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A AEASE e as Questões da Arborização Urbana de Aracaju

     Desde os primórdios da fundação da cidade de Aracaju quando o Engenheiro Militar e Urbanista, que desde 1948 servia na Província, Capitão Sebastião José Basílio Pirro, conhecido por Engenheiro Pirro, que a projetou, resolveu descer a colina de Santo Antonio em direção ao litoral sul, idealizando o seu traçado geométrico na parte baixa da cidade, iniciava-se um dos grandes problemas para a futura arborização da cidade, já que mais de 90% da área urbana estava planejada para ser edificada praticamente no nível do mar, com um lençol freático muito elevado ocasionando até hoje, sérios problemas para o sistema radicular das ‘arvores que na sua maioria, provocam a elevação dos pisos pavimentados nos passeios públicos e residências.
     Como se não bastasse a limitação subterrânea as árvores, de modo geral tiveram de conviver com uma limitação aérea muito grande que se chama rede elétrica, já que Aracaju não dispõe de postes adequados para a sua convivência. Os postes deveriam ser substituídos por outros mais elevados permitindo a arborização abaixo ou de  tamanho menor que se posicionassem por baixo das copas produzindo uma iluminação de melhor qualidade e deixando os galhos arbóreos crescerem mais abundantemente, como ocorre em muitas metrópoles Brasileiras. Existem cidades cuja rede elétrica já conta com fiação elástica capaz de conviver com as copas arbóreas, evitando tanto a sua mutilação parcial como a terrível abertura de verdadeiros túneis na sua parte aérea.
     Além da inadequação dos postes e da fiação, a rede telefônica também gera o mesmo problema já que sua fiação utiliza os mesmos postes de iluminação pública.
     Toda essa limitação aliada ás questões urbanísticas de passeios estreitos, recuos de edificações inadequados e abaixo da recomendação do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), fizeram com que Aracaju no seu Centro Histórico fosse obrigada a ampliar as suas calçadas para permitir o plantio de essências arbóreas adequadas, como ocorreu na década passada, nas principais ruas do centro da cidade, já que elas necessitam de espaço para formação de sua copa.
     Inúmeras manifestações de protesto com relação a “poda predatória”, das arvores da cidade existiram há muitas décadas, a imprensa  até comentava oportunamente, atitudes de outros prefeitos municipais que em épocas passadas relegavam a segundo plano a importância da arborização das cidades chegando a dizer que” lugar de árvore é no mato ,na cidade tem que ter poste”. Sabemos que essas manifestações da nossa imprensa são da maior relevância e criam uma consciência crítica necessária para minimizar os efeitos da poda drástica na nossa arborização, entretanto vale ressaltar que os atuais dirigentes não podem fazer milagres com relação ao sistema de poda adotado em virtude das suas limitações com relação aos recuos das edificações, da rede elétrica existente e demais obstáculos que contribuem para dificultar a convivência da árvore com o meio urbano.
     A poda rigorosa na arborização da cidade e as manifestações oportunas da comunidade em geral nos remetem a questões muito importantes sobre a arborização de Aracaju que está a merecer uma ampla discussão que analise não apenas os sistemas de poda, mas a essência arbórea adequada, a forma de plantio, tamanho da muda, a manutenção, enfim todo o conjunto de informações técnicas necessárias ao planejamento da arborização, de preferência envolvendo não só a Prefeitura Municipal, como as instituições públicas e privadas que direta ou indiretamente estejam envolvidas com as questões da Arborização urbana.
     Atualmente o trabalho de elaboração de inventários da vegetação, que seria a primeira etapa do planejamento da arborização urbana já conta com tecnologias mais precisas mediante a utilização de geoprocessamento e sensoriamento remoto uma ferramenta importante que já vem sendo utilizada no Brasil para diversas finalidades inclusive para estudos ambientais no meio urbano. Essas ferramentas oferecem uma visão de macroescala, facilitando a representação e a análise de áreas que estão constantemente sujeitas as intervenções humanas. Sabemos que muitas são as informações que podem ser obtidas do geoprocessamento e do sensoriamento remoto e dentre elas destaca-se, a temperatura aparente da superfície, a quantificação e qualificação de áreas verdes. Segundo Moreira, 2005, a videografia aérea tem grande destaque no estudo do ambiente urbano permitindo o levantamento de uma gama de informações importantes e de alta resolução.
     A AEASE (Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe), em diversas oportunidades participou de debates e colaborou com a Prefeitura Municipal de Aracaju, no planejamento e na recomendação de uso  de essências arbóreas para a arborização da cidade. Na gestão do colega Roberto da Costa Barros, ainda na década de sessenta (1968/1970), em convênio com o IBDF, a AEASE teve oportunidade de estimular o plantio de essências arbóreas na cidade e  notadamente na última gestão, como representante da AEASE, participamos, juntamente com a EMBRAPA e UFS, da revegetação do Parque da Sementeira no pertinente á formação de bosques poliespecíficos, com exemplares da Mata Atlântica e essências exóticas tropicais adaptadas.
     Recentemente, a AEASE foi convidada a participar do Comitê Municipal de Arborização nos indicando como seu representante. Dessa forma a Associação terá oportunidade para contribuir, ainda mais, de forma  oficial e efetiva com o planejamento e a gestão da Arborização Urbana da nossa capital.

