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O Bredo-da-praia e seu uso na culinária

Planta herbácea suculenta, anual, prostrada, totalmente glabra, ramificada e com enraizamento nos nós formando tapetes na areia, nativa em ambientes de praia em quase toda a costa brasileira, principalmente no Nordeste. Possui folhas opostas cruzadas carnosas de 1-3cm de comprimento. Suas flores são em glomérulos solitários com flores brancas, sésseis e pedunculadas, axilares e terminais que também ocorre em solos salinizados e usada para fixação de dunas litorâneas, com perspectiva de ser uma promissora verdura para essas regiões onde ocorre de forma nativa (KINUPP; LORENZI.H, 2014).

O bredo-da-praia tem atividade antimicrobiana e anti-inflamatória e pesquisas em laboratórios do seu extrato etanólico apresentaram resultados para inibir e inativar o veneno da jararaca. Outra curiosidade sobre esta planta é que, pelo fato de ser uma planta do litoral, ao receber água do mar ela filtra o sal deixando-o armazenado em suas folhas.

USO NA ALIMENTAÇÃO

O bredo-da-praia, assim como o bredo-verdadeiro, se prepara de várias outras formas, a saber: salada de bredo-da-praia, onde as folhas e talos podem ser consumidos crus em pequenas quantidades ou branqueados e usados em refogados, bolinhos, omeletes, sopas e muitos outros pratos.

 Bredo-da-praia com ovo: é obtido após dourar alho e outros temperos na manteiga ou azeite em fogo baixo. Adicione em seguida uma quantidade de bredo-da-praia e misture. Quebre os ovos sobre o bredo misturando. Tampe a panela e cozinhe até pegar consistência ideal.

Bredo-da-praia refogado com arroz: é outra opção e é preparado cozinhando o arroz da forma convencional e refogando com temperos a gosto. Cozinhe em fogo baixo adicionando o bredo-da-praia e mexendo bastante a mistura. Caso queira mais salgado é só adicioná-lo a gosto.


Nome Popular: pirrixiu, capotiraguá
Nome Cientifíco: Blutaparon portulacoides A. St. Hil.
Família Botânica: Amaranthaceae


A cabeludinha

Fruta brasileira cultivada no Sudeste (Minas Gerais e Rio de janeiro). O vegetal possui porte arbustivo, 2-4 m de altura, copa densa, com ramos tocando quase no solo. Folhas cartáceas branco-tomentosas na face inferior. Flores reunidas em glomérulos axilares e frutos tomentosos contendo polpa suculenta e ácida e consumidos apenas in natura (Lorenzi et al, 2006).

Segundo a pesquisadora Graziela M. Barroso, essa espécie tem sido confundida com as espécies Eugenia Tomentosa Cambess. e E. Glomerata O. Berg que são espécies diversas.

Seus frutos maduros são globosos, casca grossa, cor amarela-canário, a polpa é translúcida, suculenta, doce e levemente ácida (adstringente). Em cada fruto contem 1 a 2 sementes grandes. Espécie frutífera e por isso atrai grande quantidade de animais, sendo muito útil na recuperação de áreas degradadas.

Por ser uma planta de bela arquitetura, pode ser usada nos trabalhos de paisagismo e arborização de praças e parques.

 

Nome Popular: cabeludinha, cabeluda, peludinha
Nome Cientifíco: Myrciaria glazioviana (Kiaersk) G. Barroso & Sobral
Família: Myrtaceae

 

 Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 224.

O durião

 

Fruto do durianzeiro, uma fruteira exótica de porte elevado, 12-28m de altura originária do leste da Malásia, recentemente introduzida no Brasil, principalmente no sul da Bahia e no Pará. Folhas simples, coriáceas glabras, na face superior e prateadas e bastante cobertas por pelos escamosos na inferior. Flores aromáticas, frutos do tipo baga, com casca lenhosa coberta de apêndices espinescentes, parecendo uma pequena jaca. Sementes grandes cobertas por um arilo carnoso com cheiro de enxofre e sabor característico (Lorenzi et al, 2006).

