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O Bambu-gigante

Planta da família das gramíneas, no caso o seu maior representante em altura. A maioria das espécies é originária da Ásia e das mais de 1200 espécies catalogadas a maioria cresce apenas nos primeiros anos de vida. Nativos da Ásia tropical e sub-tropical, os bambus crescem em todas as latitudes, desde os trópicos até às regiões frias e desde o nível do mar até 3.400 m de altitude, preferindo "habitats" húmidos e quentes.

Os bambus são gramíneas perenes pertencentes á sub-família Bambusoides, da família Poaceae. Há cerca de 90 géneros e 1000 espécies de bambus. Depois de adulto, o bambu deixa de crescer e forma muitos brotos, gerando um conjunto impenetrável. Algumas espécies florescem apenas uma vez, geralmente com idade mais avançada, entre 80 e 120 anos, e depois morrem. Os bambus são muito importantes para a humanidade e existem mais de 1000 maneiras de utilização do bambu.

Nas primeiras semanas o crescimento dos bambus é muito rápido, tendo sido registado, cerca de 20-30 cm de crescimento vertical, por dia, nos primeiros 6 dias de crescimento. No final da estação de crescimento atingem perto de 15 m de altura, expandindo as folhas, por destacamento completo da baínha.

Estima-se que os bambus detêm o recorde absoluto de velocidade de crescimento nas espécies vegetais, conseguindo alguns atingir um metro de crescimento por dia.

 

Nome Popular: Bambu-gigante, bambu-balde.

Nome Científico: Dendrocalamus giganteus

Família: Poaceae (Graminae)

Elocubrações Gongóricas

Desde a minha adolescência, sempre fui fascinado pela literatura medieval ou quinhentista (1561/1627).

A Escola Gongórica, capitaneada por Luis de Góngora e Argote, intelectual espanhol da Idade Média, que liderou o estilo que valorizava a forma de redação, em detrimento do seu fundo, nos induziu a sua apreciação pela riqueza de vocábulos.

Góngora em suas incursões linguísticas transbordava conhecimento utilizando figuras metafóricas, às vezes hiperbólicas ou prosopopeias, sem a mínima preocupação com o real significado do texto.

Ao longo das minhas modestas andanças pela seara literária vieram-me à mente, trechos de memoráveis discursos proferidos pelo colega Engenheiro Agrônomo Altenides Caldeira Moreau, na Escola Agronômica da Bahia, localizada em Cruz das Almas, ainda na década de sessenta quando cursávamos Agronomia. Moreau esbanjava a verborreia em frases memoráveis, como: “Os homens se contendem pelas protuberâncias conexas da apologética.”

Outros não tão gongóricos, diria, mais para “Barroco Científico” nos brindou Euclides da Cunha (1866-1909) em sua obra prima Os Sertões, onde Euclides, um militar e republicano polêmico, recrimina o ufanismo exacerbado da sociedade brasileira da época. Nessa fase sua obra deu início a um período literário cognominado Pré-Modernismo. Euclides dividiu sua obra, Os Sertões, uma narrativa poderosa do conflito histórico da Guerra de Canudos, em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. Referindo-se ao Homem, assim descreve Euclides: “O sertanejo é, antes de tudo um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral”.

Na minha passagem por Cruz das Almas, nos idos de sessenta, ainda jovem e cursando o 3º ano científico no Colégio Alberto Torres, tive o privilégio de conhecer o Professor Floriano Mendonça, que lecionava Português no colégio e Entomologia na Escola Agronômica e naquela oportunidade tentei exercitar um final de texto próximo, não exatamente ao gongórico, mas para barroco científico. Certa feita, no transcorrer das aulas de português, o professor nos desafiou ao passar para a classe um trabalho sobre o Poeta Castro Alves, como já conhecia suas obras geniais, embora superficialmente, debrucei-me sobre o porão do “Navio Negreiro” e mergulhei nas “Espumas Flutuantes” e após redigir uma folha inteira de papel pautado, conclui a dissertação, enaltecendo o poeta, dessa forma:

Hoje, no lúgubre Campo Santo, limitado a um tétrico sarcófago, seus despojos jazem. O transpasse paralisou a matéria, todavia a sua magnifica verbi o imortalizou.


