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Identificação Vegetal por QR code

 

O QR code (sigla do inglês Quick Response), que significa resposta rápida, é um código de barras bidimensional empregado para catalogar informações, que podem ser facilmente escanerizadas por telefones celulares e tablets e já vem sendo utilizado no Brasil, há alguns anos em inúmeras atividades.

A necessidade de identificar vegetais em áreas públicas urbanas para pesquisas diversas, como: georeferenciamento de espécies, programas de manutenção da arborização e até para conhecimento de estudantes e da população interessada, tem estimulado pesquisadores do planeta a adotar essa importante ferramenta.

No caso da arborização urbana, o QR code permite o acesso as informações de cada espécie, podendo conter fotos, identificação popular e científica do vegetal, informações sobre pragas e doenças, programas de manutenção georeferenciadas de árvores, porte da planta, curiosidades, idade da espécie, características descritivas, principais usos e inúmeras outras informações consideradas importantes.

Ao posicionar o leitor fotográfico diante do código o usuário é remetido a um endereço eletrônico contendo as informações sobre o vegetal.

Os dados poderão ser gravados em pequenas placas, e fixados no tronco da vegetação, de forma visível e acessível para leitura do código.

A AEASE (Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe), participante do Comitê Consultivo Municipal de Arborização Urbana de Aracaju, recomenda ás prefeituras a adoção de medidas que possam implementar o uso do QR code na vegetação das cidades, envolvendo  instituições, pesquisadores, professores e estudantes.

Com certeza a iniciativa poderá trazer inúmeros benefícios para sociedade e para a disseminação de conhecimentos da nossa flora.


Por: Antonino Campos de Lima – Engenheiro Agrônomo

O bacupari-liso

Árvore perenifólia, de copa globoso-piramidal, densa com tronco pouco rugoso, de 5-13 m de altura, por 20-30 cm de diâmetro, nativa principalmente na Amazônia, estando dispersa por quase todo o Brasil, da Guiana Francesa até o Paraguai (CAVALCANTE, 1991). De Pernambuco ao Paraná, é encontrada na Mata Atlântica e em restinga (BERG, 1979). Ocasionalmente cultivada em pomares domésticos (CAVALCANTE, 1991). Folhas simples, opostas, com pecíolo canaliculado e com uma fóvea na base. Inflorescências em fascículos axilares com flores esbranquiçadas, pediceladas e perfumadas. É a única espécie do gênero que apresenta flores perfumadas (BERG, 1979). Frutos globosos, do tipo baga, amarelo-alaranjados, lisos com polpa fina e mucilaginosa, de 3-4 cm de diâmetro, de sabor doce-acidulado muito agradável que amadurece de setembro a janeiro a depender da região, contendo 1-3 sementes grandes (LORENZI et al., 2006).

Na restinga, as folhas são bem mais coriáceas, com ápice agudo e nervação secundária, enquanto que, na Floresta Amazônica, apresenta folhas mais delgadas, com ápice variando de pouco a extremamente acuminado (BERG, 1979).

O seu fruto é comestível e bastante apreciado (BERG, 1979), sendo a polpa consumida in natura, em refresco ou sorvete (SOUZA et al.,1996). Os extratos de frutos (casca) e de sementes possuem boa atividade antimicrobiana, sendo promissores na prevenção de cárie e placa dental e também com potencial atividade antioxidante e anticancerígena. (ALMEIDA, 2008).

USO ALIMENTÍCIO

Os frutos são comumente comercializados nas feiras de Manaus/AM, e podem ser utilizados para preparo de sucos, sorvetes, frisantes, doces, geleias e suas cascas (epicarpo) já estão sendo pesquisadas para fins medicinais por conter substâncias anticâncer e antioxidante.

O delicioso doce de bacupari-miúdo é obtido após descascar e peneirar os frutos para retirar a polpa. Para cada 1 kg de polpa, use no máximo 500 g de açúcar cristal e mexa até obter o ponto desejado momento em que o doce passa a grudar na colher. Caso faça opção por consistência de geleia, é só retirar do fogo um pouco antes.

O sorvete fermentado de bacupari é feito mediante a colocação dos frutos descascados em um pote com uma camada de açúcar cristal e uma segunda camada igual e depois é só tampar e deixar na geladeira durante 15 dias. Após esse período coe em peneira esmagando as sementes e engarrafe em garrafa pet e deixe fermentar em temperatura ambiente. Bata com iogurte natural e gelatina sem sabor e congele. Fica similar ao sorvete de uísque.