Considerado como o "rei das frutas",  o durian é distinguido por seu tamanho grande, forte odor e pela sua casca coberta de espinhos. A fruta pode crescer até 30cm de comprimento e 15cm de diâmetro, e normalmente pesa de um a três quilos, sua forma varia de oblongo a redondo, a cor de sua casca de verde a marrom e seu mesocarpo de amarelo claro a vermelho, dependendo da espécie.

O cheiro provoca reações fortes e comenta-se que a persistência de seu odor, que pode demorar por vários dias, levou ao banimento da fruta de certos hotéis e transportes públicos no Sudeste Asiático.  Pode ser consumido em vários estágios de amadurecimento, e as suas sementes também podem ser comidas quando cozidas.


Nome Popular: durião
Nome Cientifíco: Durio zibethinus Rumph. Ex Murray
Família: Malvaceae (Bombacaceae)

 

Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 432.

A grumixama

Uma fruta, nativa brasileira parente dos araçás, que ocorre desde o sul da Bahia até Santa Catarina na mata pluvial Atlântica. Trata-se de uma árvore perenifólia com copa piramidal densa medindo 8-15 m de altura. Folhas coriáceas ou cartáceas glabras nas duas faces. Flores solitárias axilares longo-pedunculadas. Frutos tipo drupa globosa, preto ou amarelo, contendo uma polpa expeça, firme, suculenta de sabor doce bastante agradável, consumido in natura.  A grumixameira por ter porte médio e copa piramidal é recomendada para arborização urbana e seus frutos são também consumidos pela avifauna (Lorenzi et al. 2006). Seu óleo essencial possui propriedades antirreumática, diurética, anti-inflamatória, além de ser ativo contra o Tripanosoma cruzi, em suas estruturas secretoras (Metcalfe; Chalk, 1950; Cronquist, 1981; Barroso et al., 1984).

A origem do nome grumixama, segundo o vocabulário Tupi-Guarani, provém de guamichã (o que pega na língua). A fruta é bastante palatável e com sabor inigualável, misto de pitanga e jabuticaba.


Nome Popular: grumixama, grumixaba, cumbixaba
Nome Cientifíco: Eugenia brasiliensis Lam.
Família: Myrtaceae

 

Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 191.

Donato, A. M. & Morretes, B. L.; Revista Brasileira de Farmacognosia, 2007. vol. 17. nº 3. 

A dilênia e seu uso na culinária

 

Árvore de caule ereto e espesso, com casca partida e descamante, grande copa, caducifólia, de 10-12m de altura, nativa na Ásia tropical. Folhas aglomeradas na região dos ramos, grandes, coriáceas, de margens denteadas, ásperas, com nervuras plissadas, de 16-24 cm de comprimento, de cor verde-claro, com pecíolo rijo. Flores axilares ou terminais, solitárias, de cor amarela ou alva, bastante aromáticas. O fruto é uma cápsula globosa, pêndula, indeiscente, de pericarpo duro e fino, circulada pelo cálice, que se torna carnoso. Contém numerosas sementes, envoltas em polpa gelatinosa. Fornece madeira de cerne compacto e resistente, própria para construção naval. (Lorenzi et al, 2003).

O imperador Dom Pedro II costumava implantar moedas nos frutos das “árvores-da-pataca” dos jardins do Palácio de Verão para afirmar as crianças que ali nascia dinheiro, daí o nome popular “árvore-do-dinheiro”.

A dilênia, pela sua formação de copa, folhas e frutos ornamentais e sua adaptação e rusticidade é sem dúvida uma espécie exótica recomendável para arborização urbana e paisagismo em geral, além do seu valor alimentício.

 

USO ALIMENTÍCIO

As sépalas podem ser comidas cruas ou cozidas, em forma de geleias e sorvetes ou na forma salgada. Suas pétalas também, quando jovens e abertas podem ser consumidas ou utilizadas para decorar pratos. O fruto dessa  árvore fica na sua parte interna contendo polpa mucilaginosa e sementes que ficam no interior do pseudofruto.   Pode ser usado para preparo de sucos, molhos, caipirosca, geleias, gratinadas ou vinagre quando fermentado. (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).

