região. Batizadas como BRS 48, BRS 52, BRS 55 e BRS 68, suas características atendem a demandas importantes da cadeia produtiva, principalmente para o processamento nas agroindústrias de doces, geleias, sucos, picolés, sorvetes, compotas e bebidas artesanais.


Seus frutos podem chegar a um peso acima de 60 gramas. Por isso foram chamados de “umbu gigante”. Brotando em umbuzeiros que ocorreram na natureza e que foram selecionados por agricultores em parceira com órgãos de pesquisas, essa Spondia, se destaca por suas características genéticas diferenciadas.

Atualmente a pesquisa tem feito a seleção de plantas que apresentem características de boa produtividade, frutos médios a grandes em relação ao seu tamanho normal (10 a 20 g), casca fina e lisa, maior percentagem de polpa e alto teor de brix. Assim, tem sido feita a seleção de plantas na região semiárida do Norte de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, apresentando copas com frutos considerados gigantes, em torno ou acima de 100 gramas, e com bom paladar de polpa.

Nome popular: umbu gigante
Nome científico: Spondias tuberosa
Família botânica: Anacardiaceae

Disponível em Fundaj - https://www.gov.br/fundaj
Disponível em Embrapa - https://www.embrapa.br/
Disponível em Jornal dia de campo - http://www.diadecampo.com.br/

A Fava e seu uso na culinária

 

Um legume herbáceo (40-90 cm de altura), de origem africana e do Oriente Médio, conhecido no Brasil como uma planta alimentícia não convencional (PANC), a fava possui um caule rígido ramificado, de quatro quinas, folhas compostas pinadas, flores brancas perfumadas contendo uma mancha negra. Frutos tipo vagem ou legume, cilíndricos de 10-20 cm.

Suas sementes podem ser consumidas quando maduras ou até imaturas (verdes). Sementes secas podem apresentar 25% de proteína, 55% de carboidratos, 2% de lipídios, além de aminoácidos, minerais e vitaminas B e E, e podem ser torradas como o amendoim.


As folhas novas podem ser consumidas como verdura cozida. (KINUPP.V.F., LORENZI.H.,2014).

A fava é muito saborosa, contudo, precisa ser bem lavada e passar por um processo de fervura antes de ser cozida com os demais ingredientes para evitar seu amargor indesejável.

No vocabulário popular da língua portuguesa, a expressão: “Vá às favas”, não representa a delícia que é o consumo versátil dessa leguminosa.

 

USO NA ALIMENTAÇÃO

As sementes secas da fava podem ser cozidas e usadas no preparo de inúmeros pratos como: Saladas de fava, purês, torradas, além de dezenas de outros pratos, como: Dobradinha de fava; Fava verde cozida, Arroz com fava; Fava com toucinho; Fava com carne seca e costelinha; Fava com costela e bisteca de porco; Fava com carne de porco; Fava com leite de coco; Fava com mocotó; Risoto com linguiça e fava; Sopa cremosa de fava; Fava tropeira; Fava branqueada, etc...


Fava com leite de coco: Deixe a fava branca de molho durante uma noite inteira, refogue por 5 minutos a fava na cebola picada, no alho, na pimenta de cheiro, e nos sachês de tempero para feijão, acrescente a água e deixe na pressão por 30 minutos, abra a panela mexa e acrescente o leite de coco misture bem, deixe na pressão por mais 30 minutos, o ponto certo é quando a fava já está molinha, se ela n estiver sempre acrescente um copo de água e volte para pressão até chegar no ponto, Ideal para servir com um arroz branco ou colorido. 

 

Fava com charque: Cozinhe a carne-seca, dessalgue-a bem e corte em cubos de aproximadamente 1.5cm de lado e reserve, coloque as favas de molho em água abundante de um dia para o outro, trocando a água algumas vezes, dê uma fervura rápida, escorra e depois leve ao fogo numa panela com óleo os pedaços de bacon, quando estiverem dourados refogue com o alho picado e a cebola, junte a linguiça cortada em rodelas e a carne-seca em cubos, coloque então as folhas de sálvia picadas grosseiramente e refogue tudo muito bem em fogo baixo, escorra e adicione à panela as favas, o tomate picado e a pimenta, Refogue por quinze minutos, cubra com o caldo de legumes o conteúdo da panela, tampe a panela e cozinhe em fogo baixo até que as favas e as carnes estejam macias e o caldo espesso. Cubra com um fio de azeite de oliva virgem e sirva.

