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A jurubeba-vermelha

Arbusto perene, espinescente, ou inerme, ereto, medindo de 80-160 cm de altura, nativo na maioria das regiões tropicais do Brasil. Folhas simples, arredondadas, contendo margens lobadas e irregulares. Flores com botão floral violeta e pétalas brancas, com cinco estames amarelos contendo anteras poricidas ao redor do gineceu. Apresenta Inflorescências  em fascículos. Frutos baga globosa vermelha ou amarela, pubescente quando imaturo e sem pelos quando maduro, de 2 cm de diâmetro, com polpa doce e suculenta e muitas sementes pequenas e dispersas. (KINUPP V. F., LORENZI H., 2014).
Encontrado facilmente em áreas de quintais, sitios e beira de estradas na Amazônia e no Maranhão também na Zona da Mata no Nordeste. Seus frutos maduros são muito apreciados pela população de algumas regiões podendo ser consumidos in natura ou processados e os verdes usados como legumes.
Sua distribuição vai desde o norte da bacia amazônica, da Colômbia e Peru até as Guianas e no norte do Brasil. (MARTINS, F. C. et al, 1998).
Existe uma variedade dessa espécie sem acúleos (Solanum stramoniifolium var. inerme, com frutos maiores , cultivadas e comercializadas no Sul do Brasil e quando verdes são suaves mesmos crus, podendo ser cozidos e consumidos como legume. (KINUPP V. F., LORENZI.H., 2014).
Além da sua múltipla utilidade, segundo a Embrapa, a jurubeba-juna, ou jurubeba-vermelha, apresenta resistência à doença fúngica conhecida por ,fusariose  apresentando potencial uso como porta enxerto para tomateiro de mesa suscetível ao patógeno em áreas infestadas, importante porque, atualmente existem poucas cultivares com elevados níveis de resistência a Fusarium oxysporum (PEREIRA, R. B., et al, 2014).
Estudos realizados com a jurubeba vermelha obteve resultados que mostram que o fruto tem valores superiores ou similares ao tomate quanto a: umidade, proteína, lipídeo, carboidrato , valor energético, fibras alimentares, demonstrando que o gênero Solanum tem potencial a ser explorado industrialmente para formulação de outros produtos, além de indicar alternativa alimentar interessante para população amazônica e de outras regiões por seu fácil acesso. (BOTELHO A. S. et al, 2019).
O preparo do molho de agridoce de jurubeba-vermelha consiste em lavar os frutos maduros para retirar os pelos da casca, triturar no liquidificador com água e coar em seguida refogar na manteiga com sal e demais temperos a gosto, servir com massa e enfeitar o prato com suas folhas aculeadas e flores (KINUPP V. F., LORENZI H., 2014).
Outra utilidade é o preparo da jurubeba-vermelha com carne de porco que consiste em fazer o branqueamento dos frutos, ferver e adicionar a carne fritada e dourada e cozinhar, depois é só servir quente. Pode-se também preparar os frutos imaturos em picles ou cozidos no feijão, no arroz ou na polenta ou consumidos crus após a retirada dos tricomas.
Já a geleia de jurubeba-vermelha é preparada após triturar os frutos no liquidificador depois coar e acrescentar metade de açúcar cristal com relação à quantidade de massa obtida e mexer em fogo baixo até dar o ponto. Em seguida é só envasar e conservar em geladeira. (KINUPP V. F., LORENZI H., 2014)

Nome Popular: jurubeba-vermelha, jurubeba, jurubeba-da-roça, jurubeba-juna
Nome Cientifíco: Solanum stramoniifolium Jacq
Família: Solanaceae

* Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.674.

* Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

*PEREIRA, R. B. Reação de acessos de jurubeba Juna (Solanum stramonifolium) a Fusarium oxysporum f. sp. lucopersici raça 3 / Ricardo Borges Pereira ... [et al.]. – Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2014.

*Botelho.A.Souza, Monte R., Silva.C.T.C., Paulino.N.B., Caracterização físico-química e potencial nutricional de jurubeba vermelha (Solanum stramoniifolium Jacq.) obtida da região amazônica, vol.4,2019 -117252.

