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O Beldroega e seu uso na culinária

Planta herbácea suculenta, anual, prostada, totalmente glabra, ramificada e bastante florífera, provavelmente originária da Europa e nativa na África e no Brasil, de 10-40cm de altura, com folhas simples, carnosas ovaladas, pequenas, medindo de 1-3cm de comprimento. Possui flores amarelas, brancas ou vermelhas, solitárias e quase desprovidas de pedúnculo e pouco ornamentais na forma silvestre. Fruto com cápsula deiscente contendo muitas sementes pequenas (LORENZI et al., 2001).

Sua forma silvestre cresce espontaneamente em solos agrícolas de todo o mundo, inclusive no Brasil onde é até considerada como erva daninha. É também usada na medicina caseira ou em jardinagem na sua forma ornamental.

USO NA ALIMENTAÇÃO

As folhas e ramos jovens da beldroega são comestíveis crus ou cozidos, usados em saladas, picles, bolinhos, omeletes, sanduiches e as suas sementes podem ser consumidas e utilizadas para preparo de pães a exemplo da chia e gergelim. Seus brotos jovens são usados para saladas e decoração comestível. Por não apresentar nenhum efeito mutagênico ou toxidez, a balduegra pode ser usada tranquilamente como hortaliça, sendo uma excelente fonte de vitamina B e C e, nicotinamida, ômega-3, ácido linoleico e ácido ascórbico.

Salada de belroega: é preparada mediante a colheita e higienização de brotos terminais e folhas, coloca-se em uma travessa, temperando-se com o molho de sua preferência, iogurte natural e suco de limão, ou azeite, mel e vinagre.

Refogado de beldroega: é feito após a lavagem e quebra dos talos, juntamente com as folhas jovens. Doure alho, sal e outros temperos de sua preferência, na manteiga ou azeite e adicione a linguiça fatiada. Após fritar bem, coloque a beldroega e mexa. Deixe-a murchar em fogo baixo e sirva.

Nome Popular: beldroega, caaponga, onze horas
Nome Cientifíco: Portulaca oleracea
Família Botânica: Portulacaceae

O Bredo-da-praia e seu uso na culinária

Planta herbácea suculenta, anual, prostrada, totalmente glabra, ramificada e com enraizamento nos nós formando tapetes na areia, nativa em ambientes de praia em quase toda a costa brasileira, principalmente no Nordeste. Possui folhas opostas cruzadas carnosas de 1-3cm de comprimento. Suas flores são em glomérulos solitários com flores brancas, sésseis e pedunculadas, axilares e terminais que também ocorre em solos salinizados e usada para fixação de dunas litorâneas, com perspectiva de ser uma promissora verdura para essas regiões onde ocorre de forma nativa (KINUPP; LORENZI.H, 2014).

O bredo-da-praia tem atividade antimicrobiana e anti-inflamatória e pesquisas em laboratórios do seu extrato etanólico apresentaram resultados para inibir e inativar o veneno da jararaca. Outra curiosidade sobre esta planta é que, pelo fato de ser uma planta do litoral, ao receber água do mar ela filtra o sal deixando-o armazenado em suas folhas.

USO NA ALIMENTAÇÃO

O bredo-da-praia, assim como o bredo-verdadeiro, se prepara de várias outras formas, a saber: salada de bredo-da-praia, onde as folhas e talos podem ser consumidos crus em pequenas quantidades ou branqueados e usados em refogados, bolinhos, omeletes, sopas e muitos outros pratos.

 Bredo-da-praia com ovo: é obtido após dourar alho e outros temperos na manteiga ou azeite em fogo baixo. Adicione em seguida uma quantidade de bredo-da-praia e misture. Quebre os ovos sobre o bredo misturando. Tampe a panela e cozinhe até pegar consistência ideal.

Bredo-da-praia refogado com arroz: é outra opção e é preparado cozinhando o arroz da forma convencional e refogando com temperos a gosto. Cozinhe em fogo baixo adicionando o bredo-da-praia e mexendo bastante a mistura. Caso queira mais salgado é só adicioná-lo a gosto.