Por Antonino Campos de Lima

A AEASE e o Ensino da Engenharia Agronômica

     No dia 07/07/1969, na gestão do Engenheiro Agrônomo Roberto da Costa Barros, por iniciativa da presidência foi lida uma solicitação da Diretoria do Colégio Agrícola Benjamim Constant, Of.nº 212 de 21/06/1969, que pleiteava o empenho da AEASE para associar-se em uma luta em prol da criação de uma Escola de Agronomia em Sergipe. Sensibilizado com a idéia da Escola Agronômica em Sergipe, o Presidente da AEASE solicitou que o representante do Colégio Agrícola Benjamim Constant, presente á reunião, entidade que através o seu Diretor havia solicitado a reunião, se manifestasse sobre o pleito. O Engenheiro Agrônomo Abelardo Monteiro, que representava o Colégio Agrícola na reunião leu, na oportunidade, inúmeros expedientes de diversas autoridades em apoio á criação da Escola de Agronomia em Sergipe. Franqueada a palavra diversos associados da AEASE, como Raimundo Àvila, José Luiz de Gois, Edimilsson Machado de Almeida, Manoelito Figueiredo, José Barreto de Souza, José Figueiredo Melo,  Carlos Roberto de Rezende, Nilton de Araujo Fontes, Francisco Alves e Manoel Messias Santos, tendo a grande maioria dos manifestantes, após argumentações sólidas e sempre questionando na época a absoluta falta de condições no Estado para abrigar um empreendimento de tal envergadura,já que a própria Universidade Federal de Sergipe estava ainda em fase de criação, a proposta foi colocada em votação e por maioria dos presentes foi derrotada, ficando bem evidente que a ASA não era contra uma Escola de Agronomia em Sergipe, porém,naquele momento entendia ser absolutamente impossível.
     Vinte anos após essa tentativa de criação de um Curso de Engenharia Agronômica em Sergipe, a Universidade Federal de Sergipe, nessa época já mais estruturada iniciou uma campanha, nascida no Departamento de Biologia do CCBS e apoiada pela Reitoria, visando operacionalizar a criação do Curso de Engenharia Agronômica e o seu respectivo Departamento. Inicialmente foi criado o NEA (Núcleo de Estudos Agrários) para assumir a coordenação do curso, posteriormente a UFS, á pedido do NEA, absorveu o passivo do Planalssucar / IAA, por extinção desse órgão, passando para o NEA/ UFS, não só o pessoal técnico, como todo o passivo imobiliário, fato que reforçou a sua estrutura interna. Posteriormente, mediante contatos com a administração do Ministério da Educação e com os dirigentes do Colégio Agrícola de São Cristóvão, foi cedida por doação a UFS, uma área de aproximadamente 100 tarefas para servir de apoio às pesquisa que o NEA estava desenvolvendo com cana-de-açúcar, mediante convênio com a RIDESA, Rêde Interuniverssitária de Pesquisa Sulcroalcooleira. A área do Colégio Agrícola serviria também para que pudéssemos dar início aos trabalhos de implantação do Curso de Agronomia.
     No início da década de 1990, o NEA, apoiado pela Reitoria iniciou os seus primeiros contatos com as instituições do setor primário e com a AEASE, visando a consolidação desse projeto, agora bem mais estruturado e capaz de levar avante o sonho de implantação do Curso de Engenharia Agronômica em Sergipe. Dessa feita a própria AEASE, que há vinte anos atrás havia rejeitado a idéia por razões já citadas, entendeu a importância do curso e passou a apóia-lo.
     Mais recentemente a AEASE desencadeou novamente a discussão do ensino agronômico no Estado, dessa feita questionando a criação do Curso Especial de Engenharia Agronômica, criado pela Universidade Federal, em convênio com o INCRA e o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, voltado para os assentados rurais, ligado ao MST, cujas aulas estavam sendo ministradas no Campus Rural da UFS e no assentamento Quissamã, no município de São Cristóvão/SE.  A justificativa da UFS para criação do novo curso foi a de “atender a uma parcela da comunidade que historicamente vinha sendo excluída e que segundo o INCRA, existem em Sergipe 150 assentamentos rurais e mais de 800 em todo o nordeste.”.
     A AEASE, apesar do seu grande esforço, tentando juridicamente impedir a criação por entender desnecessária, já que o a UFS já contava com um Departamento de Engenharia Agronômica atuante e bem estruturado, podendo atender a mais essa demanda ao invés de criar um novo curso, não tendo logrado êxito, pelo menos cumpriu o seu papel social de alertar a classe para a necessidade de concentrar os esforços onde já existe um núcleo forte, primando sempre pela qualidade do ensino. 

