Fruto
do muricizeiro, arbustos ou pequenas árvores nativas do Brasil cujas espécies distinguem-se
por suas cores e locais de ocorrência, sendo conhecidas por diversos nomes.
Estima-se que o gênero Byrsonima tenha mais de 200 espécies, sendo que 100
delas estão distribuídas pelo país, sendo a maioria encontrada na região
amazônica. Foram levantadas 35 espécies para o gênero Byrsonima distribuídos
nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Sergipe e
Rio Grande do Norte. Na região Nordeste o murici é amplamente comercializado. São
várias espécies do gênero Byrsonima, cuja característica é a presença de folhas
opostas, simples com estípulas intrapeciolares, pertencentes á família
Malpighiaceae. No bioma cerrado ocorre com mais frequência às espécies Byrsonima
verbascifolia, Byrsonima coccolobifolia e a Byrsonima intermedia, enquanto na
Mata Atlantica e na restinga litorânea
são mais comuns: Byrsonima crassifólia, Byrsonima bahiana; Byrsonima gardneriana,
Byrsonima sericea, entre outras.
Na
restinga, o muricizeiro é uma árvore de 2-6 m de altura, raramente cultivada e
muito comum em solos arenosos, de tronco tortuoso, folhas simples, coriáceas de
7-15 cm de comprimento. Flores andróginas, distribuídas em racemos terminais de
12-30 cm de comprimento. Frutos pequenos globosos, tipo drupa, com polpa e
aroma característicos que amadurecem geralmente em abril e maio consumidos in
natura ou em forma de sucos (Lorenzi et al, 2006). ¹
A
floração do murici varia de acordo com o ciclo de chuvas. Algumas regiões, utiliza
a polpa dessa fruta misturada à farinha, resultando em um prato calórico e
nutritivo. A polpa também é muito utilizada na preparação de doces, sorvetes e
licores.
O
murici contém vitamina C, vitamina B2, cálcio, fósforo, ferro, proteínas,
fibras e carboidratos (Zaczuk et al, 2015). ²
O
muricizeiro pode ser considerado uma árvore ornamental, por florescer e
frutificar durante o ano todo e suas folhas são medicinais, forrageiras e sua
casca serve como antitérmico e por ser adstringente, podem ser utilizadas em
curtumes. Da casca também se extrai um corante preto empregado na indústria de
tecidos.
No cerrado, a árvore do murici pode atingir de
4-6 metros de altura, com folhas simples grandes e pilosas. Inflorescências em
racemos simples de até 30 cm de comprimento. Frutos drupas globosas, com polpa
carnosa de sabor ácido (Lorenzi et all, 2006).¹ Com sabor forte e agridoce, o
murici é consumido in natura e
na preparação de sorvetes, licores e doces. Seus frutos também são muito
utilizados para aromatizar e amaciar a cachaça, por possuírem sabor e aroma
peculiares e intensos.
Em
algumas regiões do país as folhas do murici são utilizadas na medicina caseira,
no combate à tosse e bronquite, e ainda como laxante. As folhas também são
consumidas pelo gado, o que lhe confere grande potencial forrageiro. A casca da
árvore serve como antitérmico, e por ser adstringente, pode ser utilizada em
curtumes. Da casca também se extrai um corante preto empregado na indústria de
tecidos.
Além das espécies citadas, uma das últimas identificadas
na região nordeste foi a Byrsonima bahiana, uma árvore de até 8m de altura e 20cm
de diâmetro de tronco, folhas obovadas, vermelhas na face adaxial, principalmente
na margem e na nervura principal. Pétalas com base avermelhada e muitas vezes
tingida de rosa, persistente em frutos imaturos (Anderson, 1982).
Ocorre
nos Estados da Bahia, Espírito Santo e Sergipe (Magnano, 2009; Mendes et al.,
2010).
¹ Lorenzi,
Harri et al.: Frutas
brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de
Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 157/158.
² Zaczuk, Priscila et al: Alimentos Regionais Brasileiros,
Ministério da Saúde, Brasilia, DF, 2015, p. 62,
CNCFlora. Byrsonima bahiana in
Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação
da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Byrsonima
bahiana>. Acesso em 13 março 2018.