Nome Popular: pirrixiu, capotiraguá
Nome Cientifíco: Blutaparon portulacoides A. St. Hil.
Família Botânica: Amaranthaceae


O durião

 

Fruto do durianzeiro, uma fruteira exótica de porte elevado, 12-28m de altura originária do leste da Malásia, recentemente introduzida no Brasil, principalmente no sul da Bahia e no Pará. Folhas simples, coriáceas glabras, na face superior e prateadas e bastante cobertas por pelos escamosos na inferior. Flores aromáticas, frutos do tipo baga, com casca lenhosa coberta de apêndices espinescentes, parecendo uma pequena jaca. Sementes grandes cobertas por um arilo carnoso com cheiro de enxofre e sabor característico (Lorenzi et al, 2006).

Considerado como o "rei das frutas",  o durian é distinguido por seu tamanho grande, forte odor e pela sua casca coberta de espinhos. A fruta pode crescer até 30cm de comprimento e 15cm de diâmetro, e normalmente pesa de um a três quilos, sua forma varia de oblongo a redondo, a cor de sua casca de verde a marrom e seu mesocarpo de amarelo claro a vermelho, dependendo da espécie.

O cheiro provoca reações fortes e comenta-se que a persistência de seu odor, que pode demorar por vários dias, levou ao banimento da fruta de certos hotéis e transportes públicos no Sudeste Asiático.  Pode ser consumido em vários estágios de amadurecimento, e as suas sementes também podem ser comidas quando cozidas.


Nome Popular: durião
Nome Cientifíco: Durio zibethinus Rumph. Ex Murray
Família: Malvaceae (Bombacaceae)

 

Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 432.

A dilênia e seu uso na culinária

 

Árvore de caule ereto e espesso, com casca partida e descamante, grande copa, caducifólia, de 10-12m de altura, nativa na Ásia tropical. Folhas aglomeradas na região dos ramos, grandes, coriáceas, de margens denteadas, ásperas, com nervuras plissadas, de 16-24 cm de comprimento, de cor verde-claro, com pecíolo rijo. Flores axilares ou terminais, solitárias, de cor amarela ou alva, bastante aromáticas. O fruto é uma cápsula globosa, pêndula, indeiscente, de pericarpo duro e fino, circulada pelo cálice, que se torna carnoso. Contém numerosas sementes, envoltas em polpa gelatinosa. Fornece madeira de cerne compacto e resistente, própria para construção naval. (Lorenzi et al, 2003).

O imperador Dom Pedro II costumava implantar moedas nos frutos das “árvores-da-pataca” dos jardins do Palácio de Verão para afirmar as crianças que ali nascia dinheiro, daí o nome popular “árvore-do-dinheiro”.

A dilênia, pela sua formação de copa, folhas e frutos ornamentais e sua adaptação e rusticidade é sem dúvida uma espécie exótica recomendável para arborização urbana e paisagismo em geral, além do seu valor alimentício.

 

USO ALIMENTÍCIO

As sépalas podem ser comidas cruas ou cozidas, em forma de geleias e sorvetes ou na forma salgada. Suas pétalas também, quando jovens e abertas podem ser consumidas ou utilizadas para decorar pratos. O fruto dessa  árvore fica na sua parte interna contendo polpa mucilaginosa e sementes que ficam no interior do pseudofruto.   Pode ser usado para preparo de sucos, molhos, caipirosca, geleias, gratinadas ou vinagre quando fermentado. (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).

 

SUCO DE DILÊNIA

É preparado, após a limpeza da fruta deixando-a em água com cloro por 15 minutos, retire da solução clorada e lave-a em água corrente. Depois, sobre uma tábua e com uma faca afiada, corte a fruta ao meio, retire as sementes e a corte em pequenos pedaços. Bata no liquidificador, coe em uma peneira, adoce a gosto e sirva em seguida (ele oxida facilmente). Para isso, use apenas, 1 e ½ litro de água gelada, adoçante ou açúcar a gosto (SONIA, M. 2013).

 

GELÉIA DE DILÊNIA

É feita usando os cálices (sépalas) frescos e colocando no liquidificador para triturar, com um pouco de água. Em seguida coloque o suco de um limão que é antioxidante. Adicione metade de açúcar cristal em relação à quantidade de volume triturado. Coloque em seguida em fogo alto e mexa até dar o ponto certo. Ela pode ser utilizada como molho agridoce para carnes.


