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O nim-indiano


Uma arvore exótica, originária da sul da Ásia, bastante utilizada na Índia por adeptos da fitoterapia por possuir propriedades farmacológicas, foi introduzida no Brasil na década de 1980, com o intuito de agir como um inseticida natural na agricultura, mas se tornou uma planta com elevado poder de toxicidade para a biodiversidade em geral. Ela tem sido bastante plantada em todo o nordeste brasileiro, no paisagismo e na arborização urbana de ruas, canteiros de avenidas e calçadas.

Trata-se de uma planta muito resistente e de crescimento rápido, que alcança, normalmente, de 10 a 15 m de altura e, dependendo do tipo de solo e das condições climáticas favoráveis, pode atingir até 25 m. Com um ano, a planta chega a 1,5 m, e com 5 anos, chega alcançar a 8 m. O sistema radicular atinge 15 m de profundidade, possuindo madeira  avermelhada, dura e resistente, à semelhança do mogno que também pertence à família  Meliaceae.

Seus Frutos, sementes, óleo, folhas, casca do caule e raízes têm os mais variados usos anti-sépticos, antimicrobianos, nos distúrbios urinários, diarréias e doenças do couro cabeludo. O uso do extrato de Nim, ou azadiractina, tem sido usado para a imunização de pacientes picados pelo inseto Rhodnius prolixus, vetor do protozoário parasita Trypanosoma cruzi, responsável pela proliferação da doença de Chagas, comum na América Latina. As folhas são usadas contra erupções cutâneas e abcessos, e o suco das folhas são utilizados contra vermes intestinais.  O óleo do Nim é usado para a fabricação de xampu, óleo para cabelo, tônico capilar e óleo para unha. Na Alemanha, do tanino da casca do caule fabricam-se sabonete e pasta dental. Do ponto de vista químico, uma característica comum às espécies da família Meliaceae é a presença de triterpenos oxigenados (Neves et al, 2003) ¹

Um dos principais problemas causados pelo nim é o efeito de seu princípio ativo, a azadiractina, substância comprovadamente inseticida. Possui efeitos letais em centenas de insetos espécies de insetos pertencentes às ordens Coleoptera, Diptera, Heteroptera, Homoptera, Hymenoptera, Lepidoptera, Orthoptera, Thysanoptera, Neuroptera e alguns fungos, inibindo sua reprodução. Particularmente, as abelhas nativas, que são de extrema importância na polinização das flores da caatinga, estão sendo dizimados no momento que visita as flores do nim e são contaminadas pelo seu pólen tóxico. É importante ressaltar que as abelhas são responsáveis também pela polinização de várias culturas agrícolas praticadas no Vale do São Francisco que já sofrem com o uso abusivo de agrotóxicos. Como consequência da polinização comprometida há uma sensível diminuição na produção de frutos que são comercializados pelos agricultores. ²
             


Nome Popular: nim-indiano
Nome Cientifíco: Azadiractha indica A. Juss
Família: Meliaceae



¹ NEVES et al, Cultivo e utilização do nim indiano, 12/2003, Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/212487/cultivo-e-utilizacao-do-nim-indiano, Acessado em: 21/02/2018.

² CLAUDINO, Ambientalistas alertam contra cultivo do nim, 03/2013, Disponível em: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/ambientalistas-alertam-contra-cultivo-do-nim-1.243149, Acessado em: 21/02/2018.