 

SUCO DE DILÊNIA

É preparado, após a limpeza da fruta deixando-a em água com cloro por 15 minutos, retire da solução clorada e lave-a em água corrente. Depois, sobre uma tábua e com uma faca afiada, corte a fruta ao meio, retire as sementes e a corte em pequenos pedaços. Bata no liquidificador, coe em uma peneira, adoce a gosto e sirva em seguida (ele oxida facilmente). Para isso, use apenas, 1 e ½ litro de água gelada, adoçante ou açúcar a gosto (SONIA, M. 2013).

 

GELÉIA DE DILÊNIA

É feita usando os cálices (sépalas) frescos e colocando no liquidificador para triturar, com um pouco de água. Em seguida coloque o suco de um limão que é antioxidante. Adicione metade de açúcar cristal em relação à quantidade de volume triturado. Coloque em seguida em fogo alto e mexa até dar o ponto certo. Ela pode ser utilizada como molho agridoce para carnes.


DILÊNIA GRATINADA

É preparada selecionando as sépalas carnosas inteiras e rechear com queijo levando-a em seguida ao forno para gratinar adicionando carne de porco ou peixe.² Podem ser preparadas também outras receitas sob forma de bolos, sorvetes, patê de camarão com dilênia, doce de batata-doce com dilênia,  entre inúmeras outras.

 

Nome Popular:  árvore-do-dinheiro, dilênia, flor-de-abril

Nome Científico: Dillenia indica (L.) Blanco

Família: Dilleniaceae

  

LORENZI, H; SOUZA; BACHER; TORRES; M;. Árvores Exóticas no Brasil (madeireiras,ornamentais,e aromáticas), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2003, p. 125.

 Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.374.

A ciriguela e seu uso na culinária

Pequena árvore frutífera de 3-6m, nativa da América Central e bastante cultivada no Brasil em pomares domésticos, principalmente no Norte e Nordeste. Tronco tortuoso, de menos de 30cm de diâmetro, com copa pequena e pouco densa. Folhas compostas pinadas, com 5-10 pares de folíolos membranáceos de cerca de 2,5 cm de comprimento. Flores discretas, unissexuadas (masculinas e femininas) e andróginas na mesma planta. Fruto do tipo drupa, lisos e vermelhos, com polpa doce-acidulada e muito suculenta, bastante saborosa (LORENZI et al, 2006).

 

USO NA ALIMENTAÇÃO

 

A cirigueleira possui frutos vermelhos, acídulos-adocicados, muito saborosos  comercializados no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde são consumidos in natura ou sob forma de sucos, polpa congelada, sorvetes e geleias. Suas folhas jovens possuem proteína (5,5%) e podem ser consumidas cruas ou como saladas, sucos verdes ou geleias ou quando cozidas (sopas, patês, molhos, refogadas, ou com carnes ou peixes). Seus frutos frescos possuem: proteína, carboidrato, fibra ,Ca, Mg, P, Fe, Cu, K, Na, vitamina C e são fonte de compostos fenólicos com ação antioxidante. (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).

 

 SALADAS DE FOLHAS DE CIRIGUELA

Preparada após lavagem de folhas jovens e corte em pedaços bem fininhos. Mescle com outras frutas e verduras a gosto. Use o molho preferido como: shoyu, azeite, mel ou molho de soja e se quiser mais ácidos pode também acrescentar limão e vinagre.

 

 GELEIA DE FRUTOS DE CIRIGUELA

Utilizando os frutos maduros passados por uma peneira ou utilizando a polpa comercializada. Para cada porção de polpa utilizada, use metade de açúcar cristal. Coloque depois a polpa e o açúcar em uma panela e mexa em fogo baixo até atingir o ponto de geleia.

 

 GELEIA DE FOLHAS DE CIRIGUELA

Preparada após lavagem e trituração em liquidificaor   das folhas jovens. Coe para evitar o excesso de fibra e adicione metade de açucar cristal em relação ao total o suco verde, depois mexa até atingir o ponto desejado.

Além das receitas citadas a ceriguela pode também ser consumida mediante o preparo de doces variados, mousses, bebidas (sucos, caipirinha, licores), sorvetes, bolos entre outras receitas saborosas.

 

Nome popular: ciriguela, seriguela, ceriguela

Nome científico: Spondias purpurea L.