DILÊNIA GRATINADA

É preparada selecionando as sépalas carnosas inteiras e rechear com queijo levando-a em seguida ao forno para gratinar adicionando carne de porco ou peixe.² Podem ser preparadas também outras receitas sob forma de bolos, sorvetes, patê de camarão com dilênia, doce de batata-doce com dilênia,  entre inúmeras outras.

 

Nome Popular:  árvore-do-dinheiro, dilênia, flor-de-abril

Nome Científico: Dillenia indica (L.) Blanco

Família: Dilleniaceae

  

LORENZI, H; SOUZA; BACHER; TORRES; M;. Árvores Exóticas no Brasil (madeireiras,ornamentais,e aromáticas), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2003, p. 125.

 Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.374.

A ciriguela e seu uso na culinária

Pequena árvore frutífera de 3-6m, nativa da América Central e bastante cultivada no Brasil em pomares domésticos, principalmente no Norte e Nordeste. Tronco tortuoso, de menos de 30cm de diâmetro, com copa pequena e pouco densa. Folhas compostas pinadas, com 5-10 pares de folíolos membranáceos de cerca de 2,5 cm de comprimento. Flores discretas, unissexuadas (masculinas e femininas) e andróginas na mesma planta. Fruto do tipo drupa, lisos e vermelhos, com polpa doce-acidulada e muito suculenta, bastante saborosa (LORENZI et al, 2006).

 

USO NA ALIMENTAÇÃO

 

A cirigueleira possui frutos vermelhos, acídulos-adocicados, muito saborosos  comercializados no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde são consumidos in natura ou sob forma de sucos, polpa congelada, sorvetes e geleias. Suas folhas jovens possuem proteína (5,5%) e podem ser consumidas cruas ou como saladas, sucos verdes ou geleias ou quando cozidas (sopas, patês, molhos, refogadas, ou com carnes ou peixes). Seus frutos frescos possuem: proteína, carboidrato, fibra ,Ca, Mg, P, Fe, Cu, K, Na, vitamina C e são fonte de compostos fenólicos com ação antioxidante. (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).

 

 SALADAS DE FOLHAS DE CIRIGUELA

Preparada após lavagem de folhas jovens e corte em pedaços bem fininhos. Mescle com outras frutas e verduras a gosto. Use o molho preferido como: shoyu, azeite, mel ou molho de soja e se quiser mais ácidos pode também acrescentar limão e vinagre.

 

 GELEIA DE FRUTOS DE CIRIGUELA

Utilizando os frutos maduros passados por uma peneira ou utilizando a polpa comercializada. Para cada porção de polpa utilizada, use metade de açúcar cristal. Coloque depois a polpa e o açúcar em uma panela e mexa em fogo baixo até atingir o ponto de geleia.

 

 GELEIA DE FOLHAS DE CIRIGUELA

Preparada após lavagem e trituração em liquidificaor   das folhas jovens. Coe para evitar o excesso de fibra e adicione metade de açucar cristal em relação ao total o suco verde, depois mexa até atingir o ponto desejado.

Além das receitas citadas a ceriguela pode também ser consumida mediante o preparo de doces variados, mousses, bebidas (sucos, caipirinha, licores), sorvetes, bolos entre outras receitas saborosas.

 

Nome popular: ciriguela, seriguela, ceriguela

Nome científico: Spondias purpurea L.

Família: Anacardiaceae

 

 LORENZI, H; BACHER, L; LACERDA, M; SARTORI, S. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 357.

 Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.80

A asistásia e seu uso na culinária

 

Planta herbácea perene, exótica, originária da Índia e Malásia, de 30-50 cm de altura, ramificada, vigorosa, cujos ramos enraízam facilmente em contato com o solo. Folhas ovaladas, glabras e membranáceas, de 3-6 cm de comprimento. Flores laterais, em forma de sino, concentradas lateralmente no ápice dos ramos, que ocorrem o ano inteiro, de cor rosa-arroxeada, azulada, amarelada, ou branco-amareladas em alguns cultivares. Frutos são do tipo capsulas de deiscência explosiva.

Usadas em jardinagem em pleno sol ou meia-sombra, como forração em canteiros, em jardineiras e vasos ou como trepadeira em suporte (LORENZI et al,2001).