Obtém-se também do bacupari-miúdo, uma bebida levemente alcoólica do tipo frisante (7%) de teor alcoólico, através da fervura de 01 Kg de frutos maduros e descascados com sementes e 01 Kg de açúcar cristal. Após esfriar acrescente 300 ml de suco de limão. Mexa, coe e envase em garrafas PET limpas comprimindo a garrafa até o liquido transbordar. Estando a garrafa estufada é só deixar fermentar na horizontal à sombra e depois coloca-la na geladeira e servir o frisante gelado (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).

Nome popular: bacupari-miúdo, bacupari, bacuri, bacurizinho
Nome científico: Garcinia brasiliensis Mart.  / Sin. Rheedia brasiliensis
Família botânica: Clusiaceae

LORENZI, H.; SARTORI, S.F.; BACHER, L.B.; LACERDA, M.T.C. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas: de consumo in natura. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2006.pag. 126.

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.310

CAVALCANTE, P.B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém: CEJUP/MPEG, 1991.

ALMEIDA, L.S.B. Atividade antimicrobiana dos extratos da Rheedia brasiliensis e potencial anticárie do seu composto bioativo. Piracicaba: UNICAMP, 2008: Dissertação (Mestrado em Odontologia), Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual de Campinas, 2008.

BERG, M.E. Revisão das espécies brasileiras do gênero Rheedia L. (Guttiferae). Acta Amazonica, Manaus, v. 9, n. 1, p. 43-74, março 1979

SOUZA, A.G.C.; SOUSA N.R., SILVA; S.E.L.; NUNES, C.D.M.; CANTO, A.C.; CRUZ, L.A.A. Fruteiras da Amazônia. Brasília: EMBRAPA-SPI; Manaus: EmbrapaCPAA, 1996.

A turnera


Herbácea perene, ereta, nativa das restingas de toda América Tropical (inclusive Brasil) de 30-50 cm de altura, ramificada, nativa em quase todo território brasileiro, exceto no Sul. Folhas simples, alternas pecioladas, pubescentes, ovalado-alongadas, serrilhadas e aromáticas. Flores solitárias, axilares e terminais, branco-amareladas ou amarelas com a garganta preta, abrindo-se na parte da manhã e formadas no decorrer de todo o ano. Na variedade “Elegans” as flores são marrom-arroxeadas na base. (Lorenzi et al,2001).
A turnera é extremamente invasora e resistente, vegetando a pleno sol em solo pobre e além de crescer espontaneamente pode ser cultivada para fins ornamentais, medicinais e alimentícios. Suas folhas podem ser usadas para preparo de chá, suco verde e como condimento e as flores para o preparo de geleias e saladas e tem também uso medicinal como anti-inflamatório e afrodisíaco.

USO ALIMENTÍCIO

As flores da chanana ou turnera, são deliciosas para consumo direto in natura, bastante suaves e adocicadas. Suas flores duram apenas uma manhã e para saladas devem ser colhidas na hora do consumo. Como em quase todo local é facilmente encontrada a turnera não precisa ser plantada em hortas para consumo como hortaliça. Elas podem ser usadas em saladas, bebidas e drinks, além de saladas de frutas. São tidas também como afrodisíacas, principalmente a espéie T.diffusa, enquanto a T. ulmifolia é considadrada antibiótica.
Para o preparo do chá das folhas, é só ferver um punhado de folhas frescas ou secas em 1 l de água. Adquirem cor e sabor marcante e agradável. As próprias folhas quando cozidas e coadas, podem ser consumidas em saladas, ou deixando esfriar e adicionando suco de limão, gelo e açúcar, pode se transformar em chá gelado, conhecido por oreganill.
Suas folhas secas e moídas também podem ser preparadas para uso como tempero aromatizante.
Para o consumo das flores pode ser preparada uma geleia especial triturando-as e colocando-as em uma panela com 50% de açúcar cristal em relação ao volume das flores e mexendo-as até dar o ponto desejado.
Outra alternativa é a conhecida salada de flores de chanana que é preparada com óleo de gergelim torrado, sal e limão. Pode ser adicionada outras verduras á exemplo do repolho-roxo para dar contraste de cor ou outra hortaliça ou até fruta, produzindo uma salada mista deliciosa. (Kinupp.V.F. ,Lorenzi.H.,2014).

Nome popular: turnera, chanana, albina, flot-do-guarujá, bom-dia
Nome científico: Turnera subulata Sm. / Sin.: T. ulmifolia var.elegans Urb
Família botânica: Turneraceae


Lorenzi. Harri, Souza.H.M: Plantas Ornamentais no Brasil (arbustivas, herbáceas e trepadeiras), Instituto Plantarum de Estudos da Flora,3.ed., Nova Odessa, SP, 2001.p.1021.

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.394