Família: Anacardiaceae

 

 LORENZI, H; BACHER, L; LACERDA, M; SARTORI, S. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 357.

 Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.80

A asistásia e seu uso na culinária

 

Planta herbácea perene, exótica, originária da Índia e Malásia, de 30-50 cm de altura, ramificada, vigorosa, cujos ramos enraízam facilmente em contato com o solo. Folhas ovaladas, glabras e membranáceas, de 3-6 cm de comprimento. Flores laterais, em forma de sino, concentradas lateralmente no ápice dos ramos, que ocorrem o ano inteiro, de cor rosa-arroxeada, azulada, amarelada, ou branco-amareladas em alguns cultivares. Frutos são do tipo capsulas de deiscência explosiva.

Usadas em jardinagem em pleno sol ou meia-sombra, como forração em canteiros, em jardineiras e vasos ou como trepadeira em suporte (LORENZI et al,2001).

Na África e na Ásia suas folhas são consumidas como verdura e para uso medicinal. Sua propagação é feita por estaquia ou por sementes que são projetadas para longe quando os frutos amadurecem.

 

USO CULINÁRIO


As folhas jovens da asistásia-branca ou azulada podem ser consumidas refogadas após branqueamento (escaldar) e tem uso semelhante ao espinafre. Suas flores são também alimentícias e usadas em saladas cruas ou como decoração de pratos, preparo de doces e salgados. Possuem boa fonte de proteínas, aminoácidos e fibras.

 

REFOGADO DE FOLHAS DE ASISTÁSIA

Colha 500 g de folhas jovens de asistásia e as lave em uma bacia. Escorra e jogue as folhas em água fervente durante 2 minutos, depois escorra sob água fria e pique de forma bem fina sobre uma tábua. Em seguida coloque na frigideira ou panela já com os temperos (1 cebola, 1 dente de alho e outros) e sal, dourados no azeite e óleo. Após refogado por alguns minutos pode ser servido (KINUPP.V.F., LORENZI.H.,2014).

 

SOPA DE FOLHAS DE ASISTÁSIA

Refogue as folhas e brotos novos. Adicione água e deixe ferver até o ponto desejado. Pode ser acrescentado carnes ou ovos.   Para servir pode usar folhas inteiras ou trituradas no liquidificador aparentando um delicioso caldo verde ou sopa cremosa. Pode também usar as folhas jovens para preparação de risoto ou omelete (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).    

 

CANJIQUINHA DE ASISTÁSIA

Prepare a canjiquinha ou xerém de forma tradicional e quando estiver no ponto adicione as folhas jovens picadas da asistásia. Mexa  de vez em quando e deixe cozinhar bem em fogo baixo e de preferência em panela de barro ou de ferro. Em seguida adicione costelinha de porco, salsicha ou outros ingredientes, ou a mantenha simplesmente vegetariana (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).    

 

Nome popular: asistásia-branca, coromandel

Nome científico: Asystasia gangetica (L.) T. Anderson / A. coromandeliana Ness

Família: Acanthaceae

  

Lorenzi. Harri, Souza.H.M: Plantas Ornamentais no Brasil (arbustivas, herbáceas e trepadeiras), Instituto Plantarum de Estudos da Flora,3. ed. Nova Odessa, SP, 2001.p.84.

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.34/35.

O Ora-pro-nobis

 

Uma cactácea arbustiva pouco cultivada, também conhecida por rosa-madeiragroselha-da-américa muito interessante por possuir folhas normais, alternas, simples, pecioladas. Na base de cada folha formam-se aos pares os espinhos, em tufos numerosos. Flores róseas reunidas em racemos curtos e densos, axilares e terminais, com ovário súpero, o que é uma exceção da família e cultivada como ornamental e medicinal, além de consumida como prato típico em Minas Gerais e outros Estados.

Planta com porte variando entre 3-6m de altura. As flores concentram-se em pequenos cachos, nas extremidades dos galhos. Os frutos, em forma de fuso ou piriformes, verde-amarelados, do tipo baga, contendo sementes pretas (KINUPP. V. F., LORENZI. H., 2014).

Trata-se de uma espécie endêmica do Brasil, no Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, bastante usada no Nordeste na zona rural em cercas divisórias de propriedades.