Na África e na Ásia suas folhas são consumidas como verdura e para uso medicinal. Sua propagação é feita por estaquia ou por sementes que são projetadas para longe quando os frutos amadurecem.

 

USO CULINÁRIO


As folhas jovens da asistásia-branca ou azulada podem ser consumidas refogadas após branqueamento (escaldar) e tem uso semelhante ao espinafre. Suas flores são também alimentícias e usadas em saladas cruas ou como decoração de pratos, preparo de doces e salgados. Possuem boa fonte de proteínas, aminoácidos e fibras.

 

REFOGADO DE FOLHAS DE ASISTÁSIA

Colha 500 g de folhas jovens de asistásia e as lave em uma bacia. Escorra e jogue as folhas em água fervente durante 2 minutos, depois escorra sob água fria e pique de forma bem fina sobre uma tábua. Em seguida coloque na frigideira ou panela já com os temperos (1 cebola, 1 dente de alho e outros) e sal, dourados no azeite e óleo. Após refogado por alguns minutos pode ser servido (KINUPP.V.F., LORENZI.H.,2014).

 

SOPA DE FOLHAS DE ASISTÁSIA

Refogue as folhas e brotos novos. Adicione água e deixe ferver até o ponto desejado. Pode ser acrescentado carnes ou ovos.   Para servir pode usar folhas inteiras ou trituradas no liquidificador aparentando um delicioso caldo verde ou sopa cremosa. Pode também usar as folhas jovens para preparação de risoto ou omelete (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).    

 

CANJIQUINHA DE ASISTÁSIA

Prepare a canjiquinha ou xerém de forma tradicional e quando estiver no ponto adicione as folhas jovens picadas da asistásia. Mexa  de vez em quando e deixe cozinhar bem em fogo baixo e de preferência em panela de barro ou de ferro. Em seguida adicione costelinha de porco, salsicha ou outros ingredientes, ou a mantenha simplesmente vegetariana (KINUPP.V.F., LORENZI.H., 2014).    

 

Nome popular: asistásia-branca, coromandel

Nome científico: Asystasia gangetica (L.) T. Anderson / A. coromandeliana Ness

Família: Acanthaceae

  

Lorenzi. Harri, Souza.H.M: Plantas Ornamentais no Brasil (arbustivas, herbáceas e trepadeiras), Instituto Plantarum de Estudos da Flora,3. ed. Nova Odessa, SP, 2001.p.84.

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.34/35.

A amora-gigante

 

Fruto da amoreira-gigante é uma fruteira de clima temperado, provavelmente de origem asiática, nativa na europa e américa do norte e introduzida no sul do Brasil em 1972. Trata-se de um arbusto espinescente ou inerme a depender da variedade, de ramos escandentes. Folhas compostas com folíolos cartáceos. Flores hermafroditas, solitárias ou grupadas, axilares. Fruto do tipo agregado, globoso, cheio, carnoso, de sabor doce ou acidulado (cultivar Tupy), a depender da variedade (Lorenzi et al,2006)¹.

A multiplicação da amoreira-gigante é feita por estacas ou rebentos basais. As nossas amoreiras tropicais são espécies de outra família botânica chamada Moraceae, sendo as mais cultivadas as Morus alba (amora-branca), Morus rubra (amora-vermelha) e Morus nigra (amora-preta) por serem muito nutritivas e apresentarem alto teor de proteína, as folhas da amora branca são utilizadas como o único alimento do bicho-da-seda da amoreira (Bombyx mori) em sua fase inicial de vida.

Atualmente no Brasil a variedade gigante mais cultivada é a Tupy, embora seja mais ácida. Já existe atualmente alguns novos cultivares desenvolvidos pela Embrapa do Rio Grande do Sul, a exemplo do BRS Xingu, que é obtida por hibridação, com frutos mais doces e sem espinhos no caule.

O cultivo da amoreira-gigante vem sendo intensificado com utilização de espaldeiras (suportes para plantio), que facilita bastante a colheita.

 

Nome Popular: amoreira-preta-gigante

Nome Cientifíco: Rubus ulmifolius Scohtt

Família: Rosaceae

 

¹ Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006.p.521.