Por: Antonino Campos de Lima

Perigo de extinção da árvore símbolo de Aracaju no parque Augusto Franco

O Parque Augusto Franco, também conhecido por “Parque da Sementeira” tem sido vitima de pessoas da comunidade que insistem em retirar cascas de troncos de cajueiros, nossa Árvore Símbolo de Aracaju, para preparação de remédios caseiros. 
Segundo a farmacopeia popular o material serve para cicatrização de feridas, entre outras utilidades, o que não está cientificamente comprovado.
Além de remover as cascas dos cajueiros essa operação é realizada retirando-as em forma de anel o que provoca a morte da planta pela interrupção na circulação da seiva elaborada que alimenta todo o sistema radicular.
São na grande maioria cajueiros adultos plantados há mais de cinquenta anos que produzem alimentos de qualidade destinados principalmente à alimentação complementar de parte da fauna que frequenta o parque, que estão sendo dizimados pela prática incorreta de pessoas que extraem essas cascas para resolver problemas de saúde.
A Prefeitura Municipal de Aracaju, através da sua Secretaria de Meio Ambiente, da EMSURB (Empresa de Serviços Urbanos), a AEASE (Associação de Engenheiros Agrônomos) e o Comitê Municipal de Arborização Urbana, preocupados com a gravidade do problema vêm de público apelar para a consciência dessas pessoas no sentido de evitarem essa prática criminosa sob  pena de perdermos esse precioso patrimônio do nosso Parque.
A Guarda Municipal já está ciente do problema e tomará as medidas cabíveis visando evitar a continuidade dessa abominável prática contra o patrimônio genético do Parque Augusto Franco.

Por Antonino Campos de Lima

AEASE e Sua Representatividade Social

     A AEASE, sempre manteve forte integração com as Instituições Públicas do Estado de Sergipe, participando de Grupos de Trabalho, Conselhos, Comissões Técnicas, Comitês, enfim sempre esteve presente e ou representada nos mais importantes momentos históricos de Sergipe, notadamente naqueles alusivos ao desenvolvimento da nossa agropecuária.
     Na atualidade a Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe, além de se fazer presente nas mais importantes solenidades públicas, se faz representar em diversas instituições mediante indicação de seus associados e ou participa com seus associados como representantes de outras instituições,a exemplo de:
Engenheiros Agrônomos Conselheiros junto ao CREA/SE.
Conselheiros junto ao CREA/SE, representantes da AEASE: 

1 - Titular- João Bosco de Andrade Lima Filho- Que também é o Coordenador da Câmara de Agronomia
       Suplente- Maria Aparecida Andrade Nascimento;
2 - Titular- Francisco Alves dos Santos
       Suplente- João Quintiliano da Fonseca Neto;

B - Conselheiros junto ao CREA/SE, representantes do CESE- Clube de Engenharia de Sergipe:
      1-  Titular- Antônio Paulo Feitosa          
            Suplente- Mario Jorge Maia de Magalhães.

C-  Conselheiros junto ao CREA/SE, representantes da UFS / DEA. 
       1-  Titular- Emmanuel Franco Filho
            Suplente- Givaldo Hipólito Dantas;

II- Comissão Estadual de Agrotóxico-CEA/SE
          Titular- Maria Eugênia Ramos
          Suplente- Remi Bastos Silva;

III-  Comissão da Produção Orgânica do Estado de Sergipe-CPOrg/SE:
         Titular- Jodemir Antônio Pires Freitas        
         Suplente- Paula Yaguiu;

IV-  Comissão Estadual de Sementes e Mudas de Sergipe- CESM/SE:
         Titular- Zorilda Gomes dos Santos
         Suplente- João Emídio Filho;
 
V-  Comitê Consultivo de Arborização do Município  de Aracaju:
         Titular- Antonino Campos  Lima

         Suplente- Francisco Ney Macedo Maia.

