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A AEASE e o Ensino da Engenharia Agronômica

     No dia 07/07/1969, na gestão do Engenheiro Agrônomo Roberto da Costa Barros, por iniciativa da presidência foi lida uma solicitação da Diretoria do Colégio Agrícola Benjamim Constant, Of.nº 212 de 21/06/1969, que pleiteava o empenho da AEASE para associar-se em uma luta em prol da criação de uma Escola de Agronomia em Sergipe. Sensibilizado com a idéia da Escola Agronômica em Sergipe, o Presidente da AEASE solicitou que o representante do Colégio Agrícola Benjamim Constant, presente á reunião, entidade que através o seu Diretor havia solicitado a reunião, se manifestasse sobre o pleito. O Engenheiro Agrônomo Abelardo Monteiro, que representava o Colégio Agrícola na reunião leu, na oportunidade, inúmeros expedientes de diversas autoridades em apoio á criação da Escola de Agronomia em Sergipe. Franqueada a palavra diversos associados da AEASE, como Raimundo Àvila, José Luiz de Gois, Edimilsson Machado de Almeida, Manoelito Figueiredo, José Barreto de Souza, José Figueiredo Melo,  Carlos Roberto de Rezende, Nilton de Araujo Fontes, Francisco Alves e Manoel Messias Santos, tendo a grande maioria dos manifestantes, após argumentações sólidas e sempre questionando na época a absoluta falta de condições no Estado para abrigar um empreendimento de tal envergadura,já que a própria Universidade Federal de Sergipe estava ainda em fase de criação, a proposta foi colocada em votação e por maioria dos presentes foi derrotada, ficando bem evidente que a ASA não era contra uma Escola de Agronomia em Sergipe, porém,naquele momento entendia ser absolutamente impossível.
     Vinte anos após essa tentativa de criação de um Curso de Engenharia Agronômica em Sergipe, a Universidade Federal de Sergipe, nessa época já mais estruturada iniciou uma campanha, nascida no Departamento de Biologia do CCBS e apoiada pela Reitoria, visando operacionalizar a criação do Curso de Engenharia Agronômica e o seu respectivo Departamento. Inicialmente foi criado o NEA (Núcleo de Estudos Agrários) para assumir a coordenação do curso, posteriormente a UFS, á pedido do NEA, absorveu o passivo do Planalssucar / IAA, por extinção desse órgão, passando para o NEA/ UFS, não só o pessoal técnico, como todo o passivo imobiliário, fato que reforçou a sua estrutura interna. Posteriormente, mediante contatos com a administração do Ministério da Educação e com os dirigentes do Colégio Agrícola de São Cristóvão, foi cedida por doação a UFS, uma área de aproximadamente 100 tarefas para servir de apoio às pesquisa que o NEA estava desenvolvendo com cana-de-açúcar, mediante convênio com a RIDESA, Rêde Interuniverssitária de Pesquisa Sulcroalcooleira. A área do Colégio Agrícola serviria também para que pudéssemos dar início aos trabalhos de implantação do Curso de Agronomia.
     No início da década de 1990, o NEA, apoiado pela Reitoria iniciou os seus primeiros contatos com as instituições do setor primário e com a AEASE, visando a consolidação desse projeto, agora bem mais estruturado e capaz de levar avante o sonho de implantação do Curso de Engenharia Agronômica em Sergipe. Dessa feita a própria AEASE, que há vinte anos atrás havia rejeitado a idéia por razões já citadas, entendeu a importância do curso e passou a apóia-lo.
     Mais recentemente a AEASE desencadeou novamente a discussão do ensino agronômico no Estado, dessa feita questionando a criação do Curso Especial de Engenharia Agronômica, criado pela Universidade Federal, em convênio com o INCRA e o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, voltado para os assentados rurais, ligado ao MST, cujas aulas estavam sendo ministradas no Campus Rural da UFS e no assentamento Quissamã, no município de São Cristóvão/SE.  A justificativa da UFS para criação do novo curso foi a de “atender a uma parcela da comunidade que historicamente vinha sendo excluída e que segundo o INCRA, existem em Sergipe 150 assentamentos rurais e mais de 800 em todo o nordeste.”.
     A AEASE, apesar do seu grande esforço, tentando juridicamente impedir a criação por entender desnecessária, já que o a UFS já contava com um Departamento de Engenharia Agronômica atuante e bem estruturado, podendo atender a mais essa demanda ao invés de criar um novo curso, não tendo logrado êxito, pelo menos cumpriu o seu papel social de alertar a classe para a necessidade de concentrar os esforços onde já existe um núcleo forte, primando sempre pela qualidade do ensino. 

Por: Antonino Campos de Lima