A pitombeira


Uma fruteira nativa na região Nordeste e Amazônica e cultivada em pomares domésticos, bastante frequentes em seu habitat natural, onde é encontrada, além da Amazônia em todo o nordeste brasileiro até o Rio de Janeiro, é uma árvore perenifólia de 6-12 m de altura. Folhas compostas pinadas com 2-4 pares de folíolos. Inflorescência em panículas contendo flores andróginas pequenas. Frutos do tipo baga subglobosa apiculada, com 1-2 sementes grandes revestidas por um arilo fino suculento e translúcido de sabor acidulado que amadurece de janeiro-março e são comercializados em feiras livres e consumidos in natura (Lorenzi et al, 2006).
Na medicina popular, a pitomba atua fortalecendo o sistema imunológico, protegendo o sistema vascular, protegendo o desenvolvimento dos ossos e colaborando na formação de hemoglobina e por ser uma boa fonte de vitamina C, traz alguns benefícios, como a prevenção de envelhecimento precoce e algumas outras doenças que tem a ver com os radicais livres, como por exemplo o câncer.
A pitomba deve ser consumida após o almoço, pela presença da vitamina C, que ajuda na absorção do ferro existente no feijão e na carne.

USOS ALIMENTÍCIO
Apesar de pouco estudada e por possuir uma polpa cujo rendimento é pequeno, a pitomba, quando processada apresenta um rendimento maior e um sabor inigualável e por isso tem sido utilizada para preparação de sucos cremes, geleias, mousse purê, sorvetes, pois além de conter uma polpa  saborosa tem grande potencial antioxidante e possui atividades preventivas contra câncer.
Para o preparo da geleia de pitomba, uma deliciosa iguaria, basta retirar a casca e esmagar seus caroços em peneira grossa de arame para obter a polpa, adicionar metade do açúcar em relação ao total de polpa e cozinhar até o ponto.
Já o preparo do mousse e do sorvete, usa-se para cada quantidade de polpa, metade de leite condensado e pouco de gelatina diluída é só bater no liquidificador e em seguida refrigerar até obter a consistência.
Para preparar o suco de pitomba basta misturar a polpa da fruta e adicionar açúcar, água ou leite.
Para consumo salgado, use a mesma polpa misture meio a meio com aipim cozido ou similar amassado e adicione manteiga derretida com sal, alho e pimenta-do-reino moída na hora. Junte o creme de leite e em seguida o purê misto de pitomba e macaxeira, depois é só mexer e servir quente ou frio.
Até o momento não se aconselha o uso culinário das sementes, embora quando bem cozidas em panelas de pressão com água e sal, ou assadas sejam deliciosas, pela presença de lecitinas ( Kinupp V. F. ,Lorenzi H., 2014).
    
Nome Popular: pitomba, pitomba-do-norte, pitombeira, pitomba-da-mata
Nome Cientifíco: Talisia esculenta (A. St.-Hil) Radlk.
Família: Sapindaceae

Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 294.

Disponível em: https://whww.remedio-caseiro.com/beneficios-e-propriedades-da-pitomba/ttps://whww.remedio-caseiro.com/beneficios-e-propriedades-da-pitomba. Consultado em 19/02/2019

Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2014, p. 652.

A munguba


Árvore de médio porte, 6-14m de altura, com tronco liso de cor acinzentado de 30-40 cm, copa arredondada densa, folhas compostas palmadas, com 4-6 folíolos, de 15-20 cm de comprimento. Flores solitárias com estames longos branco-creme de extremidade marron-avermelhada. Frutos grandes pesando em média de 1.0-1,7kg do tipo cápsula semilenhosa deiscente, com muitas sementes (castanhas) (Lorenzi et al 2006).
Sua madeira é muito leve e mole, podendo ser usada para confecção de objetos leves como caixotes, réguas e brinquedos. Ocorre do litoral do Pará até o Maranhão e atualmente muito utilizada na arborização em todo o nordeste.
A planta é largamente usada como ornamental, tanto para arborização de praças e parques, como canteiros centrais, não recomendadas para calçadas apenas pelo fato de produzir frutos grandes que podem gerar eventuais acidentes quando raramente caem inteiros e pelo seu sistema radicular agressivo Também é conhecida como planta-do-dinheiro, erva-da-fortuna, árvore-do-dinheiro. Os praticantes de Feng Shui também atribuem grande significado a esta planta. As suas cinco folhas simbolizam os cinco elementos do Feng Shui: Madeira, água, terra, fogo e metal. (Alex, 2010).