É uma planta com alto teor de proteína (aproximadamente 25% de sua composição). Entre seus aminoácidos, possui a lisina e o triptofano em maior quantidade. Conta também com a presença de minerais, como  cálcio, magnésio, potássio, fósforo, zinco, boro, cobre, ferro e manganês. Em destaque o manganês, zinco e o ferro.


USO NA ALIMENTAÇÃO

Suas folhas branqueadas podem ser usadas para produção de patês, bolinhos fritos, ou refogadas com carne, além de omeletes, saladas, tortas, cozidos. Suas flores também podem ser consumidas refogadas e cozidas no arroz ou feijão, ou sob forma de bolinho ou salteadas.

Patê de ora-pró-nobis: é preparado retirando-se 350g de folhas selecionadas, branqueie e pique. 2 colheres de sopa de azeite, refogue com sal, alho, orégano, pimenta e demais temperos a gosto. Aicione as folhas, mexa e deixe murchar bem. Triture com um pouco de água no liquidificador e em seguida pode consumir quente ou frio (KINUPP. V. F., LORENZI. H., 2014).

Bolinho de folhas de ora-pró-nobis: Colha 400g de folhas os ramos terminais, lave, ferva, escorra e corte em tirinhas finas. Coloque em um recipiente e misture 4 ovos, 1 colher de sal, temperos a gosto, 12 colheres de sopa de farinha de trigo com fermento. Adicione as folhas picadas e frite em óleo quente, depois é só secar em papel absorvente e servir quente.


Nome Popular: rosa-madeira, groselha-da-america

Nome Cientifíco: Pereskia grandifolia Haw.

Família Botânica: Cactaceae

Frutos Comestíveis de Cactos

A família Cactaceae no Brasil possui uma quantidade razoável de espécies, cerca de 230, distribuídas em 36 gêneros. Algumas dessas espécies e de outras exóticas introduzidas possuem frutos comestíveis como é o caso do: figo-da-india (Opuntia fícus-indica), ora-pro-nobis (Pereskia spp.), mandacaru (Cereus jamacaru), palmatória-da-praia (Opuntia monacantha), palmatória-do-paraguai (Opuntia paraguaiyensis), facheiro-da-praia (Pilosocereus arrabidae), pitaia (Hylocereus spp.) pitainha (Seleiocereus setaceus), entre outras com predominância no biomas  caatinga, cerrado e restinga.


Figo-da-índia

Fruto da figueira- da- índia, uma planta xerófita originária de regiões áridas do México, apesar do nome, de 3-5 m de altura cultivada no Brasil, contendo filocládios ramificados espinhosos. Flores solitárias grandes diurnas. Frutos tipo baga  de cor vermelha ou alaranjada com polpa suculenta com muitas sementes e de sabor doce, consumidos in natura e que amadurecem no verão (LORENZI et all, 2006). Possui alto teor de fibras, vitamina A e ferro. Além de alimentícia tem sido amplamente utilizada como uma opção forrageira no semiárido, juntamente com outras palmas forrageiras como Opuntia sp. e Nopalea cochenillifera.

Palmatória-da-praia

Uma planta rústica, espinhosa muito comum nas restingas litorâneas, desde Sergipe até o Rio Grande do Sul. Trata-se de uma fruteira de porte sub-arbustivo, suculento ereto ou decumbente de 1-3 m de altura, não cultivada, exceto como ornamental, com filocládios grossos e espinhosos, contendo flores solitárias, diurnas, andróginas. Frutos do tipo baga alongados com polpa suculenta globoso de cor verde no ápice e placenta amarelada na base, de sabor levemente doce (LORENZI et all, 2006).

Mandacaru

Fruteira pouco cultivada, porém muito abundante em seu habitat natural, na região semiárida do Nordeste. Tronco curto com caule tipo cladódios ramificado, com flores solitárias noturnas e frutos do tipo baga deiscente, com abertura longitudinal contendo polpa farinácea e suculenta de sabor levemente doce. (LORENZI et all, 2006).



Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 102 /104 /371.