Por Antonino Campos de Lima

A sombra das amendoeiras, benefícios e ônus

A nossa conhecida amendoeira, (Terminalia catappa) árvore exótica da Família Combretaceae, também conhecida por sete-copas,  amendoeira-da-praia ,chapéu de sol, castanhola,  é originária  da Malásia,   embora sua origem seja controversa, estando a Índia e a Nova Guiné entre as hipóteses apontadas. Em Angola é conhecida como figueira-da-índia.
Freqüentemente cultivada e muito característica do litoral brasileiro, a partir da  região sudeste, pois necessita de calor para se desenvolver.   É uma árvore de grandes dimensões que pode atingir mais de 35 m de altura. É cultivada como árvore ornamental e os seus frutos são comestíveis, embora um pouco ácidos.  A sua madeira é vermelha, sólida e resistente à água. 
A semente muito dura, envolve a amêndoa alongada considerada na Índia a melhor das nozes do país. Desenvolve-se perfeitamente nos terrenos salgados, arenosos e resiste ao efeito dos ventos, sendo uma das plantas mais recomendas  para a região litorânea.
As amendoeiras, como a maioria das árvores, proporcionam várias funções essenciais à vida humana, melhorando notadamente as condições do meio, contudo pelo fato de ser um vegetal de folhas caducas, em determinadas épocas do ano ela perde as suas folhas que apresentam um razoável volume causando um desagradável aspecto á cidade. 
Aracaju possui uma quantidade razoável de amendoeiras em sua área urbanizada, temos ainda na cidade um déficit de arborização em consequência de diversos fatores que vão dos ambientais, (solo, clima, salinidade) até os fatores conjunturais (legislação urbana, código de urbanismo, estrutura), que dificultam a política de arborização da cidade.
Será que vale a pena sacrificar as nossas amendoeiras frondosas, que tanta sombra e despoluição proporcionam nessa cidade onde o aquecimento global, cada vez mais intenso, tornam o nosso ambiente inabitável, pelo fato de contribuírem para aumento de folhas secas nas vias urbanas? 
Acho que vale a pena, enquanto não temos essências arbóreas nativas capazes de substituí-las ainda, mantermos um serviço de varrição mais intenso e convivermos em harmonia com as nossas amendoeiras.


Por: Antonino Campos de Lima – Engenheiro Agrônomo.