USOS ALIMENTÍCIO
As sementes são comestíveis, com sabor semelhante as do cacau, quando torradas, sendo também, em algumas regiões utilizadas como substituição do café ou chocolate e também consumidas cruas. Quando torradas, laminadas ou inteiras as sementes são equivalentes ou superiores às demais castanhas conhecidas e se trituradas ou moídas viram farinha para preparo excelente de paçocas, pães, farofas, pudins, bolinhos e similares ou até para empanar peixes ou doces e outras sobremesas.  As castanhas cozidas com água e sal tornam-se parecidas à castanha-portuguesa ou fruta-pão e quando fatiadas e fritas em óleo quente possuem sabor igual batatinha e podem até ser preparadas para fabricação de um tipo de chocolate. Na região cacaueira da Bahia alguns cacaucultores mal intencionados usavam as amêndoas da monguba misturadas às do cacau para auferir lucro, tal era a sua semelhança. Castanhas cruas, apesar do sabor agradável não devem ser consumidas em excesso.
Suas folhas jovens (brotos), picadas e refogadas como se fosse couve, com os temperos tradicionais (manteiga, sal, alho, cebola e orégano), podem ser consumidas como verdura ou sob forma de angu quando trituradas em liquidificador e coadas com creme de leite e fubá amarelo ou sob forma de polenta.  Suas flores jovens também podem ser consumidas em saladas ou salteadas e são também extremamente ornamentais quando utilizadas para decoração de pratos.  Crepes com sementes de monguba ficam elegantes quando decorados com suas próprias flores.
A monguba tem sido confundida com a castanha-do-maranhão (Bombacopsis glabra), pertencente à mesma família botânica e que possui também castanhas comestíveis. As flores da castanheira-do-maranhão são totalmente brancas e se diferenciam completamente em caule, folhas e frutos.

Nome popular: munguba, castanha-da-água, monguba, cacau-selvagem
Nome científico: Pachira aquatica Aubl
Família botânica: Malvaceae (ex-Bombacaceae)

Lorenzi, Harri et al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006, p. 161.

Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil/ConsultaPublicaUC/BemVindoConsultaPublicaConsultar. Consultado em 19/11/2018.

Alex.: Plantas - Interior - Pachira aquatica - A Planta da Boa Fortuna, 01/2010. Disponível em: http://www.plantas-interior.com/2010/01/pachira-aquatica-planta-da-boa-fortuna.html, Acessado em: 05/11/2018.

Lorenzi, Harri et al.: Árvores Exóticas no Brasil (madeireiras, ornamentais e aromáticas), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2003.p.167.


Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.394

O umbu


Árvore da caatinga conhecida por umbuzeiro ou imbuzeiro, largamente explorada pelo sertanejo, além do seu uso tradicional para preparo de sucos, geleias e doces, para sombreamento nas pastagens ou alimento para o rebanho, tem inúmeros usos tanto através dos frutos como das suas raízes tuberosas conhecidas por túberos aquíferas ou xilopódios, cuja função é proporcionar uma reserva de agua no seu sistema radicular. Isso explica o fato dessa árvore permanecer com suas folhas verdes mesmo nos períodos mais secos desse bioma. Em secas mais prolongadas perde as folhas mas rebrotam rapidamente após as primeiras chuvas.
O umbuzeiro uma árvore de pequeno porte medindo em média 4-7 m de altura com tronco curto de 40-70 cm de diâmetro, nativa na Caatinga do Nordeste, até o Norte de Minas Gerais, possui uma copa baixa e cheia de ramificações, folhas compostas pinadas, contendo 5-9 folíolos cartáceos. Flores brancas de tamanho pequeno, dispostas em panículas terminais. Fruto globoso de quase 1 cm de espessura, do tipo drupa, liso de cor verde-amarelada, polpa suculenta comestível e ligeiramente ácida (Lorenzi et al 2015).
Seu uso na culinária, além do citado, o umbuzeiro é também usado no preparo de picles através da extração das suas túberas aquíferas de mudas com mais de noventa dias de plantadas. Após a extração da polpa coloque as sementes em uma leira alta ou canteiro para germinar e depois de três meses a muda já apresenta as batatas tuberosas que além do “picles de xilopódio” pode também ser usadas como hortaliças tuberosas.
As folhas jovens do umbuzeiro também podem ser usadas como hortaliças, sob forma in natura ou em saladas ou como suco verde, após trituradas com água no liquidificador com suco de 2 limões e açúcar, ou mel e gelo.  Já a conhecida umbuzada é feita com a polpa do umbu, após retirada da semente com açúcar cristal e leite em partes iguais e depois cozinha até o ponto desejado. Usando-se também somente a polpa com doce de leite, fica bastante cremoso e pode servir para preparos de geleia, suco, mousse e sorvete. O fruto in natura possui proteína, carboidrato, fibra dietética, Ca, Mg, P, Fe, Cu, Zn e vitamina C (Kinupp. V. F., Lorenzi H., 2014).
O umbuzeiro foi intitulado por Euclides da Cunha como a “árvore sagrada do sertão” e seu nome vem do tupi-guarani, que significa “árvore que dá de beber” e hoje é considerado uma planta alimentícia não convencional (PANC).