Cafezinho-do-mato

 


Trata-se de um arbusto de 0,50 – 2,50m, de altura no sub-bosque ou atingindo altura superior com porte arbóreo 4-15m, em locais de solo e clima mais propícios.

Uma planta nativa, sub-tropical rústica  que ocorre em praticamente todos os biomas brasileiros, cujos frutos podem ser consumidos in natura, embora apresente principio  alucinógeno e por conta disso, usada pelos índios da Amazônia na bebida por eles consumida, de nome “ayahuasca”.

Folhas opostas cartáceas, oblongas, contendo estípulas peciolares, que caracterizam essa família botânica. A lâmina foliar tem dorso esbranquiçado na brotação, base  cuneada e seu ápice é agudo ou acuminado.


As flores são pequeninas com 3 a 4mm e nascem em panículas (tipo de cacho piramidal) terminais de 4 a 16cm de comprimento com ramificações pubescentes contendo 15 a 95 flores brancas. Os Frutos são 2 pirenios  (semente com casca ondulada) revestido de polpa vermelha quando madura, medindo 5 a 9mm de diâmetro.  As sementes são pequenas e costadas, medindo 3 a 4mm de comprimento e conservam o poder germinativo por até 1 ano se guardadas limpas e secas.

Frutifica em Maio a Agosto e tem gosto semelhante ao fruto do café. Os frutos atraem inúmeras espécies de pássaros e são fonte importante de nutrientes para as aves pelo fato de amadurecerem em pleno inverno. As flores tem grande potencial apícola e a planta pode ser cultivada como ornamental só pela beleza dos cachos de frutos maduros.

 

Nome Popular: cafezinho-do-mato, cafezinho-de-cacho

Nome Cientifíco: Psychotria carthagenensis Jack

Família: Rubiaceae

O bacupari-liso

Árvore perenifólia, de copa globoso-piramidal, densa com tronco pouco rugoso, de 5-13 m de altura, por 20-30 cm de diâmetro, nativa principalmente na Amazônia, estando dispersa por quase todo o Brasil, da Guiana Francesa até o Paraguai (CAVALCANTE, 1991). De Pernambuco ao Paraná, é encontrada na Mata Atlântica e em restinga (BERG, 1979). Ocasionalmente cultivada em pomares domésticos (CAVALCANTE, 1991). Folhas simples, opostas, com pecíolo canaliculado e com uma fóvea na base. Inflorescências em fascículos axilares com flores esbranquiçadas, pediceladas e perfumadas. É a única espécie do gênero que apresenta flores perfumadas (BERG, 1979). Frutos globosos, do tipo baga, amarelo-alaranjados, lisos com polpa fina e mucilaginosa, de 3-4 cm de diâmetro, de sabor doce-acidulado muito agradável que amadurece de setembro a janeiro a depender da região, contendo 1-3 sementes grandes (LORENZI et al., 2006).

Na restinga, as folhas são bem mais coriáceas, com ápice agudo e nervação secundária, enquanto que, na Floresta Amazônica, apresenta folhas mais delgadas, com ápice variando de pouco a extremamente acuminado (BERG, 1979).

O seu fruto é comestível e bastante apreciado (BERG, 1979), sendo a polpa consumida in natura, em refresco ou sorvete (SOUZA et al.,1996). Os extratos de frutos (casca) e de sementes possuem boa atividade antimicrobiana, sendo promissores na prevenção de cárie e placa dental e também com potencial atividade antioxidante e anticancerígena. (ALMEIDA, 2008).

USO ALIMENTÍCIO

Os frutos são comumente comercializados nas feiras de Manaus/AM, e podem ser utilizados para preparo de sucos, sorvetes, frisantes, doces, geleias e suas cascas (epicarpo) já estão sendo pesquisadas para fins medicinais por conter substâncias anticâncer e antioxidante.

O delicioso doce de bacupari-miúdo é obtido após descascar e peneirar os frutos para retirar a polpa. Para cada 1 kg de polpa, use no máximo 500 g de açúcar cristal e mexa até obter o ponto desejado momento em que o doce passa a grudar na colher. Caso faça opção por consistência de geleia, é só retirar do fogo um pouco antes.

