Uma doença causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa tem se alastrado muito aumentando o número de plantas infectadas. Sua ocorrência e a manifestação como doença foi registrada em 2004 no Brasil e segundo a Embrapa - Tabuleiros Costeiros (CPATC) o fungo (agente etiológico) da resinose pode sobreviver por longos períodos no solo, sendo que sua ação se reflete no bloqueio dos vasos responsáveis pela condução da seiva. Sobrevive nos restos de cultura em decomposição e pode causar infecção através de ferimentos e das fissuras naturais de crescimento do tronco. Dissemina-se através de insetos, do solo contaminado, ferramentas ou na erradicação das plantas doentes e mortas. Esse fungo ocorre em diversas culturas, como: bananeira, cana-de-açúcar, abacaxi, coqueiro e muitas outras palmeiras. As palmeiras, de um modo geral, são suscetíveis à resinose e sujeitas a grande devastação, como é caso da Dypsis decaryi.
De acordo com pesquisadores da Embrapa (CPATC), a ocorrência da resinose em coqueiro tem sido atribuída à presença de fatores estressantes tais como: chuvas severas seguidas de períodos prolongados, de estresse hídrico, excesso de salinidade, desequilíbrio nutricional, como também incidência de doenças ou pragas que fragilizam as plantas e agravam a ação do fungo. Os principais sintomas da doença são: 1) o extravasamento da seiva que escorre através de rachaduras no tronco, que ao secar pode passar de uma coloração avermelhada para enegrecida; 2) redução na frequência de emissão de folhas e no tamanho das mais novas; 3) afinamento do tronco na região próximo à copa, sintoma observado com a evolução da doença; 4) folhas amarelo-pardacentas frágeis (Warnick, DRN et all, 2010)¹.
No estado de Sergipe, a disseminação da doença pode ocorrer através da perfuração do caule pelo coleóptero Rhynchophorus palmarum, (Broca de olho do coqueiro) já no sul da Bahia constata-se com maior frequência a presença de outro inseto, o Rhinostomus barbirostris, um Coleoptera, Curculionidae (Ferreira, J.M.S, et al, 2010) ².
Segundo orientação da Embrapa, plantas com sintomas muito avançados, com lesões ultrapassando 50 cm de altura do estipe, deverão ser erradicadas. Os restos da planta necessitam ser retirados do local para evitar a disseminação da doença. Em casos menos graves, na fase inicial dos sintomas, pode-se suprimir a parte afetada e colocar diferentes produtos, como fungicidas, óleo de nim, alcatrão vegetal ou piche. Ferimentos na base do estipe (caule), deverão ser tratados com fungicidas (pasta bordalesa) e selados com piche ou alcatrão. Segundo a Embrapa (CPATC), em pesquisas realizadas com coqueiros, o tratamento com a pasta bordalesa reduziu significativamente o progresso da resinose (66,4%). Os resultados demonstraram que a pasta bordalesa apresentou um efeito preventivo e curativo (Warnick,D.R.N et al, 2015) ³.
Pasta bordalesa- Preparo: Os ingredientes para fazer a pasta bordalesa: 1Kg de sulfato de cobre, 2Kg de cal virgem ou 3Kg de cal hidratada nova, e 12 l de água limpa. Numa vasilha de plástico, madeira ou barro, deixe o sulfato de cobre dissolver em seis litros de água morna. Numa outra vasilha, com mais 06 l de água, dissolva a cal. Jogue lentamente o sulfato de cobre no leite de cal. Depois de dissolvido o sulfato de cobre e a cal, mexa bem até formar uma pasta de cor azul. A pasta deve ser aplicada com o auxílio de uma brocha, pincelando os troncos, galhos mais grossos ou partes que tenham sofrido lesões. Deve ser preparada e usada dentro de 3 dias.
Use a pasta bordalesa logo após o preparo e manuseie, usando EPI (luvas de borracha, camisa de manga comprida, etc...)
Para controle de brocas no tronco, pegue uma seringa e adicione dentro um inseticida nos furos realizados pelas larvas, preenchendo completamente o espaço.
O uso de armadilhas com atrativos e ou feromônios, para combate a praga, tem sido uma prática recomendada (T. Viviane, 2017)¹
¹ Disponivel em: www.cpatc.embrapa.br/publicacoes(Joana Maria Santos Ferreira Humberto Rollemberg Fontes Edson Eduardo Melo Passos Viviane Talamini) Agosto / 2010 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Tabuleiros Costeiros. Consultado em 12/12/2017.
² Disponivel em: http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2010/f_03.pdf Consultado em 12/12/2017.
³ Disponivel em: http://www.agroecologiaemrede.org.br/experiencias. Consultado em 12/12/2017.