Nome popular: umbuzeiro, imbuzeiro, umbu, imbu, ambu, giqui
Nome científico: Spondias tuberosa Arruda
Família botânica: Anacardiaceae

Ferreira. Kinupp, Harri Lorenzi: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação ,aspectos nutricionais e receitas ilustradas  Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 214 .p.82.

A jaca


Além do seu consumo in natura, a jaca, muito comum na região nordeste, é utilizada na fabricação de doces, sucos, sorvetes, mousses, dentre outras coisas. A polpa da “jaca dura” também pode ser caramelizada com um fio de azeite até dourar e se transformar em uma deliciosa comida com sabor e aroma mais suave e digestivo.
Sua polpa imatura pode ser consumida como hortaliça, para isso basta cozinhar o fruto verde inteiro com casca, transformando em uma deliciosa verdura com saber e textura parecidos com frango. Seu látex quando cozido se desnatura e após desfiada pode ser usada refogada ou para preparo de “hambúrguer”, recheio de tortas, pastéis, cobertura de pizza, estrogonofe, fricassé ou adicionada a salpicão, entre outras utilidades.
Suas sementes quando cruas são tóxicas, mas após cozimento com sal a gosto apresentam um sabor maravilho, podendo ser picadas e misturadas ao arroz cozido, ou quando trituradas se transformam em purê, massa de pão, bolo ou pudim. (Lorenzi et al 2017).
Sabemos que a jaqueira é uma árvore perenifólia, lactescente, de médio porte, 10-20m de altura, com tronco curto revestido com casca espessa medindo de 60-90cm de diâmetro, copa piramidal densa. Folhas simples inteira glabra e brilhante, de 15-23 cm de comprimento. Inflorescências unissexuais, solitárias do tipo monoica e cauliflora, sendo as masculinas em espigas oblongas e as femininas arredondadas, separadamente na mesma planta. Frutos grandes medindo de 25-50 cm de comprimento e pesando em média de 10-15 kg, composto muricado elipsoide, do tipo sincarpo, cujos frutículos ou “bagos” de polpa doce contendo centenas de sementes de cor branca ou amarelada. (Lorenzi et al 2015).
Além das suas qualidades culinárias, sua madeira é usada para confecção de móveis rústicos e em sua região de origem, também para fabricação de corantes para tecidos.
A jaqueira ocorre em todos os rincões tropicais do Brasil, embora sua origem seja indiana e de outras regiões do sul e sudoeste asiático e em alguns locais no Brasil passou a ser considerada invasora pela sua grande capacidade de dispersão. (Ramos. L.A.et al 2011).
A jaqueira exige solo profundo bem drenado e fértil e quando em adequadas condições edafoclimáticas, pode produzir frutos grandes pesando mais de 40 quilos, por isso seu uso inadequado para arborização urbana, apesar de ser uma árvore relativamente resistente a pragas e doenças e de copa piramidal densa com aspecto bastante ornamental.
Emprega-se ainda o fruto no processo de engorda de certos animais e quando fermentada a polpa produz um tipo de vinagre. Também apresenta inúmeros benefícios, como excelente fonte de vitamina C, e é conhecida por conter propriedades anti-úlcera e auxiliar na cura de problemas digestivos.  Contém vitamina A, é considerada uma fruta geradora de energia devido à presença de açúcares simples como frutose e sacarose, não contém gorduras saturadas ou colesterol, O potássio presente na jaca ajuda a baixar a pressão arterial. Ferver a raiz de jaca e seu extrato ajuda a controlar a asma. Também rica em magnésio, um nutriente que é importante na absorção de cálcio, contém ferro, que ajuda a prevenir anemia e ainda possui Cobre que tem um papel importante no metabolismo da tireoide.