Introduão de Espécies Árboreas em Aracaju

Aracaju foi predominantemente urbanizada sobre restinga, manguezal aterrado, viveiros de peixes, salinas e com raras elevações nas zonas norte e oeste da cidade.     Seu crescimento sempre voltado mais para a zona sul tem ocasionado verdadeiro desafio para implantação do seu recobrimento florístico, em virtude das condições edafoclimáticas desfavoráveis.
O solo que predomina na cidade compreende formações sedimentares, dos tipos: Areia Quartzosa Marinha (Dunas), Areia Quartzosa Hidromórfica,  Podzol , Glei Pouco Húmico,  Solonchak  e  Solos Indiscriminados de Mangue.(Embrapa Solos, 1982). Todos de péssima qualidade no que concerne à textura e fertilidade. Aracaju foi urbanizada praticamente em solos de recuo marinho, podendo ser utilizados somente com correção do pH, adubação química e orgânica, daí a necessidade de uso habitual de terra vegetal fertilizada.
A vegetação nativa arbórea teve como origem as florestas de restinga, campos hidrófilos e higrófilos de várzea e manguezais e como principais espécies predominantes algumas árvores de variado porte, com copas largas e irregulares a exemplo do pau-pombo, (Tapirira guianensis); cajueiro (Anacardium occidentale); maçaramduba (Manilkara salzmanii); mangabeira (Hancornia speciosa Gomez); muricí-da-praia (Byrsonima sp); angelim-doce (Andira fraxinifolia); coqueiro (Cocos nucifera); araçá-amarelo (Psidium catleyanum), entre outras.
O clima, Segundo a classificação de Kôppen, é de regime tropical chuvoso com precipitação pluviométrica média anual normalmente superior a 1.250 mm.
As condições edáficas, associada à sua altitude geográfica que em média não ultrapassa a quatro metros do nível do mar, podendo em alguns locais, apresentar seu lençol freático a menos de um metro, têm dificultado enormemente a introdução de novas espécies arbóreas na área urbana.
Além das questões do solo e da sua altitude, o clima, apesar da quantidade pluviométrica satisfatória, apresenta um regime irregular, com estiagens prolongadas na primavera e no verão exigindo irrigações frequentes das mudas plantadas. Não bastassem os problemas climáticos e edáficos, temos na maior parte da cidade,  calçadas estreitas que impedem, tanto a acessibilidade dos pedestres, como a introdução de árvores que atendam satisfatoriamente as necessidades de sombra, despoluição e conforto ambiental. Temos um Código de Urbanismo que permite recuos de edificações que dificultam o pleno desenvolvimento das copas arbóreas, rede elétrica aérea baixa, serviços de distribuição de água, esgoto, gás, telefonia concorrendo com os sistemas aéreo e subterrâneo das plantas, além do vandalismo de pessoas menos orientadas da população urbana.
As condições adversas citadas exigem cuidados especiais na seleção de espécies para compor a arborização urbana. Algumas das características importantes são: a necessidade de priorizar espécies de porte pequeno a médio; com boa adaptação a solos arenosos e pobres; resistentes; com longevidade satisfatória; floração abundante; desenvolvimento rápido; fácil reprodução e copa ornamental e de preferencia uma boa condição higrófila. Evidente que todos os requisitos citados não serão ainda suficientes se não houver prévia experimentação no campo, daí a necessidade de um espaço na cidade, à exemplo do Parque Augusto Franco, também conhecido por Parque da Sementeira, onde se possa plantar e observar o comportamento das novas espécies introduzidas.
Quanto à condição de origem, a árvore preferentemente deverá ser nativa, embora não devemos excluir o plantio de muitas das exóticas introduzidas que em determinados locais têm se comportado melhor do que as nativas. Podemos citar como exemplos a casuarina (Casuarina equisetifolia), atualmente a única espécie arbórea capaz de suportar a salinidade do nosso litoral, usada na arborização de orlas e condomínios de praia e como cerca viva; o ipê-rosa-de-el-salvador, (Tabebuia pentaphyllal), outra árvore exótica que tem apresentado melhor desenvolvimento que os ipês nativos na cidade; o nim-indiano (Azadirachta indica), cuja adaptação foi tão expressiva que tornou-se epidêmico; flor-de-abril ou dilênia (Dillenia indica) que tem apresentado bom desenvolvimento; chuva-de-ouro (Cassia fistula); cássia-rosa (Cassia javanica); pata-de-vaca (Bauhinia monandra); espirradeira (Nerium oleander); murta (Murraya paniculata ); grevilha (Grevillea banksii ); pau-de-formiga (Triplaris caracasana); cocoloba (Coccoloba uvifera), espécie recomendável para zona litorânea; jamelão (Syzygium cumini); jambo-vermelho (Syzygium malaccense); escova-de-garrafa (Callistemon viminalis); amoreira-preta (Morus nigra); algodão-da-praia (Hibiscus tiliaceus);  algodão-do-litoral (Thespesia populnea), entre outras que apesar das condições desfavoráveis têm apresentado uma adaptação bastante satisfatória.
    
   
Árvores nativas tolerantes a alagamentos
(plantas higrófilas)