Nome popular: fava, feijão-fava
Nome científico: Vicia faba L.
Família botânica: Fabaceae (ex-Leguminosae)

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no    Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 86 .p.422.

O Achachairu e seu uso na culinária

O achachairuzeiro é uma fruteira exótica, nativa da floresta tropical de média altitude da Bolívia e muito apreciada em Ayacucho, Santa Cruz, onde se realizam festas anuais para promoção da fruta.

O achachairu, antigamente denominado Rheedia laterifolia pertence atualmente ao gênero Garcinia. Seu parente mais famoso é o mangostão (Garcinia mangostana L.).

Possui folhas simples, coriáceas, glabras, e lustrosas na sua face superior, de 10-18cm de comprimento. Flores solitárias ou agrupadas em fascículos axilares, masculinas e andróginas. Frutos drupáceos, com casca grossa, amarelos, contendo 1-2 sementes, cobertas por polpa compacta branca, de sabor doce, levemente ácido e muito saborosa. A polpa, não aderente à casca, é bastante suculenta e de textura mucilaginosa, e após retirada dos frutos se oxida rapidamente.


Muitas vezes confundido com o Bacupari (Garcinia brasiliensis), devido a aparência dos frutos semelhantes, porém de sabor diferente.

O achachairu possui substâncias como biflavanóides e benzofenonas tanto nas folhas, como nos frutos com efeitos imunotóxicos, anti-inflamatórios, antioxidantes e anticancerígenos, além de ser rica em potássio, ácido fólico e vitamina C e indicado para reumatismo, úlceras gástricas, cicatrizante, digestivo, laxante, entre outas enfermidades.


 

USO NA ALIMENTAÇÃO

 

Assim como o bacupari e o bacuri, o achachairu além do seu tradicional consumo in natura, apresenta um grande potencial, ainda pouco utilizado, para industrialização de doces, pavê, sucos, polpa, sorvetes, além de frisante e outros produtos. 


Doce de achachairu: Retire a casca e remova a polpa do fruto. Para cada 1kg de polpa, use 500g de açúcar cristal, em seguida mexa bastante até obter o ponto desejado, quando o doce gruda na colher. Caso prefira o ponto de geleia, é só retirar do fogo antes. 




Pavê de achachairu: Bata no liquidificador a polpa, leite condensado, iogurte e o creme de leite. Vá acrescentando leite, de forma que a massa não fique dura. Numa vasilha própria, faça uma camada de biscoitos levemente embebidos no leite e cubra os biscoitos com uma camada do recheio. Em seguida alterne as camadas, deixando a última coberta com o recheio.

 

Nome popular: achachairu, bacupari-da-bolivia, tapacuarai
Nome científico: Garcinia humilis
Família botânica : Clusiaceae

 

https://ciprest.blogspot.com/2017/03/achachairu-boliviano-garcinia-humilis.html
https://www.mundoboaforma.com.br/achachairu-para-que-serve-e-beneficios
https://conexaosafra.com/curiosidades/o-que-achachairu


O feijão-andu e seu uso na culinária

Também conhecido por feijão-guandu, andu, guandu, guandeiro, entre outras denominações populares, o pé de feijão-andu é um arbusto ramificado, ereto, perene, medindo de 1-5m de altura, contendo folhas compostas trifolioladas, de 4-7cm de comprimento. Inflorescências em racemos curtos com flores amarelas. Frutos tipo legume, ligeiramente achatados, com 4-7 sementes acinzentadas ou marrons, que podem ser consumidas cozidas ainda verdes ou quando maduras. Suas folhas Jovens e vagens imaturas bem novas, são também comestíveis.


O feijão andu apresenta um alto teor de proteinas e fibras, além de atrair a água se transformando em um gel durante a digestão, fazendo com que a fibra insolúvel facilite a absorção dos alimentos.

Fornece vitaminas do Complexo B, Cálcio, potássio, Magnésio, Ferro, contribuindo para prevenir anemia. Como é de origem africana, o andu se adaptou a climas secos e solos pobres, por isso encontrado em regiões semiáridas. No Brasil tem sido cultivado no Nordeste e no centro - norte, à exemplo de Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins e no Piauí.