Nome popular: jaqueira, jaca-dura, jaca-mole , jaca-manteiga, jaca-prata
Nome científico: Artocarpus heterophyllus Lam.
Família botânica: Moraceae

Lorenzi, Harri et al.: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2015, p. 524..  

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A groselha-tropical


Fruta exótica de uma pequena árvore originária de Madagascar introduzida no Brasil nas regiões tropicais é pouco cultivada no nordeste. A groselheira-asiática, como é também conhecida mede de 3-8 m de altura, folhas simples, alternas com aparência de folhas compostas pinadas, flores pequenas, masculinas, femininas e andróginas dispostas na mesma inflorescência em panículas, presas na axila dos folíolos dos ramos principais, frutos amarelos quando maduros, globosos, costados com polpa suculenta de sabor ácido e pode ser consumido in natura, apesar de ácido ou sob forma de sucos e geleias. (Lorenzi et all, 2006).
Na Índia, as folhas jovens da groselheira-tropical são cozidas como verduras ou adicionadas a vários pratos como aromatizante e os frutos são consumidos como tônicos do fígado.
A groselheira-verdadeira, pertence ao gênero Ribes da família Saxigragaceae é arbustiva, as folhas são cordiformes, os frutos são produzidos em cachos globosos, têm formatos globosos a ovóides e superfícies lisas ou pubescentes, de coloração vermelha, amarela, escura ou verde, quando maduros e desenvolvem bem em clima temperado.
A verdadeira groselha é globosa e pertence a três espéies: Ribes rubrum (vermelha); R.nigrum (escura) e R.grossularia (espinhosa).

Nome Popular: groselha-tropical, groselha-asiática
Nome Cientifíco: Phyllanthus acidus (L.) Skeels
Família: Phyllanthaceae

O mangarito


Uma planta tuberosa, herbácea, (30-50cm) de altura acaule, ereta, perene, nativa do Brasil (Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo), com folhas glabras, membranáceas, de 20-35 cm de comprimento, com peciolo esponjoso e ereto.
Apresenta raramente flores em inflorescências do tipo espádice, protegida por espata membranácea de coloração verde.
Essa hortaliça era cultivada pelos índios brasileiros que passaram para os colonizadores que a cultivaram por longo tempo, depois sendo esquecida.
Atualmente está sendo novamente consumida como uma PANC, após pesquisadores da Embrapa terem desenvolvido o melhoramento da cultura, principalmente com relação ao tempo de cultivo e tamanho do rizoma.
Quando cozida possui sabor parecido com a castanha-portuguesa. Lembra também sabores de cará, mandioquinha, batata, inhame, apresentando uma consistência tenra. Seu tamanho e forma lembra a batatinha.
Seu uso culinário é semelhante ao da batatinha, processado de varias formas, como: mangarito frito, purê de mangarito, sopa de mangarito e seus rizomas variam de coloração e tamanho, sendo mais comum o amarelo intenso e o esbranquiçado e sua propagação é por meios vegetativos.
Tanto as folhas quanto os rizomas são comestíveis e são excelentes fontes de carotenoides e pro-vitamina A. As folhas são utilizadas após bem cozidas e eliminadas as suas nervuras branqueadas.
Atualmente os chefs de cozinha estão tentando reintroduzir seus rizomas na culinária brasileira.
  

Nome popular: mangarito, mangará, mangareto, tayaó, macabo.
Nome científico: Xanthosoma riedelianum Schott
Família: Araceae

¹ Lorenzi,Harri. Plantas Alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2014. p.116.