NOME POPULAR
NOME CIENTÍFICO
FAMÍLIA
PORTE
açoita-cavalo
Luehea divaricata
Tiliaceae
15-25 m
algodão-de-brejo
Hibiscus pernambucensis
Malvaceae
3-6 m
almecegueira-de-brej
Protium spruceanum
Burseraceae
8-14 m
amescla
Protium heptaphyllum
Burseraceae
10-20 m
angélica
Vochysia glaberrima
Vochisiaceae
4-10m
angelim-coco
Andira legalis
Fabaceae
4-7 m
angelim-de-morcego
Andira nitida
Fabaceae
2-12 m
angelim-falso
Abarema jupumba
Fabaceae
10-30 m
angelim-rosa
Andira fraxinifolia
Fabaceae
6-12 m
angico-de-bezerro
Piptadenia moniliformis
Fabaceae
4-9 m
araçá-da-praia
Psidium cattleianum
Myrtaceae
3-6 m
araticum-de-brejo
Annona glabra
Annonaceae
5-10 m
araticum-verdadei.
Annona salzmannii
Annonaceae
6-20 m
arco-de-pipa
Erythroxylum pulchrum
Erythroxilaceae
3-10 m
aroeira-do-campo
Myracrodruon urundeuva
Anacardiaceae
5-20 m
aroeira-salsa
Shinus mole
Anacardiaceae
4-8 m
aroeira-vermelha
Shinus terebinthifolius
Anacardiaceae
5-10 m
bacupari
Rheedia gardneriana
Clusiaceae
5-7 m
bacupari-da-mata
Garcinia acuminata
Clusiaceae
7-16 m
bacupari-liso
Garcinia brasiliensis
Clusiaceae
5-13 m
baga-de-morcego
Allophylus petiolatus
Sapindaceae
3-6 m
baga-de-pomba
Erythroxylum deciduum
Erythroxylaceae
4-8 m
biriba
Eschweillera ovata
Lecythidaceae
4-18 m
Braúna-preta
Melanoxylon brauna
Fabaceae
15-25 m
cabana-de-ìndio
Simaba cedron
Simaroubaceae
4-12 m
cajueiro
Anacardium occidentale
Anacardiaceae
5-10 m
camboatá
Matayba guianensis
Sapindaceae
6-24 m
camboatã
Cupania racemosa
Sapindaceae
5-12 m
cambuí-grande
Eugenia copacabanensis
Myrtaceae
3-5 m
cambuizinho
Myrcia selloi
Myrtaceae
4-6 m
canafístula
Cassia grandis
Fabaceae
15-20 m
canela-chapéu
Licaria bahiana
Lauraceae
5-9 m
casca-de-anta
Drimys winteri
Winteraceae
4-8 m
casca-paratudo
Simaba cuneata
Simaroubaceae
3-6 m
cast.-do-maranhão
Bombacopsis glabra
Malvaceae
4-6 m
Cerejeira-do-mato
Eugenia involucrata
Myrtaceae
5-8 m
chichá
Sterculia chicha
Sterculiaceae
10-20 m
clusia-alagoana
Clusia nemorosa
Clusiaceae
4-6 m
clusia-baiana
Clusia hilariana
Clusiaceae
4-8 m
clusia-fluminense
Clusia fluminensis
Clusiaceae
4-9 m
coração-de-bugre
Maytenus robusta
Celasteraceae
6-12 m
craibeira
Tabebuia aurea
Bignoniaceae
12-20 m
embira-de-sapo
Deguelia hatschbachii
Fabaceae
4-8 m
embir-de-carrapato
Deguelia costata
Fabaceae
4-8 m
eritrina cris-de-galo
Erythrina crista-galli
Fabaceae
6-10 m
eritrina-corticeira
Erythrina falcata
Fabaceae
20-30 m
eritrina-do-litoral
Erythrina speciosa
Fabaceae
3-5 m
eritrina-suinã
Erythrina velutina
Fabaceae
8-12 m
estifia
Stifftia fruticosa
Asteraceae
4-6 m
estifia-branca
Stifftia parviflora
Asteraceae
4-8 m
faia-mirim
Emmotum affine
Icacinaceae
4-8 m
falsa-camélia 
Bonnetia stricta
Bonnetiaceae
3-5 m
faveira-de-wilson
Dimorphandra wilsonii
Fabaceae
12-15 m
faveira-vermelha
Dimorphandra jorgei
Fabaceae
10-30 m
fedegoso-do-mato
Senna silvestris
Fabaceae
5-20 m
fruta-de-pomba
Erytrroxylum deciduum
Erythroxylaceae
4-8 m
gonçalo-alves
Astronium fraxinifolium
Anacardiaceae
8-12 m
grageru
Crhysoballanus icaco
Crhysoballanaceae
4-10 m
grumixaba
Eugenia brasiliensis
Myrtaceae
10-15 m
guabiraba
Campomonesia xanthocarpa
Myrtaceae
10-20 m
guaçatunga
Casearia sylvestris