 

USO NA ALIMENTAÇÃO

 

Mesmo sendo considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC), o andu já possui grande diversidade de uso na culinária Nordestina, através de Inúmeras receitas, como: “Farofa de andu”; Baião de dois com andu”; “Arroz com andu”; “Andu com bacon”; “Feijão Tropeiro de andu” ; “Refogado de andu, com carne de soja”; “Andu com verduras”; Andu com costelinhas de porco”; “Chá de folhas de feijão andu”; “Sopa de andu com carne”; “Salada de andu”; “ Purê de andu”, “Andu cozido com pimentões”; entre  inúmeras outras receitas.


       Sopa de andu com carne: Para o preparo da sopa é só colocar os grãos maduros na água durante 24 horas, depois é só escorrer e cozinhar na panela de pressão, como qualquer feijão, adicionando a carne e os temperos (sal, alho, pimenta do reino) e outros a gosto. Misture bem e sirva quente.

 

Feijão andu cozido com pimentões: Para preparar um feijão andu cozido  tenha em mãos pimentão vermelho, pimentão amarelo, alho, cebolinha, sal e temperos variados, como louro, pimenta-do-reino e curry. Depois de pronto, sirva o prato bem quentinho.

 



Nome popular: andu, feijão-andu, guandu
Nome científico: Cajanus cajan (L.) Huth
Família botânica: Fabaceae/Leguminosae

 Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no    Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 86 .p.402.

A Araticum-da-praia e seu uso na culinária

O araticum-da-praia, fruto de uma árvore nativa e rara na natureza, encontrada na restinga arbórea e na Zona da Mata do litoral do Nordeste do Brasil, medindo de 12-15m de altura (porte elevado), de tronco quase liso e com brotos jovens ferrugíneo-tomentosos. Folhas simples. Grossas e coriáceas de ápice arredondado, verde escuras e lustrosas na face superior e mais claras na inferior com margens voltadas para baixo. Flores solitárias ou aos pares, trímeras, carnosas, andróginas. Frutos sincarpo-globoso ou cordiforme, pesando até 500g de peso, com polpa suculenta, muito apreciados, consumidos in natura e de cor verde-amarelados (Lorenzi et al, 2006).

O género Annona possui mais de dez espécies conhecidas, popularmente por araticum, à exemplo de araticum-do-campo  A. coriacea); araticum-do-brejo (A. glabra); araticum-do-cerrado (A.crassiflora), entre outras espécies dos gêneros Rollinia e Daguetia, que também fazem parte das Annonaceae.

Atualmente já se prepara uma grande quantidade de receitas doces e salgadas com araticum, acompanhado com arroz, feijão, carnes, lagosta, frango e inúmeras sobremesas deliciosas.

Os araticuns de modo geral, são frutos geralmente aromáticos e ligeiramente ácidos que apresentam um bom potencial gastronômico. (KINUPP.V.F., LORENZI.H.,2014).

 

USO NA ALIMENTAÇÃO


Suco de araticum: é preparado após o fruto descascado e peneirado, e colocado em liquidificador na proporção de 200g da polpa para um copo do liquidificador. Complete com água gelada, açúcar e gelo e triture novamente ou adicione leite se quiser mais cremoso. Podendo ainda preparar o sorvete.

 


Mousse congelado de araticum: é obtido através da mistura de 200g da polpa triturada com 200g de leite condensado, creme de leite, ou iogurte natural e 5 g de gelatina sem sabor. Depois é só levar á geladeira até atingir a consistência cremosa.

 


Pão-de-ló de araticum: pode ser preparado usando: seis ovos, seis colheres (sopa) de açúcar; cinco colheres (sopa) de farinha de trigo, uma colher (sopa) rasa de fermento em pó. Coloque na batedeira os ovos e o açúcar e bata até formar um creme, acrescente a farinha de trigo aos poucos e por último o fermento. Coloque em um tabuleiro forrado com papel manteiga untado e leve para assar em forno pré-aquecido a 180°C. Retire do forno e ainda quente desenforme em cima de um pano úmido, distribua o recheio sobre o pão e enrole ainda morno. Sirva frio. (SILVA.B. et al. 2016)

 

* LORENZI, H; BACHER, L; LACERDA, M; SARTORI, S. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006.