O sorvete fermentado de bacupari é feito mediante a colocação dos frutos descascados em um pote com uma camada de açúcar cristal e uma segunda camada igual e depois é só tampar e deixar na geladeira durante 15 dias. Após esse período coe em peneira esmagando as sementes e engarrafe em garrafa pet e deixe fermentar em temperatura ambiente. Bata com iogurte natural e gelatina sem sabor e congele. Fica similar ao sorvete de uísque.

Obtém-se também do bacupari-miúdo, uma bebida levemente alcoólica do tipo frisante (7%) de teor alcoólico, através da fervura de 01 Kg de frutos maduros e descascados com sementes e 01 Kg de açúcar cristal. Após esfriar acrescente 300 ml de suco de limão. Mexa, coe e envase em garrafas PET limpas comprimindo a garrafa até o liquido transbordar. Estando a garrafa estufada é só deixar fermentar na horizontal à sombra e depois coloca-la na geladeira e servir o frisante gelado (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).

Nome popular: bacupari-miúdo, bacupari, bacuri, bacurizinho
Nome científico: Garcinia brasiliensis Mart.  / Sin. Rheedia brasiliensis
Família botânica: Clusiaceae

LORENZI, H.; SARTORI, S.F.; BACHER, L.B.; LACERDA, M.T.C. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas: de consumo in natura. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2006.pag. 126.

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.310

CAVALCANTE, P.B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém: CEJUP/MPEG, 1991.

ALMEIDA, L.S.B. Atividade antimicrobiana dos extratos da Rheedia brasiliensis e potencial anticárie do seu composto bioativo. Piracicaba: UNICAMP, 2008: Dissertação (Mestrado em Odontologia), Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual de Campinas, 2008.

BERG, M.E. Revisão das espécies brasileiras do gênero Rheedia L. (Guttiferae). Acta Amazonica, Manaus, v. 9, n. 1, p. 43-74, março 1979

SOUZA, A.G.C.; SOUSA N.R., SILVA; S.E.L.; NUNES, C.D.M.; CANTO, A.C.; CRUZ, L.A.A. Fruteiras da Amazônia. Brasília: EMBRAPA-SPI; Manaus: EmbrapaCPAA, 1996.

A turnera


Herbácea perene, ereta, nativa das restingas de toda América Tropical (inclusive Brasil) de 30-50 cm de altura, ramificada, nativa em quase todo território brasileiro, exceto no Sul. Folhas simples, alternas pecioladas, pubescentes, ovalado-alongadas, serrilhadas e aromáticas. Flores solitárias, axilares e terminais, branco-amareladas ou amarelas com a garganta preta, abrindo-se na parte da manhã e formadas no decorrer de todo o ano. Na variedade “Elegans” as flores são marrom-arroxeadas na base. (Lorenzi et al,2001).
A turnera é extremamente invasora e resistente, vegetando a pleno sol em solo pobre e além de crescer espontaneamente pode ser cultivada para fins ornamentais, medicinais e alimentícios. Suas folhas podem ser usadas para preparo de chá, suco verde e como condimento e as flores para o preparo de geleias e saladas e tem também uso medicinal como anti-inflamatório e afrodisíaco.

USO ALIMENTÍCIO

As flores da chanana ou turnera, são deliciosas para consumo direto in natura, bastante suaves e adocicadas. Suas flores duram apenas uma manhã e para saladas devem ser colhidas na hora do consumo. Como em quase todo local é facilmente encontrada a turnera não precisa ser plantada em hortas para consumo como hortaliça. Elas podem ser usadas em saladas, bebidas e drinks, além de saladas de frutas. São tidas também como afrodisíacas, principalmente a espéie T.diffusa, enquanto a T. ulmifolia é considadrada antibiótica.
Para o preparo do chá das folhas, é só ferver um punhado de folhas frescas ou secas em 1 l de água. Adquirem cor e sabor marcante e agradável. As próprias folhas quando cozidas e coadas, podem ser consumidas em saladas, ou deixando esfriar e adicionando suco de limão, gelo e açúcar, pode se transformar em chá gelado, conhecido por oreganill.
Suas folhas secas e moídas também podem ser preparadas para uso como tempero aromatizante.
Para o consumo das flores pode ser preparada uma geleia especial triturando-as e colocando-as em uma panela com 50% de açúcar cristal em relação ao volume das flores e mexendo-as até dar o ponto desejado.
Outra alternativa é a conhecida salada de flores de chanana que é preparada com óleo de gergelim torrado, sal e limão. Pode ser adicionada outras verduras á exemplo do repolho-roxo para dar contraste de cor ou outra hortaliça ou até fruta, produzindo uma salada mista deliciosa. (Kinupp.V.F. ,Lorenzi.H.,2014).