Flacourtiaceae
4-6 m
guaçatunga-grande
Casearia rupestris
Flacourtiaceae
4-7 m
guamiroba-roxa
Campomanesia dichotoma
Myrtaceae
4-10 m
Ingá-da-praia
Inga laurina
Fabaceae
10-20 m
Ingá-de-flor-verm.
Inga capitata
Fabaceae
4-14 m
Ingá-de-macaco
Inga edulis
Fabaceae
6-25 m
Ingá-do-brejo
Inga vera
Fabaceae
5-10 m
ingá-feijão
Inga marginata
Fabaceae
5-15 m
Ingá-ferradura
Inga sessilis
Fabaceae
12-20 m
ingarana
Zygia selloi
Fabaceae
3-5 m
ipê-amarelo
Handroanthus chrysotrichus
Bignoniaceae
4-10 m
ipê-amarelo-de-cerr.
Handroanthus ochraceus
Bignoniaceae
6-14 m
ipê-amarelo-pardo
Handroanthus serratifolius
Bignoniaceae
8-20 m
ipê-branco
Handroanthus roseu-albus
Bignoniaceae
7-16 m
ipê-roxo-sete folhas
Handroanthus heptaphyllus
Bignoniaceae
10-20 m
jaboticabeira
Myrciaria cauliflora
Myrtaceae
6-10 m
jacar.-boca-de-sapo
Jacaranda brasiliana
Bignoniaceae
4-10 m
jacarandeua
Zygia latifolia
Fabaceae
4-6m
jatobá-de-cerrado
Hymenaea stigonocarpa
Fabaceae
15-20 m
jenipapeiro
Genipa americana
Rubiaceae
8-14 m
jequitibá-vermelho
Cariniana rubra
Lecythidaceae
10-18 m
jitaí-peba
Brodriguesia santosii
Fabaceae
5-13 m
juazeiro
Ziziphus joazeiro
Rhamnaceae
5-10 m
laranjeira-do-mato
Allophylus sericeus
Sapindaceae
3-6 m
maçaranduba
Manilkara salzmannii
Sapotaceae
10-25 m
maçaranduba-rosa
Manilkara bidentata
Sapotaceae
8-28 m
mangabeira
Hancornia speciosa
Apocynaceae
5-7 m
maniçoba-do-ceará
Manihot glaziovii
Euphorbiaceae
3-10 m
maria-mole
Exostyles venusta
Fabaceae
6-12 m
marizeiro
Geoffroea striata
Fabaceae
6-12 m
mata-olho
Pouteria gardneriana
Sapotaceae
9-15 m
monguba
Pachira aquatica
Malvaceae
4-6 m
mônica
Vantanea bahiaensis
Humiriaceae
5-9 m
mororó
Bauhinia ungulata
Fabaceae
3-5 m
murici-da-praia
Byrsonima crassifolia
Malpighiaceae
3-6 m
muricí-do-campo
Byrsonima basiloba
Malpighiaceae
4-6 m
muricí-rasteiro
Byrsonima verbacifolia
Malpighiaceae
6-10 m
murta-vermelha
Allophylus edulis
Sapindaceae
6-10 m
oiticica
Licania rigida
Chrysobalanaceae
8-15 m
pata-de-vaca
Bauhinia forficata
Fabaceae
5-9 m
pau-amargo
Picrasma crenata
Simaroubaceae
6-12 m
pau-de-gaiola
Shefflera morototoni
Araliaceae
15-20 m
pau-de-tamanco
Tabebuia cassinoides
Bignoniaceae
6-12 m
pau-preto
Cenostigma tocantinus
Fabaceae
4-20 m
pau-santo
Kielmeyera marauensis
Clusiaceae
15-22 m
pimenteira
Licania parvifolia
Chrysobalanaceae
5-7 m
pindaíba
Xylopia brasiliensis
Annonaceae
10-30 m
pitangueira
Eugenia uniflora
Myrtaceae
6-12 m
pitombeira
Talisia esculenta
Sapindaceae
6-12 m
quina-quina
Coutarea hexandra
Rubiaceae
4-5 m
quixabeira
Sideroxylon obtusifolium
Sapotaceae
7-18 m
rabo-de-arara
Warszewiezia coccinea
Rubiaceae
4-8 m
saboeiro
Sapindus saponaria
Sapindaceae
5-9 m
sapucaia-mirim
Carpotroche brasiliensis
Flacourtiaceae
10-20 m
saputá / bacupari
Salacia elliptica
Hippocrateaceae
4-8 m
sete-cascas
Samanea tubulosa
Fabaceae
4-18 m
sumauma
Ceiba pentandra
Bombacaceae
30-40 m
tamanqueiro
Aegiphila selowiana
Lamiaceae
4-7 m
tarumã
Vitex sellowiana
Lamiaceae
4-9 m
timbó-branco
Albizia inundata
Fabaceae
5-8 m
trapiá / cabaceira
Crataeva tapia
Caparidaceae
5-12 m
trombeteira
Metternichia princeps
Solanaceae
5-10 m
urucú-da-mata
Bixa arborea
Bixaceae
6-11 m
  