* FERREIRA KNINUPP, HARRI LORENZI: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, p. 86


A Atemóia e seu uso na culinária

Uma fruteira tropical, resultante do cruzamento da pinha (Annona squamosa) com a cherimoia (Annona cherimola), duas espécies da família Annonaceae.

A árvore tem porte pequeno, em média de 3-5m de altura, ou mais à depender do solo e apresenta um fruto com menor quantidade de sementes e de tamanho maior (300-600g). Folhas sub-coriáceas de 10-20cm de comprimento, flores trímeras, andróginas e seus frutos possuem sabor doce e lembram os frutos da pinha e do araticum.

Sua propagação, apesar de ter sementes férteis é feita por enxertia. Atualmente o Brasil já dispõe de vários cultivares, à exemplo de “Gefner”, “Thompson” e “African Pride”, entre outros.


Frutos compridos ou de forma arredondada e mais lisos que os da pinha, apresentam também cores verde-amarelados quando maduros, polpa de cor branca, de sabor doce, não farináceo, com sementes marrom-escura. Trata-se de uma planta de recente introdução no Brasil.

 

USO NA ALIMENTAÇÃO

Assim como o biribá, araticum, a pinha e a graviola, a atemóia também pode ser consumida não só in natura, mas sob forma de geleias, pudins, sorvetes, sucos, mediante a extração da sua polpa.

Geléia de atemóia: Uma vez extraída a polpa da atemóia é só utilizar metade do açúcar cristal em relação a quantidade da polpa e colocar em fogo baixo até dar o ponto ideal.



Suco de atemóia: Coloque 200g de polpa de atemoia no liquidificador e complete com água gelada. Em seguida basta colocar açúcar e triturar. Caso queira o suco mais cremoso, é só adicionar metade leite e metade água. O suco rende bastante e é muito saboroso.

 


* https://www.tudogostoso.com.br/receita/99284-pudim-de-atemoia-com-frutas-marinadas.html

* Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no    Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 86 .p.


O Jambo e seu uso na culinária

São fruteiras tropicais exóticas, pertencentes à família Myrtaceae introduzidas no Brasil e todas maravilhosamente adaptadas.

A maioria das espécies provenientes do continente asiático (Polinésia, Índia, Malásia), com cores, sabores e formatos diversos.

O jambo mais conhecido no País sem dúvida é o jambo-vermelho, (Syzigium malaccense) com suas flores róseas e copa cônica, uma fruteira de 7-12m de altura, cujos frutos, drupas vermelhas-escura com mais de 5cm. Os frutos bem maduros são deliciosos, crocantes e suculentos, com suave sabor refrescante e acídulo. Podem ser usados para o preparo de flans, cremes, mousses, dentre outros doces, como também podem ser assados ou caramelizados. Ele também possui antioxidante e suas folhas são ricas em miricitrina, podendo auxiliar no tratamento ou controle do diabetes mellitus.

O jambo-amarelo, (Syzygium jambos), uma fruteira que pode atingir de 10-15m de altura, de copa arredondada e tronco curto.
Jambo-branco, (Syzygium aqueum), uma pequena árvore de 4-7m com tronco tortuoso e copa irregular, que produz muitos frutos em cachos de cor branca, com polpa adocicada.


Jambo-rosa, (Syzygium samarangense), pequena árvore de 7-10m, que produz frutos piriformes em cachos, de cor rosada, pouco apreciados.



USO NA ALIMENTAÇÃO

 

Mousse das flores de jambo-vermelho: Colha e lave bem as flores, logo após triture cerca de 400g, misture com 200g de leite condensado, 200g de iogurte natural ou creme de leite e 5g de gelatina sem sabor diluída. Deixe na geladeira até atingir a consistência desejada.


 


Doce em calda de jambo-vermelho: Use frutos maduros, de preferência os menores, pois não possuem semente. Limpe-os, retirando os restos florais. Cozinhe com água e açúcar cristal até dar o ponto desejado. Coloque casca de canela e cravo-da-índia a gosto.

 


* Lorenzi, Harri et al.: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2014, p. 560ISBN 978-85-86714-46-7

 * Lorenzi, Harri et al.: Árvores Exóticas no Brasil (madeireiras, ornamentais e aromáticas), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2003, p. 299, ISBN 85-86714-19-24