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A curiosa estória do baobá que ressucitou

O baobá, uma árvore exótica, também conhecida por embundeiro, ficheiro, oriunda do continente africano, cujas características são o fato de possuir o maior caule em espessura do mundo (mais de 20m de diâmetro) e pela sua longevidade (mais de 5.000 anos de vida), apesar de possuir um crescimento nunca superior a 30m de altura, ao contrário das sequoias que atingem mais de 100 metros, produz grande quantidade de sementes, suas folhas são comestíveis, sua polpa é consumida em bebidas com leite ou agua e seus frutos são utilizados, na sua região de origem, como cuias. Por conta da sua dimensão, os nativos africanos costumavam utilizar seus troncos ocos para as suas reuniões tribais e seus cultos.

Assim como ocorreu na obra prima literária do Pequeno Príncipe,  produzida por Antoine de Saint-Exupéry, um escritor aviador francês, publicada em 1943, que conta e estória de um principezinho que habita um asteroide no espaço e que precisava resolver o problema do seu asteroide que estava sendo invadido por baobás.

No caso brasileiro, ocorreu há alguns anos quando um cidadão habitante de Aracaju resolveu plantar uma muda de baobá em seu jardim, localizado na Av. Augusto Franco em Aracaju/SE.

O babá cresceu e ameaçava tombar sobre parte da sua residência, então o proprietário preocupado com o risco resolveu cortar a árvore, apesar do enorme sentimento da família que apreciava seu belo tronco, preservando em casa apenas uma parte desse tronco sem raízes, para servir de base para vasos, em local pavimentado. Depois de alguns dias, qual não foi à surpresa da família quando observou que o tronco serrado emitia algumas raízes, mesmo estando em área pavimentada.

Diante da insistência do baobá em sobreviver, o proprietário nos consultou sobre a possibilidade desse tronco voltar a viver e orientamos o seu replantio na mesma área onde se encontrava e ele voltou a emitir raízes, ramagens e folhas e hoje ocupa seu antigo local onde vegeta deslumbrante e imponente.


Frutos Comestíveis de Cactos

A família Cactaceae no Brasil possui uma quantidade razoável de espécies, cerca de 230, distribuídas em 36 gêneros. Algumas dessas espécies e de outras exóticas introduzidas possuem frutos comestíveis como é o caso do: figo-da-india (Opuntia fícus-indica), ora-pro-nobis (Pereskia spp.), mandacaru (Cereus jamacaru), palmatória-da-praia (Opuntia monacantha), palmatória-do-paraguai (Opuntia paraguaiyensis), facheiro-da-praia (Pilosocereus arrabidae), pitaia (Hylocereus spp.) pitainha (Seleiocereus setaceus), entre outras com predominância no biomas  caatinga, cerrado e restinga.


Figo-da-índia

Fruto da figueira- da- índia, uma planta xerófita originária de regiões áridas do México, apesar do nome, de 3-5 m de altura cultivada no Brasil, contendo filocládios ramificados espinhosos. Flores solitárias grandes diurnas. Frutos tipo baga  de cor vermelha ou alaranjada com polpa suculenta com muitas sementes e de sabor doce, consumidos in natura e que amadurecem no verão (LORENZI et all, 2006). Possui alto teor de fibras, vitamina A e ferro. Além de alimentícia tem sido amplamente utilizada como uma opção forrageira no semiárido, juntamente com outras palmas forrageiras como Opuntia sp. e Nopalea cochenillifera.

Palmatória-da-praia

Uma planta rústica, espinhosa muito comum nas restingas litorâneas, desde Sergipe até o Rio Grande do Sul. Trata-se de uma fruteira de porte sub-arbustivo, suculento ereto ou decumbente de 1-3 m de altura, não cultivada, exceto como ornamental, com filocládios grossos e espinhosos, contendo flores solitárias, diurnas, andróginas. Frutos do tipo baga alongados com polpa suculenta globoso de cor verde no ápice e placenta amarelada na base, de sabor levemente doce (LORENZI et all, 2006).

Mandacaru

Fruteira pouco cultivada, porém muito abundante em seu habitat natural, na região semiárida do Nordeste. Tronco curto com caule tipo cladódios ramificado, com flores solitárias noturnas e frutos do tipo baga deiscente, com abertura longitudinal contendo polpa farinácea e suculenta de sabor levemente doce. (LORENZI et all, 2006).



Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 102 /104 /371.

Jacarandás

 

Temos no Brasil algumas espécies muito especiais de jacarandás, algumas ameaçadas de extinção como é o caso do jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra Vell.) pertencente á família Fabaceae, árvore ornamental frondosa de de 15-25 m de altura, com tronco de 40-80 cm de diâmetro, que ocorre na floresta pluvial atlântica, na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, cuja madeira, atualmente rara, tem sido apenas utilizada para mobiliários de luxo e instrumentos musicais  (Lorenzi et all, 2002).

Além do jacarandá-da-bahia, ocorrem outras espécies de jacarandás nativos, à exemplo do Dalbergia miscolobium Benth, conhecida popularmente como jacarandá-do-cerrado ou caviúna-do-cerrado, com porte mais reduzido, encontrada no bioma cerrado.

Entre as exóticas notáveis temos o jacarandá-mimoso, uma espécie da família Bignoniaceae, (Jacaranda mimosifolia D Don), uma árvore extremamente ornamental, originária da Argentina, Bolivia e do Paraguai, cujo porte de 12-15 m de altura, folhas opostas, compostas, bipinadas, contendo belas flores azul-violetas e corola do tipo campanulada.

Podendo ser usadas em arborização de ruas, parques e jardins, entretanto suas flores apresentam maior profusão em regiões mais distantes do litoral (Lorenzi et all, 2003).

Árvores Brasileiras (Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Nativas do Brasil), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2002., vol1, 4.ed, p.215,  ISBN 85-86714-16-X.

Árvores Exóticas no Brasil (madeireiras, ornamentais e aromáticas), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2003.p.102  ISBN 85-86714-19-24