  Árvores nativas não-higrófilas, passíveis de adaptação

       Além das seletivas higrófilas, algumas espécies seletivas xerófitas ou indiferentes podem apresentar boas perspectivas de adaptação como ocorreu com a craibeira (Tabebuia aurea), pau-brasil (Caesalpinia echinata), Ipê-branco (Tabebuia róseo-alba),entre outras.


NOME POPULAR
NOME CIENTÍFICO
FAMÍLIA
PORTE
angelim-falso
Abarema jupumba
Fabaceae
10-30 m
angico-de-bezerro
Piptadenia miniliformes
Fabaceae
4-9 m
brauna
Melanoxylon brauna
Fabaceae
15-25 m
chichá-do-cerrado
Sterculia striata
Sterculiaceae
10-20 m
craibeira
Tabebuia aurea
Bignoniaceae
12-20 m
hirtela
Hirtela  ciliata
Crhysoballanaceae
8-12 m
ipê-am.-do- cerrado
Tabebuia ochracea
Bignoniaceae
6-14 m
ipê-amarelo
Tabebuia chrysotricha
Bignoniaceae
4-10 m
ipê-branco
Tabebuia róseo-alba
Bignoniaceae
7-16 m
ipê-roxo
Tabebuia heptaphylla
Bignoniaceae
10-20 m
joão-mole
Guapira graciliflora
Nyctaginaceae
4-5 m
 lixeira
Aloysia virgata
Verbenaceae
4-6 m
olho-de-cabra
Ormosia arborea
Fabaceae
15-20 m
pau-brasil
Caesalpinia echinata
Fabaceae
8-12 m
sapucaia-mini
Lecythis lanceolata
Lecythidaceae
12-28 m
sapucaia-mirim
Eschweilera nana
Lecythidaceae
3-12 m
sucupira-da-praia
Bowdichia virgilioides
Fabaceae
8-16 m
tiborna
Himatanthus drasticus
Apocynaceae
3-7 m
velame
Aparisthmium cordatum
Euphorbiaceae
3-15 m


Arvores exóticas tolerantes a alagamentos
(higrófitas)

NOME POPULAR
NOME CIENTÍFICO
FAMÍLIA
PORTE
abio-roxo
Chrysophyllum cainito
Sapotaceae
15-18 m
algodão-da-praia
Hibiscus tiliaceus
Malvaceae
10-12 m
amoreira-preta
Morus nigra
Moraceae
7-12 m
astrapéia
Dombeya wallichii
Sterculiaceae
5-7 m
Cassia-rosa
Cassia javanica
Fabaceae
10-12 m
casuarina
Casuarina equisetifolia
Casuarinaceae
10-20 m
chuva-de-ouro
Cassia fistula
Fabaceae
10-15 m
cocoloba
Coccoloba uvifera
Polygonaceae
5-7 m
dilenia
Dillenia indica
Dilleniaceae
10-12 m
esc.-de-g-pendente
Callistemon viminalis
Myrtaceae
5-7 m
escova-de-garrafa
Callistemon imperialis
Myrtaceae
4-5 m
espirradeira
Nerium oleander
Apocynaceae
3-5 m
grevilha-anã
Grevillea banksii
Proteaceae
3-6 m
jambo-vermelho
Syzygium  malaccense
Myrtaceae
15-20 m
jamelão /manjelão
Syzygium  cumini
Myrtaceae
15-20 m
malva-rosa / papoula
Hibiscus mutabilis
Malvaceae
3-5 m
moringa
Moringa oleifera
Moringaceae
7-10 m
murta
Murraya paniculata
Rutaceae
5-7 m
nin-indiano
Azadirachta indica
Meliaceae
15-20 m
noni
Morinda citrifolia
Rubiaceae
5-9 m
pata-de-vaca
Bauhinia monandra
Fabaceae
5-7 m
pata-de-vaca-varieg.
Bauhinia variegata
Fabaceae
7-10 m
pau-de-formiga
Triplaris  caracasana
Polygonaceae
7-10 m
resedá / norma
Lagerstroemia indica
Lythraceae
3-5 m
tespésia /al.-do-litoral
Thespesia populnea
Malvaceae
6-8 m



    

Árvores exóticas não-higrófilas, passíveis de adaptação


NOME POPULAR
NOME CIENTÍFICO
FAMÍLIA
PORTE
baobá
Adansonia digitata
Malvaceae
7-10 m
Ipê-de-el-salvador
Tabebuia pentaphylla
Bignoniaceae
15-20 m


OBSERVAÇÃO:
Como Aracaju, encontra-se quase ao nível do mar, o uso de espécies higrófilas na arborização e no paisagismo da cidade, pode contribuir favoravelmente. As espécies de porte mais elevado são recomendáveis apenas para arborização de praças e parques.