A lichia


Fruto de uma árvore sub-tropical originária da China e introduzida no Brasil em 1810 e hoje bastante cultivada no Sudeste em pomares domésticos  Trata-se de uma árvore perenifólia de 8-12 m de altura, copa densa, com ramos pêndulos. Folhas compostas paripinadas, com 2-4 pares de folíolos coriáceos, com 7-12 cm de comprimento. Inflorescência paniculada terminal, com flores masculinas e andróginas na mesma inflorescência. Frutos globosos ou ovalados, de casca quebradiça, com polpa translúcida e doce, consumidos principalmente in natura e que produzem cerca de 30-50 kg por pé.
Sua principal ocorrência no Brasil se concentra na região Sudeste, principalmente em São Paulo. Cultivada também no  Paraná,  em Minas Gerais e na Bahia. A lichia possui inúmeras cultivares, como: “Americana”; “Boswortth 3”; “Brewster ”(2ª mais plantada no Brasil); “Emperor”; “Groff”; “Hak Ip”; “Kaimana”(Var. mais tropical); “Mauritius”; “Bengal”.(LORENZI et al, 2006)¹

USO ALIMENTÍCIO
Os frutos da lichia possuem Vit.B, Na, Ca, K, e podem ser consumidos in natura ou sob forma de sucos, geleias, iogurtes e sorvetes, porém o seu consumo deve ser parcimonioso, a depender da cultivar plantada,  em virtude de quando ingeridos em quantidade ou em jejum causarem hipoglicemia súbita e até encefalite, contudo nem todas as cultivares apresentam grandes concentrações de hipoglicina A, capaz de causar essa intoxicação grave.

RECEITAS
O suco detox de lichia é desintoxicante, hidratante e termogênico, ajuda a emagrecer e promove verdadeira limpeza orgânica. Seu preparo é feito usando 200 ml de água de coco; polpa de 8 lichias; 1 colher de sobremesa de folhinhas de hortelã e gelo picado. Basta bater todos os ingredientes no liquidificador e tomar imediatamente. (LEITE, P. 2019)²
Além do suco detox existe outras formas de consumo da lichia como é o caso do suco de melancia com lichia, entre outras.
Quando plantada por muda enxertada, a lixia inicia sua produção à partir do quarto ano, porém por semente (pé franco) pode somente iniciar a produção de 7-10 anos depois e seus frutos só amadurecem após 140 dias depois de formados.²
Lichia exige solos leves profundos e bem drenados e algumas cultivares só emitem flores em temperaturas abaixo de 15 graus.

Nome Popular: lichia, lechia, alexia
Nome Científico: Litchi chinensis Sonn.
Família Botânica: Sapindaceae
¹ LORENZI, H; BACHER, L; LACERDA, M; SARTORI, S. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 608

² Disponível em: https://blog.jaleko.com.br/lichia-pode-ser-uma-fruta-poderosa-voce-sabia/

A chuva-de-ouro


Árvore de 10-15 m de altura, quando plantadas em solos férteis e profundos, com tronco cilíndrico e casca lisa, originária da Índia, copa globosa e ramos recurvados. Folhas compostas alternas grandes com 4-8 pares de folíolos opostos, de ápice agudo. Flores vistosas em inflorescências axilares com pedúnculo longo, pendentes, cônicas e piramidais, contendo flores grandes de corola amarelo-ouro ou amarelo-limão. Frutos do tipo legume indeiscente, de coloração marrom-escuro ou preta, cilíndricos, quebradiços. Sementes contidas em compartimentos de cor castanho, envolvidas por mucilagem preta de uso medicinal e aromatizante. (Lozenzi, H. et al 2002)¹
Na região nordeste é uma árvore mais utilizada para arborização de praças e parques ou em ruas e avenidas de calçadas estreitas.
Seus frutos são empregados na medicina popular, suas folhas quando bem jovens (brotações), assim como suas flores jovens podem ser consumidas após cozimento.
As flores são utilizadas em saladas cruas ou para decoração e ainda salteadas puras ou com carnes e peixes ou adicionadas em massas ou yakissoba, além de empanadas e fritas ou cozidas no arroz (risoto). Podem ainda ser utilizadas para fabricação de pães, para tanto é só colher as flores jovens e botões, lavar e triturar com um pouco de água e colocar na forma da panificadora com 2 colheres de sopa de manteiga ou azeite e 1 colher de chá de sal, 3 colheres de sopa de açúcar cristal, 720 ml de farinha de trigo e 2 colheres de chá de fermento biológico e assar em 3 horas. Isto para um pão de 900g.
Além do pão pode-se também preparar refogado de flores com cebola, alho, pimenta e sal dourados no azeite ou manteiga, tanto puro como com carnes, peixes, linguiças, no arroz, massas, fritadas, omeletes ou tempurá e ainda refogado das próprias folhas jovens picadas e temperadas para consumo ou para produzir uma sopa cremosa muito boa. (Kinupp V. F.,Lorenzi H., 2014)²

Nome popular: chuva-de-ouro, cássia-imperial, cassia-fistula
Nome científico: Cassia fistula L
Família botânica: Fabaceae

¹ Lorenzi, Harri et al.: Árvores Exóticas no Brasil (madeireiras, ornamentais e aromáticas), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2003.p.167.

² Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.394