Feneceu o homem!

O poeta vive!

O fato me valeu uma nota máxima e certamente me foi também útil no julgamento da prova de português do meu vestibular, sem contar com o prestígio obtido e inegavelmente importante, com o querido mestre nas notas da disciplina Entomologia Agrícola do curso universitário da Escola Agronômica da Bahia.

Retornando a um aparente formato de gongorismo plebeu e na verdade, corroborando com que costumava repetir o primo Euler Pizzi, de saudosa memória: “No cotidiano da nossa existência, não há nada como não resta dúvida e assim como são as pessoas, são todas as criaturas. Afinal de contas, nessa vida, invariavelmente, tudo é lucro, é só não cair no artigo, nem proceder”.

 

Antonino Campos de Lima.


A umbaúba

 

Uma árvore nativa do Brasil, atualmente pertencente à família Urticaceae, anteriormente, Moraceae e Cecropiaceae, não endêmica no nosso país, é uma planta extremamente invasora e vegeta, muito comumente em margens de cursos de água, ou surgem em terras devolutas ou em beira de estradas.

Também conhecida popularmente por embaúba, imbaúba, árvore-da-preguiça, ou caxeta e cientificamente por: Cecropia peltata. C. pachystachya, C. hololeuca, C. glaziovii, C. latiloba, entre outras espécies.

A Cecropia peltata, vegeta mais na Região Amazônica, atinge altura de 25m, enquanto as demais espécies são de menor porte.

A Cecropia pachiystachya tem de 4-7m de altura e ocorre comumente na Região Nordeste desde o Ceará, estendendo-se até  Sta. Catarina , atingindo ainda até o Pantanal de Mato Grosso. Nos Estados da Bahia e Sergipe ela é popularmente conhecida por umbaúba, enquanto em outros Estados, como no Ceará, por exemplo, é conhecida por toré e torém, embaúva em Mato Grosso do Sul, já na Paraiba, é conhecida por embaúba.

Essa umbaúba possui folhas bastante lobadas, digitadas a ovadas, variando de dez a cinquenta centímetros de largura, verde escuras na face superior e branco na face inferior e sua copa tem forma de taça.  De modo geralpossuem tronco delgado, atingindo em algumas espécies, até cinquenta centímetros de diâmetro, oco, dividido nos nós conspícuos e cicatrizes estipulares e grandes cicatrizes em forma de "U" e sua casca é de cor cinza e em algumas espécies avermelhada, usados em algumas regiões até para confecção de calhas ou tubos. Flores femininas contendo quatro espádices por inflorescência que podem produzir centenas de pequenos frutos com uma só semente cada.

Frutifica de novembro a abril. Os frutos finos, alongados e quando estão maduros a polpa fica estufada e macia. Os frutos tem gosto de doce de figo e podem ser consumidos in natura, mastigando e expelindo um bagaço  fibroso com as sementes que devem ser cuspidas.

Atrai grande número de pássaros e a arvore é usada até como ornamental além de servir como alimento principal do bicho preguiça. Outra curiosidade dessa espécie é possuir uma simbiose com formigas do gênero Asteca, que utilizam o seu tronco para nidificar (criar ninhos) nos entrenós, em troca oferecem proteção para árvore.

Como se trata de árvore cosmopolita, facilmente encontrada na maioria dos biomas, ao contrário do que muitos pensam, está espécie é erroneamente conhecida como acumuladora de água, até pelo fato de possuir seu tronco oco, quando na verdade ela tem a capacidade de sintetizar água através de suas raízes, onde o seu sistema radicular faz a captação dessa água do solo durante o dia e distribuído para parte aérea da planta onde é usada durante os processos metabólicos. A noite toda essa água que foi distribuída volta para o seu sistema radicular, permitindo a extração través das raízes. Normalmente o melhor horário para captação é ao nascer do sol, quando a planta libera mais liquido pelo seu sistema radicular.