Nome popular: turnera, chanana, albina, flot-do-guarujá, bom-dia
Nome científico: Turnera subulata Sm. / Sin.: T. ulmifolia var.elegans Urb
Família botânica: Turneraceae


Lorenzi. Harri, Souza.H.M: Plantas Ornamentais no Brasil (arbustivas, herbáceas e trepadeiras), Instituto Plantarum de Estudos da Flora,3.ed., Nova Odessa, SP, 2001.p.1021.

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.394


A pitombeira


Uma fruteira nativa na região Nordeste e Amazônica e cultivada em pomares domésticos, bastante frequentes em seu habitat natural, onde é encontrada, além da Amazônia em todo o nordeste brasileiro até o Rio de Janeiro, é uma árvore perenifólia de 6-12 m de altura. Folhas compostas pinadas com 2-4 pares de folíolos. Inflorescência em panículas contendo flores andróginas pequenas. Frutos do tipo baga subglobosa apiculada, com 1-2 sementes grandes revestidas por um arilo fino suculento e translúcido de sabor acidulado que amadurece de janeiro-março e são comercializados em feiras livres e consumidos in natura (Lorenzi et al, 2006).
Na medicina popular, a pitomba atua fortalecendo o sistema imunológico, protegendo o sistema vascular, protegendo o desenvolvimento dos ossos e colaborando na formação de hemoglobina e por ser uma boa fonte de vitamina C, traz alguns benefícios, como a prevenção de envelhecimento precoce e algumas outras doenças que tem a ver com os radicais livres, como por exemplo o câncer.
A pitomba deve ser consumida após o almoço, pela presença da vitamina C, que ajuda na absorção do ferro existente no feijão e na carne.

USOS ALIMENTÍCIO
Apesar de pouco estudada e por possuir uma polpa cujo rendimento é pequeno, a pitomba, quando processada apresenta um rendimento maior e um sabor inigualável e por isso tem sido utilizada para preparação de sucos cremes, geleias, mousse purê, sorvetes, pois além de conter uma polpa  saborosa tem grande potencial antioxidante e possui atividades preventivas contra câncer.
Para o preparo da geleia de pitomba, uma deliciosa iguaria, basta retirar a casca e esmagar seus caroços em peneira grossa de arame para obter a polpa, adicionar metade do açúcar em relação ao total de polpa e cozinhar até o ponto.
Já o preparo do mousse e do sorvete, usa-se para cada quantidade de polpa, metade de leite condensado e pouco de gelatina diluída é só bater no liquidificador e em seguida refrigerar até obter a consistência.
Para preparar o suco de pitomba basta misturar a polpa da fruta e adicionar açúcar, água ou leite.
Para consumo salgado, use a mesma polpa misture meio a meio com aipim cozido ou similar amassado e adicione manteiga derretida com sal, alho e pimenta-do-reino moída na hora. Junte o creme de leite e em seguida o purê misto de pitomba e macaxeira, depois é só mexer e servir quente ou frio.
Até o momento não se aconselha o uso culinário das sementes, embora quando bem cozidas em panelas de pressão com água e sal, ou assadas sejam deliciosas, pela presença de lecitinas ( Kinupp V. F. ,Lorenzi H., 2014).
    
Nome Popular: pitomba, pitomba-do-norte, pitombeira, pitomba-da-mata
Nome Cientifíco: Talisia esculenta (A. St.-Hil) Radlk.
Família: Sapindaceae

Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 294.

Disponível em: https://whww.remedio-caseiro.com/beneficios-e-propriedades-da-pitomba/ttps://whww.remedio-caseiro.com/beneficios-e-propriedades-da-pitomba. Consultado em 19/02/2019

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2014, p. 652.